7- Cretino

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Charli Povs

Me trouxeram um vestido longo preto com um decote nos seios e uma grande abertura no quadril que ia até a cintura, revelando uma de minhas pernas. Mandaram eu me arrumar pois não jantaria aqui hoje...

Eu tomei outro banho e me vesti de qualquer jeito. Tentando ficar o mais desleixada e feia possível.

Mas o pior...

Eu estou com medo de com quem eu vou jantar. Com certeza ficar presa aqui seria o melhor.

- Está pronta? - um homem entra no quarto e percebo seu olhar nojento em meu corpo.

- Sim. - digo rude e o acompanho pra fora do quarto. Ele tira uma arma e fica a apontando pra mim, simplesmente reviro os olhos sabendo que mesmo se eu tentasse algo ele nem era doido de atirar.

Minha expressão de raiva se vai e a felicidade por ver o céu estrelado vem. Eu ainda me lembro de quando eu e papai criamos uma casinha na árvore e lá a família sempre fazia piqueniques e festas de pijama, viviamos passando a noite olhando as estrelas.

O homem me empurra me tirando dos pensamentos nostálgicos.

- Entre. - manda. Obedeço colocando o cinto e presto atenção no caminho que fazia. É melhor eu ficar atenta a tudo se tiver que sair correndo.

Depois de muitos minutos passando por pistas e bairros o carro para em frente a uma grande mansão. Saio do carro olhando tudo, as borboletas no estômago voltam.

- Vá. - o homem manda me empurrando. Me seguro pra não lhe xingar e começo a andar pela pequena passarela ali em frente, tinha um jardim bem bonito afinal.

Quando chego perto do grande portão as portas são abertas, e percebo que tem muitos "seguranças" armados.

Engulo em seco continuando andando logo adentrando a mansão. Tento não mostrar meu rosto maravilhado pelo lugar.

- Me acompanhe. - uma mulher vestida de preto em branco, provavelmente alguma empregada, sai andando na frente e eu a sigo. Passamos por uma linda sala e depois por um grande corredor, que lugar gigante!

Acho que até me faltou ar ao ver a mesa preparada com várias comidas e só velas ao redor iluminando um pouco o lugar. E quando eu olho pra outra ponta da mesa. Vejo ele...

Aquele babaca estava em um terno perfeito novamente, que nem conseguia esconder seus grandes músculos. Ele estava em pé bebendo um vinho e com o olhar direcionado a um quadro na parede, se ele percebeu que cheguei, está me ignorando.

A moça ao minha frente volta pelo mesmo caminho me deixando sozinha ali com ele. Porra! E agora?

Começo a andar em sua direção em passos meio incertos, mas eu não mostraria que ele me intimidava. Não vou mostrar medo!

- Pode me dizer oque quer comigo? - pergunto já agoniada com o silêncio aterrorizante que se formou.

Ele se vira pra mim e me olha de cima abaixo, depois analisando meu rosto. Tenho certeza que corei já pelo seu sorrisinho sacana.

- Pode me responder porfavor? - eu não queria outro tapa na cara, mas se vinhesse com uma resposta tudo bem.

Ele tira de sua cintura uma arma e a põe sobre a mesa. Sinto que aquilo não é só porque iremos jantar...

Será que é um teste?

- Sente-se, deve estar com fome. - diz esperando.

- Não. Não estou com fome. - bufo mas me sento intrigada.

- Pois, eu estou. - nem me atrevo a olhar pra ele depois que disse isso.

Quando ele começa a se servir eu faço o mesmo. Mas nem toco direito na comida.

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