5- Babaca

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Charli

A primeira coisa que visualizei ao abrir meus olhos foi um teto branco. Pisquei várias vezes tentando me acostumar com a luz que vinha de uma pequena janela, nem se eu quisesse eu conseguiria fazer algum esforço pra me levantar da onde eu estivesse.

Eu só ainda não entendo! Aos poucos eu fui recordando dos últimos momentos da noite passada.

Porra o que eu fiz? Será que pegaram a Sara também? Quanto tempo estou aqui? Eu vou morrer?

Um turbilhão de coisas se passam na minha cabeça. Eu só quero voltar pra minha casa mano, ainda mais porque presciso de um remédio pra dor de cabeça também, isso me ajuda a pensar e eu acho que só estou aqui a algumas horas.

Ao tentar mexer qualquer parte do corpo eu sinto só dores, principalmente no meu pé.

Me recordo novamente de um cara apontando uma arma nas minhas costas e me obrigando a entrar em um carro, aonde me dopou.

Pelo visto me confundiram com alguma peça que não era muito boa.

- Socorro. - tento gritar mas minha garganta estava tão seca que foi em vão. - Porra. - murmuro. Com muito sacrifício eu consigo me virar e vou de encontro com o chão, por sorte tinha um tapete aonde amorteceu minha queda.

Gemi pela dor nas costas.

Mas aquilo serviu pra alguma coisa, pois alguns segundos depois eu escuto uma porta ser destrancada e logo escuto passos apressados, quando pés param na minha frente. Só avisto um par de sapatos e logo o dono se agacha me empurrando pelo ombro e me fazendo deitar de frente no chão, tento não reclamar da dor que aquele movimento me causou.

Ouso olhar pra ele e o estranho estava com um sorriso sínico no rosto.

- Posso saber oque querem comigo? - meu pior lado está de volta, aonde eu tenho medo.

O homem que aparentava ter uns 40 anos e tinha um cabelo loiro com algumas mechas brancas, simplesmente riu.

- Mas do que caralho você tá rindo? Eu exijo....- não termino de falar pela falta de ar que me surgiu, acho que eu esqueci da garganta seca e já falei demais, agora tenho que ficar de boca fechada, mas minha vontade é de esculhambar aquele idiota que ria.

Fecho os olhos com força e os abro voltando a encarar o teto branco. Minha respiração que falhava foi voltando a normalizar aos poucos e meu coração também.

Calma Charli, não se estressa!

Quando sair daqui eu vou esculachar os arrombados que estão por trás disso!

- O que ele viu em você.....- escuto sua voz e nela eu sentia tudo de ruim que havia. Quando ele aproximou sua mão e tocou meu rosto, eu só pensava que quando saísse dali eu mataria esse desgraçado!
- Você é uma mulher muito bonita, mas isso não está em falta pra ele. O que ele realmente quer com você?!

- Ei cara, o que você tá fazendo? Quer morrer?- outra voz masculina toma conta do eco no quarto. O homem a minha frente se afasta aos poucos e se levanta andando rápido.

- Cale a boca. Ele não precisa saber que entrei aqui. - eles começaram a cochichar e eu não consegui acompanhar.

Queria xingar tanto eles, por acaso tão de brincadeira comigo? Acham que eu sou o que? Porque não vai direto ao ponto e me explicam o que querem comigo?

Eu não sou um objeto pra simplesmente me obrigarem a algo! Um bando de covardes!

Escuto a porta sendo fechada.

Esperei, esperei e nada!

É, me deixaram para trás.

- Vamo lá Charli! - susurro pra mim. Com muito esforço consigo apoiar meus braços no chão e conseguindo me sentar, encosto minhas costas doloridas na cama. Ainda com minha visão um pouco turva enxergo o quarto ao meu redor, tinha um grande guarda-roupa em uma parede e uma escrivaninha do outro lado. Perto da grande porta aonde digo que seja a saída desse quarto, a outra porta menor, uma branca, acho ser um banheiro. Nas paredes tinham decorações, coisas simples, bonita e confortável, ao mesmo tempo. Mas sei lá, acho que ali não era uma casa.

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