50- Apunhalada

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Chase Povs

16 horas antes

- FALA CARALHO!

- PODE ME MATAR! PODE ME MATAR! VAI! EU NÃO VOU FALAR! - me afastei depressa, indo para o outro lado da sala e erguendo a mão ensanguentada em punho, a bati em minha testa, tentando me controlar, ou eu juro que pegaria uma tesoura de poda e arrancaria a linha e os dedos daquele miserável.

Eu estou realmente adquirindo autocontrole. Porque no meu normal, eu já teria cortado cada centímetro do corpo dele e tacado fogo.

- Eu vou perguntar só mais uma vez: Quem...te mandou...infiltrado...naquela festa...- falo bem devagar, porque essa seria a última vez que vou perguntar e ele teria menos tempo para responder.

- Ninguém me mandou, eu fui porque eu quis. Sabe porquê? Eu sei todos os seus passos! E eu sei aonde a Charli está vivendo, e eu vou atrás dela. - encaro o sorriso idiota na boca com dentes quebrados.

Talvez eu não tenha conseguido tanto controle.

Porque quando me dei conta, já tinha o derrubado da cadeira e desferido mais socos em sua cara.

Eu não sentia as minhas mãos, eu batia em seu rosto, contra seu maxilar, e nem sentia a dor que o impacto fazia.

Eu sentia a vibração, dos seus ossos com minha mão, o impacto, mas a dor...tinha sumido.

E isso era mais um impulso pra mim.

Eu agradeço a raiva por isso, assim posso fazer meu trabalho da melhor forma possível, para que esse dia seja uma lembrança inesquecível.

Era sangue por todos os lados, eu estava com o corpo cheio de sangue, os olhos e a boca com um gosto metálico horrível.

E a maior parte daquele sangue não era meu.

Eu acho que daqui a pouco ele vai sofrer algum tipo de hemorragia.

Parei, por um segundo e olhei para o garoto em que eu batia, os olhos desnorteados, sem conseguir respirar pois tinha muito sangue em sua boca e nariz, o corpo tremendo pois estava sem camisa e aquele lugar era frio para a porra...

Achava que já bastava, mas aí lembrava de que ele quase arrancou a cabeça de Amelie na minha frente e essa noção de monitoramento sobre mim acabava.

Voltei a socar sua cara, já tinha feito o estrago que queria, só era acabar de uma vez com aquilo pois sei que não vou conseguir nenhuma informação dele. Seu rosto estava ficando inchado, daqui a pouco ele iria ficar cego, e inconsciente.

Mas eu não podia parar.

Não.

Ele ia entender que o preço de ter apenas apontado uma arma pra mim já era grande.

- Senhor...- escutei a voz de Blood atrás de mim.

Não parei.

- Acho que se ele desmaiar, não vai nos ajudar em nada.

Não parei.

- SENHOR! - Blood me gritou quando eu o peguei pelo pescoço e comecei a bater sua cabeça contra o chão, prestes a esmagar seu crânio.

Senti meus braços sendo puxados por várias mãos e fui jogado para trás, corri novamente pra cima daquele pedaço de merda mas fui impedido.

Apontei o dedo na cara dos seguranças.

- Saiam da minha frente. - disse afoito.

- O senhor vai mata-lo depois de conseguir as informações que deseja ok? Sei que está com raiva, mas tudo isso vai acabar quando souber quem está se escondendo por trás dele! - Blood se pôs a minha frente.

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