Obsessão

14- Viagem

Charli Povs

Remexo a comida mais mil vezes no prato.

- Não vai querer andar nenhum pouco? - pergunta Blood estranhando.

- Não. - susurro.

Estava até gostando dessa dele me levar quase todo dia pra andar um pouco. Comecei a perceber que essa mansão é da família do russo, que não mora ninguém aqui além de mim que agora estou presa nesse quarto, mas mesmo assim aqui sempre tem pessoas.
Não sei quanto tempo já estou aqui, estava contando aos poucos mas agora nem isso mais. Acho que já fez um mês.

Desde o incidente do dia em que saímos, tentei ao máximo evitar o russo depois do quanto me senti atraída e fraca perto dele isso me preocupa agora, então tem noites que eu o vejo entrando no quarto mas mesmo assim finjo dormir e dias que sinto que ele está aqui, mas tento ignorar o fato.
Graças a Deus até agora ele não me fez jantar com ele novamente ou então me levou pra sair, percebo que entre ficar aqui sem fazer nada e ter que ficar perto do homem que acabou com a minha vida, eu prefiro a primeira opção, claro!

- Está sentindo alguma coisa? - vejo que isso pouco importa pra ele, mas se não cuidar bem de mim, pega ruim é pra ele.

- Não. - respiro fundo tirando a bandeja do meu colo.

- Me dê palavras de verdade porfavor. Se adoecer acha que acontece oque? Iria ir pra um hospital? Tenha a certeza que não! - enquanto falava eu o xingava sem um pingo de vontade pra olhar na cara dele. Esse filho da puta pensa que é quem?

Caralho, achava que estávamos começando do zero com uma amizade porra. Aí ele vem querendo me machucar com palavras?!

- Escuta aqui Blood, está tirando o dia pra me irritar? Vai arrumar oque fazer! - me estresso logo.

- Anda logo. - pega a bandeja e vai saindo do quarto. - Te dou quinze minutos pra se arrumar. - avisa e sai.

Me arrastando volto a me arrumar. Ponho um casaco pois sinto que o clima está mais frio, e ponho meu tênis. Não demorou mais cinco minutos pro chato vim atrás de mim.

- Pronta? - pergunta e eu me levanto indo pra porta com o mesmo. Assinto.

Andamos lado a lado pelos corredores medonhos daquele lugar, sempre me passa uma vibe de tristeza e solidão eu hein. Porque me parece que eles tem tantas residências? Ah, talvez só porque eles sejam super ricos né. Que eu saiba ele tem seus próprios negócios mais ainda assim trabalha pro pai, acho que alguém chamado Sara me falou sobre isso.

Sorrio ao me lembrar dela, tão boa e tão ingênua, acho que nunca pensou que ele na verdade é um capeta, um cão que quer me levar pro inferno mais cedo!

- Hum, ok. - nem percebi que ele falava em seu walkie-talkie.

- Oque foi? - pergunto e depois faço uma careta pra mim mesma e ele também. Era como se ele fosse me responder? Só que não?!

- Vamos, acho que irá gostar desse último passeio. - oque ele quis dizer com gostar desse último passeio?

Eu já vou morrer ou vão me deixar ir embora? Aí meu Deus!

Ao sair da mansão, um carro para em nossa frente entro na parte de trás e Blood no passageiro, como sempre ao falarem, falam em russo. Sério, depois quero aprender russo porque não é possível eles me matarem de tanta curiosidade pra saber oque estão falando!

- É o seguinte garota, iremos na casa de sua amiguinha. - quando fala quase grito de alegria.

- Sara? Está falando de Sara? - pergunto nervosa.