15- Autocontrole

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Pego meu ursinho e com cuidado desço da cama. Dixie me assusta ao se remexer na cama ao lado e fazer barulhos estranhos como sempre, ela nem parece dormir de verdade, chega a dar medo.
Volto a andar até a porta.
Ao abrir devagar, olho prós lados vendo tudo deserto, as luzes apagadas e o silêncio reinando. Mas, exceto na sala do meu pai, ele deve ainda estar acordado.

Fecho a porta com cuidado e vou correndo nas pontas do pé pelos corredores, até dobrar para sua sala e parar em frente a grande porta de mármore.

A abro com cuidado e me assusto ao ver um homem super alto ao lado do meu pai. Ele estava vestido completamente de preto terno, calça, sapatos e o sobre-tudo que usava como se sentisse frio. Me encolhi com medo.

Pareci atrapalhar a conversa deles.

- Filha? Oque está fazendo acordada essa hora? - meu pai ao perceber minha presença esconde rapidamente alguma coisa em que mexia sobre a mesa.

- Não estou conseguindo dormir. - digo olhando curiosa pra mesa. O homem me olha de relance me assustando mais ainda, mal conseguia ver seu rosto, mas até que ele não parece ser do mal, não me deu medo agora, e não parece nada com os monstros que aparecem em meus pesadelos.

- Ah meu Deus Charli, porque não está na cama ainda? - minha mãe surge na sala me puxando pela mão. - Vamos filha, seu pai está ocupado. - continua me puxando e eu me recuso ainda curiosa.

- Eu quero que o papai termine de ler o livro que comprou.

- Eu leio.

- Não mamãe, a senhora sempre dorme na metade da história e eu tenho que fingir que dormi primeiro. - digo a fazendo rir de vergonha.

- Filha, seu pai não pode. Serei eu, ou vai dormir sem história alguma. - aquilo me soou uma ameaça. E eu fecho a cara na hora.

Minha mãe as vezes acha que me põe medo só por eu ter seis anos.

- Já acabamos aqui Heidi, pode deixa-la comigo. - papai diz a tranquilizando.

- Ok.... Você venceu mocinha. - ela beija minha testa.

O homem de aparência maléfica se aproxima do meu pai e aperta a mão do mesmo.

- Se estiver faltando um centavo se quer, você me liga imediatamente. Voltarei. - fala sem que eu entenda. Arqueio uma sombrancelha mais curiosa ainda.

- Pode deixar Rusek, sei que está tudo em ordem. - papai se afasta do homem. - Heidi, o leve até a porta porfavor. - pede a mamãe que logo segue saindo da sala e ele a acompanha.
- Eai, vai ser qual das melhores de histórias que tem naquele livro? - pergunta a mim que me aproximo dele e me jogo em seus braços. Ao me pegar, propositalmente jogo meu urso para cima de sua mesa que estava a alguns metros de distância da gente, que de tão alta, simplesmente sem ninguém me levantar eu não conseguia ver oque tinha em cima.

- Meu urso pai. - quase grito mostrando desespero.

- Esse Loke. - diz rindo.

- É Luke papai. - o corrijo pela milésima vez.

- Ah, é mesmo. - vamos até a mesa e ele me entrega. Quase o deixo cair de minhas mãos sem querer dessa vez, prestando atenção ao que tinha na mesa. Vários papéis e embaixo um mapa, parecido com oque tinha na parede mas aquele tinha palavras grifadas com vermelho, e o outro com preto.

Mas, além dos papéis e mapas, tinha uma caixa preta com um símbolo logo na abertura a frente. Parecia um baú.
Me seguros pra não dizer "uau" e mostrar que fiquei curiosa.

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