Ana
Se ela gostava de me deixar desconfortável, eu também a deixaria.
– Como é fazer sexo com outra mulher? – Indaguei tomando um gole do chá e Mariana se afogou com o chá, me segurei para parecer, plena e segura da pergunta.
Ela parou e pensou um pouco, tirar as pessoas do conforto era maravilhoso.
– Bom... – Engoliu em seco, dei um meio sorriso para ela. – É... Podemos falar disso outra hora? – A fala entrecortada e o nervosismo, me deixou mais instigada a saber o que poderia ser tão desconfortável em falar daquele assunto comigo.
Então, tentei novamente.
– Como é? Não precisa ficar nervosa como se fosse fazer isso hoje. – A ênfase que dei no hoje, foi sutil. Mariana me olhou desconfiada.
Começou a responder, insegura.
– É melhor que sexo com homem, basicamente é a melhor coisa do mundo! – Seria estranho falar que fiquei úmida pensando que seria a melhor coisa do mundo? – Basicamente, uma mulher quase sempre sabe onde tocar, onde te deixa excitada ao máximo... – Ela tomou um gole do chá e eu apenas fiz o mesmo. As suas bochechas ficaram vermelhas, eu estava úmida e excitada.
Suspirei. Ficamos em silêncio.
– Sabe, me sinto como alguém sem identidade agora... Perdida! – Tentei tirar o foco da pergunta e da resposta que nos deixou desconfortável. – E se eu realmente não sentir mais nada por homens? Tipo... – Olhei para o nada, encarar seus olhos me deixaria nervosa ao máximo.
Mariana ficou quieta por alguns momentos.
– Você só saberá experimentando... Saindo da zona de conforto, indo atrás do pote de ouro no final do arco-íris. – Não pude deixar de rir com a referência.
– Isso é uma referência gay? – Perguntei sem alguma maldade.
– Não, isso é uma metáfora mesmo. – Assenti, me perdi nos pensamentos de novo.
– Nunca parei para pensar na possibilidade de ser... lésbica? – Tomei mais um gole do chá e continuei a olhando.
Ela me olhou no fundo dos olhos, parecia me escanear e ler minha alma.
– Bom... Você tem toda energia de uma. – Levantei as sobrancelhas em surpresa.
– Energia? Isso também uma referência para dizer que pareço lésbica? – Mariana deu risada e me senti uma idiota.
Ela parou e tocou minha mão que estava sobre a mesa.
– Basicamente, sim! – Retribui o toque e senti seu corpo arrepiar.
Suspirei.
– Nunca perdi, me sentindo sem saber o que era ou que sou. Minha mente parece de outra pessoa, minha percepção parece de outra, meus desejos... – Suspirei olhando para baixo.
Mariana me cortou.
– Olha, no começo é assim... Depois, quando você experimenta e descobre o que gosta, como gosta, passa! Prometo que passa. – Sua mão deixou a minha e fez um leve carinho em minhas costas.
Eu estava cética sobre isso.
– E se não passar, Mariana? – Indaguei sem demonstrar nenhuma expressão.
– Sempre passa, Ana. – Precisava que passasse logo.
O silêncio tomou conta da cozinha novamente. Mariana quebrou o silêncio.
– Quando estiver sozinha, tente se imaginar com a mulher que você achou muito bonita e gostosa em sua vida. Isso ajuda bastante! – Suspirei e concordei. – Então, vou me deitar, amanhã... As bebês irão acordar cedo. – Me aproximei para dar um beijo em sua bochecha e acredito que por reflexo, ela virou o rosto. E lá estávamos nós, trocando um selinho de boa noite.
Olhamos envergonhadas uma para outra, eu podia cavar um buraco e entrar, passar o resto da minha vida vergonhosa lá.
– Me descul... – Mariana me cortou.
– Boa noite, Ana. Durma bem! – Me deu um beijo estalado na bochecha, droga de aproximação que me deixava úmida.
Ela saiu da cozinha e respirei acelerado, estava segurando todo o meu desejo e tesão ou era paranoia da minha cabeça? Terminei o chá, subi para o quarto, entrei no banheiro e escovei os dentes. Me deitei na cama.
Me imaginar com outra mulher... Hm, não poderia ser tão ruim me imaginar com outra mulher. Fechei os olhos e tentei puxar a mulher que mais me deixou com desejo, logo apareceu o rosto de Mariana. A minha mente me torturava.
Okay, Ana. É só imaginar.
Seus dedos tocando minha pele, sua boca na minha, seus lábios sugando os meus, minha intimidade estava pegando fogo. Eu montada nela, rebolando em seu colo, ouvindo os gemidos dela. Meu Deus, como minha mente conseguia criar tudo isso? Calada. Continuei.
Me imaginei tirando sua camisa e olhando para seus seios, na minha imaginação era perfeitos e me deixaram com vontade imensa de os chupar, eu estava encharcada.
Deixei que uma das minhas mãos entrasse na calças do pijama e tocasse meu clitóris. Nenhum homem me deixou tão molhada como alguém que só imaginei. Fazia um tempo absurdo que não me tocava, comecei a fazer movimentos circulares com os dedos sobre o clitóris. A outra mão tocava meu seio com certa violência. Soltei um gemido alto. Coloquei a mão na boca.
– Que merda, ser escandalosa. – Sussurrei. Ainda bem que as crianças não estavam em casa, apenas os bebês.
Continuei me tocando e a cada cena que imaginava com Mariana, ficava mais quente e mais excitada... Me pergunto, como é possível? Mordi meu lábio inferior tentando abafar os pequenos gemidos. Penetrei dois dedos e entraram com facilidade absurda, à medida que o prazer aumentava os movimentos ficavam mais rápidos, se eu mordesse mais forte meu lábio inferior, poderia sentir o sangue dele. O dedão encaixava direitinho no clitóris, arfava e me sentia tão bem. Meu corpo começou a dar sinais que estava tão perto de gozar, mas a sensação era diferente... Todo meu corpo estremeceu, gemi tão alto que a casa inteira poderia ouvir e acabei gemendo o nome dela. Minha respiração estava tão alta e pesada, dava pequenos gemidos. Isso não foi nada perto do que senti com homem ou imaginando qualquer um, mas com uma mulher foi... maravilhoso.
Ouvi batidas na porta e gelei. Fechei os olhos
– Ana, você tá bem? – A voz abafada de Mariana vinda da porta, sussurrei para mim mesma, droga! Enfiei a cabeça nos travesseiros, já que o buraco no chão não era possível, no momento.
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Lovely
Fanfiction"𝘌𝘶 𝘲𝘶𝘦𝘳𝘪𝘢 𝘦𝘴𝘵𝘢𝘳 𝘱𝘳𝘦𝘱𝘢𝘳𝘢𝘥𝘢 𝘱𝘢𝘳𝘢 𝘷𝘰𝘤𝘦̂, 𝘤𝘰𝘮𝘰 𝘷𝘰𝘤𝘦̂ 𝘦𝘴𝘵𝘢́ 𝘱𝘳𝘰𝘯𝘵𝘢 𝘱𝘢𝘳𝘢 𝘮𝘪𝘮." Escolhas - algo que teria que ser feito com lógica e paciência. Quando as consequências de suas escolhas batem na porta...