Solo quiero la verdad

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Acordei com uma leve dor de cabeça, ainda com os braços dela envolta de minha cintura. Me movi lentamente até sair sem arriscar acordar Mariana. Me sentei na cama, fiquei alguns momentos olhando os leves traços que o seu rosto carregava que, agora, estão relaxados.

Passei as mãos no rosto, ainda que a dor fosse leve, latejava. O que tornava a dor de cabeça irritante, me pus de pé e fui fazer minha higiene matinal. 

Escolhi uma roupa para o dia que estava começando, sinceramente, fico maravilhosa de preto. Coloquei uma calça de alfaiataria, uma camisa e blazer, todas as peças pretas. Passei um pouco de Mademoiselle, amava aquele aroma. Não podia faltar um scarpin preto para completar, sequei o meu cabelo e dei uma leve modelada. Passaria o dia todo fora, então teria que manter o visual formidável até o fim do dia. Olhei minhas mãos no espelho, uma delas estava com alguns hematomas, mas podia mentir que esbarrei em algo, e também, não é da conta de ninguém.

Conferi tudo na bolsa, estava tudo perfeito. Quando adentrei o quarto, a morena que encantou meu coração ainda dormia como um anjo, pensei milhões de vezes antes de acordá-la. Decidi por fim, não perturbar o sono. Me aproximei da cama, me sentei na beira ao seu lado, o sol entrava de relance no quarto e iluminava o rosto jovial. 

Não podia me atrasar, mas também não poderia deixar de preparar algo, peguei um dos blocos na gaveta e escrevi uma coisa ridiculamente melosa. Não é do meu feitio, porém, queria a agradar. Coloquei onde pudesse ver assim que acordar. Admirei seu rosto mais alguns segundos. Me aproximei, depositei um beijo em sua testa e um leve selinho em seus lábios. Quando me tornei tão calorosa e afetuosa? 

Olhei em meu relógio, daria tempo de descer e tomar meu café. Estava rezando para minha casa estar em completa harmonia como deixei antes de pegar no sono.

Encostei com cuidado a porta e desci. Completo silêncio. Nenhum ruído, exatamente nada. Meu dia não seria estressante. 

Segui para a cozinha e dei de cara com uma pessoa nada agradável.

— Bom dia! – Elena se assustou, fechando a porta da geladeira com toda força possível. Parei perto do balcão e expressei o sorriso mais cínico existente em meu ser.

Seu olhar não foi nada agradável.

— Você não entendeu, né? – Bufei de desânimo, não era assim que desejava começar meu dia. 

— Olha, sei que você não me quer aqui, okay? – Devolveu o sorriso cínico. Observei o hematoma em seu rosto.

Respirei fundo. O que eu não faço pela Mariana, não é mesmo? 

— Vamos fazer assim… Desejo esquecer o que aconteceu ontem a noite, mesmo que internamente adoraria te expulsar aqui aos chutes, mas prezo as amizades da Mari e não quero ser motivo de discussão de vocês. – Me sentei. A mesa estava organizada como sempre.

Altagracia adentrou na cozinha.

— Bom dia, senhora Ana. Não sabia que já estava acordada. – Deu um sorriso envergonhado ao ver Elena ainda parada. 

— Bom dia, Alta. Na verdade, levantei um pouco mais cedo, hoje tenho duas reuniões muito importantes e não quero me atrasar. Quero voltar o mais cedo possível para casa. – Falei e tomei um gole do café expresso. — Elena, mesmo que não goste de você, poderia se sentar? Está me incomodando você como uma estátua. – Dei uma pausa. — Precisamos conversar e o assunto é Mariana. 

A jovem se moveu receosa, sentou. Me analisava silenciosamente, estava desconfortável.

— Compreendi que você não me quer aqui, não precisa me tratar bem! – Deu um sorriso forçado, revirei os olhos.

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