Problemas del pasado

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Não estava acreditando na cena que ocorria diante dos meus olhos. Ana e Elena quase caindo no soco, nunca pensei em ver a dona perfeita – agradeço por ela não ler meus pensamentos –, querendo sair no soco com a Elena. Claro, deve estar enfurecida por motivos que não tenho certeza, mas Ana não é injusta. 

Se não me enfiasse no meio seria uma guerra de titãs, das grandes. Estava em meio há duas grandes pressões, se largasse Ana, ela iria para cima da Elena? Essa pergunta ecoou em minha mente, nunca imaginei Ana brigando com alguém, tipo via de fatos.

Elena não tinha nenhum problema para se enfiar em uma briga, digo isso com toda certeza do mundo. O falatório das duas era troca de farpas, Ana ainda se segurava para não usar palavreado inapropriado – ela usa todo esse termo para não falar xingamentos.

– Você é uma intrometida e dependente emocional da Mariana, não percebe? – Ana quase sussurrava as palavras, por dentro deveria estar borbulhando em ódio mais puro possível. 

– A senhora perfeita não sabe brigar como uma mulher? Vai realmente ficar quase sussurrando? – Elena gritava quase que cuspindo no meu rosto. Ana revirou os olhos, claramente indignada com o senhora. 

– Garota, não me tira do sério… Você não quer me ver ou presenciar fora dele. – Ana falava calmamente, mas seus olhos transbordavam ira. Meu Deus, como me enfiei entre duas mulheres que poderiam facilmente se estrangular agora?

– Você realmente tá usando a Mariana para seus gostos como um cãozinho sem dono… – Olhei indignada para Elena, como ela pode falar isso?

– Qual seu problema, Elena? Você realmente acha que não posso me cuidar sozinha? No mames… – Quem estava a ponto de dar um soco na cara dela, sou eu. 

– Você não vê o que vejo… Ana tem o dobro da sua idade. Facilmente seria sua mãe, essa velhota. – A forma como disse, me fez rir e Ana me olhou torto. 

– Desculpe. – Engoli em seco e me virei para Ana. – Não cai no papo dela, ela quer te tirar do sério. – Elena começou a rir, debochando.

– Não creio. Mariana para de a defender, ela vai te expulsar de novo e quem terá que cuidar de você? – Apontou a mão para si. – A babaca aqui.

– Eu só não te expulso aos chutes porque não posso. – A voz saiu serena. Ana conseguia ter controle e ser cínica, na mesma medida.

– Está com medo de perder, velha? Vá se foder! Quem late, não morde. – Ela não chamou a Ana de velha. Meu Deus, que vergonha! Ana disse algo que não entendi muito bem, mas as duas continuaram. 

Queria entender o que se passa na cabeça da Elena? Somos amigas, deixei isso claro tantas vezes, que deveria ter entrado nessa cabeça oca. Ela e o Pablo demoram para entender o não, que ódio.

O que me fez voltar a realidade, ao momento presente? Foi ver a mão de Ana, literalmente dando um soco de punho bem fechado na fuça da Elena. Naquele momento, ninguém conseguia conter a Ana. 

Diana subiu as escadas rapidamente, tentava conter a Ana, mas o fato dela ser baixa, não significa que ela é fraca porque porra que mulher difícil de conter – digo, no sentido de brigas.

As duas estavam literalmente saindo no soco em minha frente. Nunca imaginei Ana Servín saindo no soco, estou um pouco chocada. 

– Vocês duas parem! – Gritei, parecia estar em um colegial, onde vejo duas adolescentes brigando por mim. 

Consegui segurar Ana por alguns segundos, mas Elena acabou vindo para cima. Senti que se ficasse no meio, ia tomar um soco gratuito.

– Elena! Ana! – Gritei novamente, vontade de puxar as duas pelas orelhas e fazerem as pazes, revirei os olhos, bufei por puro desconforto.

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