Tal vez sea mejor así...

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Ana

A adrenalina estava correndo em minhas veias, respiração estava pesada, ar entrava e saia pelas minhas narinas, quase que completamente gélido. Quando senti minhas costas batendo contra a porta e vi os olhos castanhos, o cheiro, os cabelos, fiquei bem mais tranquila. Era Mariana, ela não conseguia fazer nada como alguém normal?

– Você quer me matar…? – Sussurrei com certa dificuldade, por conta do aperto que passei há poucos segundos.

– Não, só queria te chamar para um lugar reservado. – Mariana sussurrou, sorrindo. 

– Você tá achando engraçado, né? – Dei uma leve risada, tentei roubar um beijo, mas ela se esquivou. Não era esse tipo de conversa que ela queria ter, Ana.

É, no mínimo, estranho a Mariana querer conversar nessa hora, por questões de não estarmos em nossos estados de sobriedade ou eu não estava? No momento, isso não importava. Não conseguia ver o seu rosto, por conta do escuro e isso me deixava sem norte, pois Mariana é muito expressiva. Ouvi um suspiro de alívio saindo de seus lábios, estava aliviada ou nervosa? Ela começou a falar de forma vagarosa.

– Não podemos continuar com isso, Ana! – Essa frase saiu como um alívio, porém, no mesmo instante, dor. – Julguei que estava pronta para você, mas vejo que não… Eu não sabia como te falar isso, você é demais para mim… – Mariana tentava encontrar palavras, percebia e sentia. Como assim, sou demais para ela? Minha mente embriagada tentava raciocinar, mas nada de novo. 

– Vamos conversar sobre isso amanhã? – Tirei suas mãos da minha cintura, fechei os olhos. Não posso chorar, não agora! – Não estamos em estado completo de consciência para termos essa conversa hoje. – Engoli em seco, precisava de ar e um gole do álcool mais forte. 

– Precisamos conversar agora, pois só tenho essa coragem nesse momento! – Mariana me pressionou contra a porta.

– Se continuar teremos outra conversa… Na verdade, seria um monólogo. – Minhas mãos correram seus braços e pousaram em seu pescoço. – Você nunca esteve presa a mim, lembra? Só hoje, vamos fingir que essa conversa não precisa existir, amanhã conversamos. Isso que pessoas sensatas fariam! – Dei um beijo em sua bochecha, sem tirar os lábios de sua pele aveludada, segui para sua boca. Alfinetei no final, mas foi bem maior que meu controle. Meus lábios capturaram os seus, suas mãos voltaram a apertar minha cintura, mas logo nos separou de forma bruta. 

– Vá se foder, você acabou de me chamar de insensata. – A morena teve um pico de raiva em minha frente, aquilo me deixou mais excitada do que imaginei. 

Dei uma gargalhada, realmente havia perdido o controle da sanidade. 

– Não falei isso, foi você mesma quem disse. Mariana… – Senti seus lábios em completo choque com os meus. Me beijava com tanta volúpia, ódio e tesão. Quando me tornei a pessoa que sai de uma discussão por meio do sexo? Deixei alguns risos saíssem durante os beijos, Mariana deu uma bela mordida em meu lábio inferior.

– Isso é para você aprender… 

– Você não acha muito pouco? – Indaguei, sentindo os dedos apertando firme em minha cintura. – Eu acho! – Fiz um bico, beijando seus lábios. 

Mariana bufou, claramente queria conversar sobre aquilo. 

– O que foi? Quer flertar com a Elena? – Deixei que meus ombros se movessem como se não me importasse, mas no fundo, corroía as investidas de Elena ou qualquer outra mulher. 

Agora, quem deu gargalhada em alto e bom som foi ela, isso me deixou completamente furiosa.

– Aí aí, Ana… – Fala arrastada dela, me deixava com vontade de socar aquele rosto fofo e bonito.

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