Não conseguia descrever o que senti, nem o que estava sentindo.
Ainda havia esperança.
Me sentei na cama e me permiti chorar. A esperança ainda existia, ainda era possível sentir isso tão profundamente. Agradeço aos céus.
Abracei Rodrigo com certa força, porém, era tudo que poderia fazer naquele momento.
As palavras se apagaram de minha mente. Acredito que pela tamanha força das emoções que estou sentindo agora.
Se a vida fosse bondosa, com certeza, Mariana estaria comigo novamente e nunca mais a deixaria sozinha em uma sala com muito fluxo de pessoas.
- Mãe, você pode me soltar? - Rodrigo, pediu.
- Oh! Meu amor, claro. Me perdoe. Estou tão feliz. - Meus olhos ainda estão marejados. Mariana vagava por minha mente que estava em completo alívio naquele momento. Soltei meu filho dos meus braços, fiz carinho em seu ombro e o olhei. - Obrigada por ser tão inteligente, Rô. - O abracei novamente. Sorrimos um para o outro.
- Obrigada por ser uma ótima mãe. - disse ele, tímido. - Bom, vamos ver se ele está pegando? - Rodrigo indagou.
Assenti com a esperança estampada em meus olhos.
- Certo. Vamos? - Levantamo-nos da cama e fomos ao quarto dele.
Rodrigo sempre foi fascinado por tudo relacionado a tecnologia. Ele era meu menino. Me sentei ao seu lado e ouvi explicações sobre o localizador.
Meu coração clamava que isso fosse a chave para descobrir onde Mariana estava.
Rodrigo esboçou uma careta.
- O que foi? - Questionei, preocupada a princípio.
- Nada. O sinal não está vindo tão longe da casa do vovô, digo... Olha, esse ponto aqui é o localizador. - Olhei para tela do computador, examinei bem o que me mostrava. Realmente, não estava tão longe, mas ali também fora vasculhado quando estavam procurando nos primeiros dias.
- Bom, vou entrar em contato com seu avô e depois com a polícia, certo? Obrigada, meu Rô. - Depositei um beijo em sua testa.
Fiquei bons minutos, refletindo sobre as coisas que acabamos de descobrir.
Me levantei e peguei meu celular que repousava sobre a mesa. Procurei o contato do meu pai.
No primeiro toque, logo fui atendida.
- Sim, filha?
- Acredito que tenho uma pista de onde Mariana possa estar... - Falei sem muitos rodeios.
- Isso é ótimo, Ana. Posso ir a sua casa? - Indagou.
Respirei fundo. Agora, a realidade batia em minha porta. Essa era a única esperança até o momento.
- Claro. Venha sozinho! - Pedi. - Até logo! - Me despedi e desliguei o celular.
A exaustão estava me corroendo. Por dentro, estava exausta há dias. Agora, por fora, comecei a ser corroída. Acredito que segurei por tanto tempo, pois precisava ser forte para todos e com esse fio de esperança, me vi liberta para descarregar todo o cansaço de dentro para fora.
Fechei os olhos e respirei fundo.
- Por favor, Deus... Que esse seja o último dia sem a Mariana em meus dias! - Respirei profundamente e fui para meu quarto.
Me permiti tomar um banho demorado, quente e aconchegante. Alguns flashes apareceram em minha mente, enquanto a água escorria em meu rosto e corpo.
Meus lábios se formaram em um sorriso. Era tão gostosa a sensação de a ter em minha vida. Era horrorosa a sensação de não a ter em meus dias.
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Lovely
Fanfiction"𝘌𝘶 𝘲𝘶𝘦𝘳𝘪𝘢 𝘦𝘴𝘵𝘢𝘳 𝘱𝘳𝘦𝘱𝘢𝘳𝘢𝘥𝘢 𝘱𝘢𝘳𝘢 𝘷𝘰𝘤𝘦̂, 𝘤𝘰𝘮𝘰 𝘷𝘰𝘤𝘦̂ 𝘦𝘴𝘵𝘢́ 𝘱𝘳𝘰𝘯𝘵𝘢 𝘱𝘢𝘳𝘢 𝘮𝘪𝘮." Escolhas - algo que teria que ser feito com lógica e paciência. Quando as consequências de suas escolhas batem na porta...