Ops!

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Mariana

Encontrar Ana no chão olhando o teto era engraçado, mas meu coração se quebrou quando ela começou a chorar. Nem eu e Ceci sabíamos o que fazer ou falar.

– Ceci, pode dar licença para conversar com a sua mãe? – Ceci concordou, saiu e fechou a porta.

Estendi minha mão em direção a Ana. A ajudei se levantar e sentar na cama. Me sentei ao seu lado, afagando suas costas.

– O que está acontecendo? – Minha voz saiu suave, queria tentar saber o que acontecia.

Ana me olhou, seus olhos estão vermelhos e ainda lacrimejando.

– Estou... Estou com saudades de quem eu era. – Olhou para cima na inútil tentativa de não continuar chorando. – Sabe, me sinto perdida. Dormir nessa cama sozinha, eu nunca me mexo na cama. Nessa última semana, experimentei todas as partes dessa cama e, principalmente, do chão... – A última parte foi dita com pequeno sorriso. – Não estou sentindo falta do Juan, mas sinto falta de alguém, nunca fiquei sem alguém. – Meu coração se quebrou, não sabia como fazer isso parar. Ana pegou minha mão e apertou entre as suas.

– Te entendo. – Suspirei e dei um sorriso fraco.

Ela concordou. Ficou me olhando por alguns momentos.

– Odeio dormir sozinha. – Ana sussurrou para si.

Dei um sorriso, isso eu poderia ajudar. Claro, se ela quisesse.

– Bom, acho que nisso posso te ajudar. – Ana me olhou surpresa e franziu o cenho.

– Como você me ajudar, espertinha? – O tom de deboche pela manhã se mantém.

Limpou as lágrimas que estavam na bochecha com costas das mãos, continuou me olhando.

– Eu posso dormir com você... – Ana levantou as sobrancelhas como se tivesse processando a informação.

Fiquei esperando uma reação, mas ela só ficou me observando.

– Assim, você não cai e não se sente sozinha a noite. – Tentei dar meu melhor sorriso e a melhor justificativa, porém, a verdade era só queria ficar mais próxima o possível dela.

Ana passou a mão direita na testa, parecia até estar suando frio, mas deve ser impressão minha. Me olhou sem graça dando um sorriso vergonhoso.

– Você não precisa fazer isso, Mariana. – Revirei os olhos e recebi um olhar mortal dela.

– Precisa sim, eu não me importo de dormir aqui. – Ana revirou os olhos, negando com a cabeça.

Fechou os olhos.

– Tudo bem, você pode dormir comigo até que eu melhore isso... – Apontou para o próximo peito. Meus olhos pausaram automaticamente onde ela estava apontando, mas logo retornei a consciência.

– Então, quando for a hora de dormir, venho para cá, certo? – Me levantei e sorri para ela. – Agora, você vai levantar e se arrumar como sempre a Ana Servín faz, descer e tomar café com seus amores. – Peguei nas mãos dela, a puxei para que ficasse em pé e fui guiando até o banheiro. Ela soltou uma gargalhada.

– Para com isso, eu não sou uma criança! – Fechou a cara na inútil forma de relutar comigo.

Sinceramente, não liguei e continuei a encher o saco.

– Você não é uma criança, mas com essa cara emburrada... – Ana me olhou com desdém. Quando estava me afastando para poder sair do cômodo, ouvi a voz da Ana me agradecendo.

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