Sinfonía

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Mariana

Sinceramente, estava feliz pelo apoio mútuo que tinha com Ana. Estamos nos apoiando e crescendo juntas em quase todos os quesitos. Ana não era todo tempo amorosa como esperava? Não, mas entendia que a forma de amar dela é diferente da minha, eu amo essa diferença que temos. Criamos uma relação dinâmica e deve ser por isso que estou apaixonada por ela e, sim, tem outras coisas, porém, no momento é isso.

Estou aprendendo com a Ana que temos diferentes formas de amar. Vamos ensinando uma a outra como gostamos das coisas e das demonstrações, ela está super aberta a isso, pelo menos, aparentemente está.

Entendi que a Ana precisa de segurança e apoio, foi quase inconsciente. Apesar de parecer uma fortaleza, ninguém é forte o tempo todo e Ana não era exceção. Ela só ainda levava as emoções negativas como fraqueza? Gosto de pensar que sim. E não a primeira vez que a vi rejeitando esses sentimentos e não vou a julgar porque é complicado lidar com sentimentos negativos, dar uma abraçadinha nele e falar "poxa, você pode ficar uns dias e depois ir embora", pensando bem, isso é o que eu faria e não a vejo fazendo isso... Pela saúde mental dela, espero que aprenda a fazer.

Outra coisa que percebi foram seus olhos, a aprovação e apoio. Grande parte da comunicação da Ana é não-verbal e você que se vire a entender o que ela está tentando te passar, acredito que seja por medo de falar e não ser entendida. Hoje, ela estar verbalizando aquelas palavras, mesmo com um certo medo, deixou meu coração leve e quentinho.

Estamos juntas nisso, então você me ajuda e eu te ajudo. – Ouvir isso da Ana Servín deve ser um prêmio de merecimento, agradeço por ela não ver meus pensamentos ou poder ler porque maior parte do tempo seriam bobagens de uma pessoa apaixonada e romântica. Será que a Ana é romântica? Penso que talvez...

– Terra chamando Mariana... – Ana bateu palmas na frente do meu rosto. Realmente, eu estava em outro planeta chamado 'mundo apaixonada por Ana Servín'.

– Eu só me perdi um pouco pensando na volta à ativa. – Ana sorriu com os olhos, amava quando eles ficavam pequenos e pareciam mais adoráveis do que já são. PARE!

– Vamos fazer tudo se encaixar, nem fique quebrando a cabeça com coisas que estão no nosso controle. – Semicerrei os olhos para Ana, geralmente quem falava aquela frase era eu.

Ana inclinou um pouco a cabeça para o lado.

– O que? – Me olhou assustada, as caretas eram adoráveis e realmente me dava vontade de morder ou encher de beijinho, Ana iria odiar isso. – Eu disse algo de errado? – Deixou o celular novamente no móvel e seu corpo voltou para a minha direção.

Balancei a cabeça negativamente, ela raramente profere algo errado.

– Não... – Me escapou um pequeno riso. Ana revirou os olhos. – Você falou como eu falaria nesses momentos. – Ana entreabriu a boca e passou levemente a ponta da língua no lábio posterior, me olhando pensativa.

Seus olhos fizeram uma pequena viagem pelo quarto, ela estava analisando a frase internamente.

– Sério? – Sua voz saia vagarosamente, isso confirmava que ela estava pensando. – Julgo que não, mas tudo bem. – Voltou para perto do berço, checando as meninas mais uma vez, o incomodo que o ambiente do quarto se tornou.

Novamente o celular dela tocou, ela suspirou e o pegou. Só consegui ver "Diana" na tela, ela desligou suspirando e revirando os olhos. Seja quem for essa Diana, a incomoda bastante estar ligando ou tentando entrar em contato.

O celular tocou novamente e Ana rosnou.

– Eu vou ter que atender. – Saiu do quarto, me deixando intrigada. Eu iria descobrir quem é essa Diana.

LovelyOnde histórias criam vida. Descubra agora