Capítulo 41

170 10 85
                                    

Edward procurou o ar que sumiu dos pulmões e tentou segurar o choro que veio com força, seria esta uma despedida? 

Seus pais correram até o quarto e os pais de Jane também, ele ainda segurava o diário nas mãos e não conseguia pensar em nada pior que ler aquilo, ela teria realmente desistido de si?

A reação dos pais não foram contrarias, aquelas palavras lidas levou todos a um desespero profundo, Jane não poderia ter estas intenções. 

O celular de Parker tocou e a aflição tomou conta quando percebemos que era o chefe que do setor de homicídios  de Seol quem estava ligando. 

—Senhor Parker preciso ser direto com o senhor, acharam o corpo de uma moça a uns dez km mar a dentro da praia onde Jane estava com seu carro. Preciso que alguém da família vá até lá pra reconhecer o corpo, pois o estado de decomposição está bem avançado. 

O senhor Parker não tinha reação alguma, a única coisa que fez foi sentar na cama e assimilar aquilo que havia ouvido. 

— O que houve querido alguma noticia de Jane acharam ela?

Eleanor Parker tinha um brilho de esperança nos olhos mas quando seu marido negativou com a cabeça ficou em choque. 

— Acharam o corpo de uma garota nas aguas, e não conseguem ter certeza que é Jane pelo estado de decomposição e pediram que fossemos até a divisão de homicídios tentar reconhecer.

Os gritos de desespero ecoaram o quarto alguns amigos da família que estavam ali correram em auxilio mas nada acalmava o sentimento que se formava em pensar dizer Adeus para alguém que merecia muito mais que um fim daqueles.

O senhor Parker segurava o choro com todas as forças e foi o único que juntou coragem para ir até o local para identificar o corpo, não demoraria quinze minutos para chegar até o local e fazer o reconhecimento, mas o que deveriam ser quinze minutos tornou-se meia hora e nenhuma novidade chegava, as esperanças eram pequenas talvez ele só estivesse tomando tempo para contar a verdade. 

Edward estava em pedaços, ele não queria perde-la e mal conseguia entender tudo que estava acontecendo, parecia que seria pra sempre tarde demais. 

O seu celular tocava mas Anne que estava com ele desligava as ligações, sabia que poderia ser pessoas especulando as noticias que corriam rápido. 

A porta do apartamento se abriu rapidamente e a expressão de Parker não era boa nem ruim. 

—Aquela menina estava tão inchada que era impossível distinguir seu rosto, mas ela tinha uma tatuagem de coração na cintura e pelo que eu saiba Jane não tem uma tatuagem ali.

Edward suspirou em alivio. 

Anne ainda com medo do pior questionou se tinham certeza disso... —Tem certeza que ela não tem? é muita coincidência... 

—Jane tem pássaros na nuca e um dente de leão na parte superior do tórax. 

Edward falou com os olhos como se lembrasse perfeitamente do seu corpo em sua frente, ele via o desenho e poderia até desenha-lo de olhos fechados, ela era ainda mais linda sem roupa. 

 Ed Acordou do devaneio percebendo que havia falado demais, Anne já estava sem jeito e os pais de Jane suspiraram de alivio ao lembrar das tatuagens da filha. 

—É aquela moça não tinha estas tatuagens. 

Senhor Parker passou a mão pelos cabelos como se tentasse apagar a cena da mente, só de pensar que Jane pudesse ser achada daquele jeito o fazia ter vontade de morrer. 

—Eu vou sair por ai, vou procurar Jane pelos mesmos lugares de novo, eu tenho certeza que nada aconteceu com ela, Jane esta viva! 

Edward levantou decidido, pegou sua jaqueta de couro e jogou nos ombros deixando a namorada e a família pra trás. Entrou no carro e começou a percorrer as ruas, pegou o celular e começou a ouvir os recados deixados, alguns eram de amigos já prestando condolências e outros eram pessoas especulando, mas ouve um que chamou a atenção, era um numero que não tinha adicionado no celular e ele parecia surgir diversas vezes desde a ultima hora como se estivesse em desespero para falar com ele. 

Agarrado a essa esperança ligou de volta. 

—Alo?

—Tentei falar com você e outros dois números mas acho que a menina me deu o contato errado, você está procurando uma moça de uns vinte e poucos anos? Pois a alguns dias achei uma moça caída na praia ela estava um pouco machucada e parecia estar muito debilitada, ela esta no hospital Franciscana de Seol. 

— Estou indo para ai, me espere. 

Edward acelerou, só poderia ser Jane, quem mais decoraria seu numero. 

Ao chegar no hospital correu para o balcão de informações e as moças indicaram o andar e o quarto onde a moça havia dado entrada. Ao entrar no quarto em desespero viu que Jane estava sobre a cama pálida, com faixas pelo corpo e parecia dormir.

—Sou Edward, obrigado por encontra-la, por traze-la, obrigado mesmo! 

Edward chorava por ter a encontrado, ela estava ali, viva e respirando, sua Jane não tinha o deixado. 

Ele se aproximou e segurou a mão dela e tocou suavemente seu rosto quente. Jane abriu os olhos lentamente e pareceu pensar no que falar. 

—Jane o que aconteceu?

Jane franziu as sobrancelhas... — Quem é você?

Edward congelou, e o silêncio tomou conta do quarto...

Os olhos do rapaz começaram a marejar e Jane começou a rir. 

— É brincadeira bobo! Você é o zé mané que eu me apaixonei. 

Edward não teve como não rir da capacidade de Jane de fazer piadas sem graça nos momentos inoportunos. 

—Você não sabe o quanto te procuramos, estão todos desesperados, falando nisso preciso avisa-los. 

Edward mandou rapidamente mensagens para os pais de Jane e continuo a olhar para a garota a sua frente. 

— Desculpa Jane, eu sei que tenho minha parcela de culpa nisso. 

—Não tem Ed, nossa vida é feita de escolhas, mas antes que interpretem errado eu não tentei cometer suicídio, eu jamais teria essa coragem, e antes disso eu com certeza teria dado na cara de sua namorada...

—Jane...

Ed a advertiu

—Ta, tudo bem vou continuar fazendo de conta que superei. 

— Não é isso, eu não posso seguir com isso, não posso seguir com Anne... Acho que só há lugar pra uma dissimulada na minha vida, e sabe... Cuidar de você dá um grande trabalho. 

Jane tentou fazer cara feia mas não era momento pra isso, era tudo o que ela precisava ouvir. 

—Jane Parker, eu passei um inferno nos últimos dias pensando que tinha te perdido, talvez eu precisasse disso pra entender que você é insubstituível, e que é a única em meu coração. Me desculpe por ser um idiota, você sabe que eu sempre fui ignorante com meus sentimentos de verdade, não pode haver felicidade na minha vida sem você, então agora por favor não fuja de mim também. 

Droga! —Jane resmungou...

—Eu estou me declarando pra você e a única coisa que você fala é droga?

— É que eu não tenho nada pra gravar isso, vai que você muda de ideia...

Edward sorriu e aproximou-se ainda mais do rosto de Jane. —Não tem como mudar algo que sinto desde que conheci o amor de verdade... Você pode até ser a garota que magoei, mas não se resume a isso, você é a garota que eu amo, você é a garota que eu preciso. 



A garota que você magoouOnde histórias criam vida. Descubra agora