Capítulo 22

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Jane estava confusa e com raiva, ela sabia que Edward sempre foi alguém com um parafuso a menos mas aquele comportamento era desconcertante. 

—Fale alguma coisa Jane. 

Edward também parecia agitado ao ver que Jane não estava contente e muito menos tocada com sua gentileza repentina.

—Peônias

—Peônias?

— São as minhas favoritas, acho rosas tão... tão... Comum?— Edward levantou uma das sobrancelhas e parecia um pouco desconcertado. 

—Mas acho que valeu a intenção. Sabe Ed eu acho que esse comportamento não combina com você, beijos, rosas e falar em romance, com a minha pessoa. 

— Jane não dificulte as coisas. 

— Dificultar? A minha dificuldade é não confiar em você pelo fato de ser sua culpa, as vezes parece que você esqueceu as coisas que me falou em Seol.

—Jane eu sei que agi mal, mas não tem como esquecer isso?

— Eu acho que nunca vou conseguir esquecer. — Jane olhou os prédios passando pela janela do carro. Ed ia se pronunciar mas perdeu a fala.

—Foi torturante sabe? As piadas, xingamentos, vindo de alguém que você estima. Na escola as pessoas te olhando como se você tivesse feito algo de errado para elas, quando na verdade elas nem te conhecem, elas conheciam as coisas que você falava sobre mim e não foram boas. 

— Eu sei. Isso me dói também, saber que eu te fiz sofrer assim, fui um completo idiota... Sabe, você já fez algo pra alguém por pura raiva? E de repente você se arrepende profundamente. 

Edward olhou Jane puxando seu rosto em sua direção para que ela lhe olhasse no fundo dos olhos. 

— Está chorando?

—Não é nada, são as lembranças elas me fazem sentir tudo na mesma intensidade como se fosse agora. E também a uma pessoa que eu sempre lembro quando a palavra humilhação e dor surge em alguma conversa. 

— Quem?

—Kathe. 

— E quem seria essa?

— Alguém que sofreu coisas piores, mas hoje ela não esta aqui pra contar. — Jane suspirou e notou rapidamente que aquelas palavras deixaram Edward curioso, e Kathe ficava em um passado guardado a sete chaves, aquilo ela não dividiria com ele pois ele a odiaria e isso ela não queria. — Se se importa prefiro não tocar no assunto, o único assunto que temos agora é essa sua mudança repentina. 

Edward suspirou e se espalhou no banco do carro pensativo. 

— Ed, eu não posso, não posso retribuir um sentimento no qual eu nem tenho certeza ser verdadeiro. 

— Você pode confiar em mim Jane, eu quero você... Se você achar que é impossível retribuir tudo bem, eu pego minhas coisas volto pra Seol e quando você voltar seguimos nossas vidas sem nos envolvermos. 

Se ao menos Jane pudesse dizer o que sentia seria fácil, mas o orgulho falava tão alto. Como poderia dizer que esqueceria tudo e receber ele de braços abertos, sabendo que de hora pra outra ele enjoaria dela e a deixaria. 

—Não, eu realmente não quero te dar essa chance. 

—É você conseguiu estragar todo o clima dessa noite. 

— Olha podemos ser amigos, pelo menos isso, mas sem sentir vergonha um do outro. 

—Jane eu não tenho vergonha de você. 

—Mas eu tenho de você seu jéca. —Jane sorriu descontraída, e Edward fingiu uma tristeza que não existia. 

—Você vai ver, sabe que eu sou muito melhor que esses manés dessa cidade. 

— Você é mais toxico que eles. 

— Impossível. 

Ambos caíram na risada. 




A garota que você magoouOnde histórias criam vida. Descubra agora