EDWARD
Logo depois que Jane saiu Daniel foi atrás dela, e Anne olhou pra mim confusa.
— Isso são os anéis? Era isso que ela queria?
—Sim.
Eu respirei fundo abrindo a caixinha e olhei por um instante para Anne já não tendo mais certeza se deveria continuar com o pedido.
— Eu vou falar com ela depois Ed, é que ela já me falou tantas coisas que eu acabei soltando tudo que estava entalado, desculpe.
— Vamos esquecer isso.
Falei mais pra mim do que pra ela.
Então ela se aproximou e abriu a caixinha das minhas mãos — São lindas, são nossas?
Eu assenti, queria poder pedir um tempo para pensar mas agora não tinha volta, peguei seu dedo e pus o anel. Agora você é minha namorada, era isso que você mais queria...
Ela concordou e eu não conseguia nem esboçar um sorriso. Ela colocou o outro anel nos meus dedos e me deu um rápido beijo, enquanto isso os demais que ficaram acabaram deixando a situação pra lá e vieram ao nosso encontro nos parabenizar.
Pedi com licença e sai de lá o mais rápido possível. Essa história de suicídio da amiga da Jane não parecia ser culpa dela e sim mais algum problema que despencou sobre ela, mas eu nada poderia dizer, Anne não falava mentiras e a única coisa que eu queria saber agora era a verdade.
Serena assim que me viu entrar na casa veio ao meu encontro preocupada.
—O que houve com a Jane, ela entrou aqui como um furacão, chorava e não falou com ninguém, simplesmente entrou em um carro e foi pra sei lá aonde.
—Daniel não a alcançou?
—Acha que ela iria parar se um de nós a chamasse. Preciso que me diga o que houve!
—Anne tocou em histórias do passado dela quando achou que ela iria atrapalhar meu pedido de namoro.
— E ela falou sobre o que?
—A morte de uma amiga dela.
—Kathe?
—Não sei...
— Sem querer ofender mas a sua namorada ta longe de ser uma boa pessoa, esse assunto é tão delicado.
Eu nada pude dizer, ela tinha razão.
A noite passou rapidamente e ninguém tocou no nome de Jane que até agora não havia aparecido, estávamos começando a ficar preocupados quando vimos um carro preto parando em frente a casa e Jane saindo dele de forma desengonçada, completamente bêbada, Serena e Daniel correram ajuda-la e ela dava risada, as pessoas que viajavam com a gente olhavam a cena abismado e logo começaram os cochichos, as palavras matou a amiga, culpada assassina estavam entre as palavras que tentaram falar em um sussurro, Jane sorriu amarga.
—Pronto agora até aqui vão me chamar de assassina e me culpar, vamos continuem, podem falar de mim, podem me por la embaixo, nada os torna tão diferentes de mim!
—Ah, cala a boca você é podre!
Uma garota que com certeza não nos conhecia gritou para ela e as outras pessoas também começaram a insultar.
Anne era a única calada e parecia sentir o peso de seu desaforo em cima de Jane.
—Vocês acham que eu me importo com o que vocês falam?
—Até o Ed seu ex namorado nem te defendeu ontem quando a história veio a tona, como nós aqui poderemos aceitar esse tipo de criminosa entre a gente.
Jane parou de sorrir.
—Eu não falei por que eu não tenho nada pra falar, e vocês também deveriam ficar quietos.
—Eles tem razão, se o babaca que você é ao menos tivesse dito que acreditava em mim eu não me sentiria tão mal.
Ela cuspiu as palavras e Serena praticamente a carregou de lá para o seu carro, terminou de pegar as malas e estava pronta pra ir embora, Daniel se ofereceu para ir junto mas Serena achou melhor ficar sozinha com ela.
JANE
Durante o caminho para casa Serena nada falava, apenas parou em uma lanchonete na estrada pegar um café e comecei a me sentir melhor.
De repente a cena da praia me veio em mente e Edward calado ao ver sua namorada me culpando e jogando na cara meus atos quando a única coisa que eu queria era por um fim naquilo.
O primeiro soluço saiu e sem aguentar mais pedi que Serena parasse o carro no acostamento e corri para a praia até conseguir respirar e deixei todo meu esgotamento vir a tona, todas as lagrimas guardadas, tudo que eu sentia também, me sentei na areia e senti Serena sentar do meu lado e me abraçar.
— Se quiser conversar, estou aqui Jane.
O nome dela era Kathe, você deve saber por que nossa amiga em comum de Manhattan deve ter contado pra você.
—Sim, eu sei que ela não era uma pessoa legal.
—Mas isso não muda o fato do que aconteceu, vou te contar tudo.
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A garota que você magoou
RomansaEm um mundo de aparências e pessoas complicadas é difícil aceitar o amor que acontece naturalmente. Ela era linda e eu era cego demais pra perceber, mas espero que não seja tarde pra dizer que me apaixonei.