Capítulo 3
Bethany Cortez POV
Durante muito tempo da minha vida senti a necessidade de ter alguém ao meu lado para compartilhar meus momentos, viver a fase ruim e ser meu suporte. Até que entendi que eu posso ser a companhia perfeita para mim, posso me acarinhar, me mimar, me amar e me ajudar em todos os momentos da minha vida. Jamais abandonaria minha essência e era isso que me prendia a minha liberdade.
Sim, quero ter um marido, uma casa próximo à praia e filhos. Mas não tenho pressa para achar o homem certo para mim, hora ou outra vai aparecer e será quando menos esperar. Espero que dessa vez seja uma paixão tão intensa quanto Justin, que foi completamente arrebatadora e desestruturou as minhas barreiras... Entretanto, sinto a urgência em me tornar mãe. Desde que me estabilizei, comecei a ganhar dinheiro, meu maior sonho se tornou engravidar e ter comigo alguém para que eu pudesse amar insanamente. Não queria ser mãe tarde, aquele parecia o momento perfeito.
Com cuidado, desci minhas pernas da parede e me levantei. A cena era bizarra, mas novamente havia feito Gael não usar a camisinha e ainda gozar dentro, mais de duas vezes. Abri o chuveiro na água gelada e me joguei embaixo sentindo a minha pele arrepiar.
Ashley estava cem por cento certa em dizer que engravidar de Gael era a maior burrice da minha vida, mas era ele a pessoa com que eu estava me relacionando sexualmente naquele momento. Não tinha tempo para conciliar muitos caras e quando beijava outras boca era em boates, não podia ficar grávida de um cara qualquer. Eu não queria e nem tinha planos de obrigar o cara a se tornar pai... Eu me daria bem como mãe solteira.
Enrolei meu corpo no roupão e sai do banheiro, encontrando Gael já vestido para ir embora. Raramente ele dormia na minha casa.
— Eu vou encontrar com os caras para curtir um pouco. Não vou ficar com você hoje. — falou se aproximando e colocando as mãos no meu rosto — Tudo bem para você?
— Sim, vou encontrar meus amigos também. — beijei seus lábios — Aproveita a sua noite.
— Vamos pixar alguns muros. — sentou-se na beira da cama e começou a calçar seu par de tênis — Você poderia ir comigo.
— A programação me parece ótima mas realmente já marquei um compromisso.
Não, eu não iria pixar lugar algum. Seria uma coisa tão divertida se eu tivesse dezesseis anos e o sangue de aventura ao ponto de poder ser pressa ainda corresse em minhas veias. Hoje eu sou uma gestora, não posso me envolver em coisas assim. Se ao menos fosse um em algum muro permitido da cidade, até iria para acompanhá-lo.
— Espero que se divirta, gata. Tenho que ir agora, mas podemos nos ver essa semana?
Balancei a cabeça concordando e beijei seus lábios mais um vez em despedida.
Meus amigos não gostavam muito de Gael por ele ser totalmente infantil em todos os aspectos, segundo ele jamais iria crescer e viveria tipo Peter Pan. Acho legal o conceito mas infelizmente temos que amadurecer em algumas coisas, sem perder a essência em ser jovem. E esse era o maior problema. Ele não queria crescer, não pensava em futuro e fazia de tudo para curtir a vida. Vivia fazendo coisas perigosas, participando de rachas e usando drogas leves. Isso com 30 anos de idade.
Após hidratar meu corpo, caminhei até meu armário e escolhi uma saia preta, uma blusa de seda azul e salto preto. Iríamos a uma balada, mas ainda sim queria estar elegante. Fiz uma maquiagem um pouco mais forte que o meu normal, destacando meus lábios num batom vermelho, e deixei meu cabelo curto solto.
Assim que estacionei meu carro na entrada da boate, coloquei minha pulseira da área VIP e olhei meu reflexo. Ajeitei a pequena bolsa em meus ombros e caminhei até a entrada, dando meu nome para o segurança. Éramos convidados de Justin Bieber, o capitão do time Boston. Então era uma coisa boa.
O ambiente era agitado e chique. Algumas pessoas conversando no canto, a pista de dança cheia e o remix tocando alto fazendo o corpo tremer. Caminhei até a área VIP e mostrei a pulseira para o segurança. Sabendo que estaria num ambiente cheio, fiz careta ao ver quase todos os meninos do time da faculdade ali, além de muitos outros homens altos e com cordões que valeriam o meu apartamento
— Ainda bem que você chegou. — Ashley disse alto em meu ouvido — Não estava mais aguentando o papo cueca. Até tentei dançar com aquelas mulheres ali, mas o foco delas é agarrar algum jogador.
— O meu também! — falei rindo — Acha que eu vim por que?
— Até que não seria uma má ideia.
Cumprimentei todos os meus conhecidos e fui apresentada a mais alguns homens. Sim, os jogadores do Boston também estavam no ambiente e eu agradeci por ter escolhido uma roupa bonita. Imagina sair feia nas fotos dos paparazzi.
Justin estava de longe conversando e rindo com um monte de grandalhão. Seus olhos me fitaram de cima abaixo e um sorriso de lado brincou em seus lábios. Suas roupas eram escuras, alguns cordões de prata, relógio e pulseiras brilhando entre as luzes neon. Respirei fundo.
— Preciso de uma bebida.
Caminhei até o bar, peguei uma garrafinha de vinho e caminhei até a pista de dança. Muitas mulheres dançavam por ali chamando a atenção dos homens. Era engraçado ver que de fato existiam mulheres que fariam tudo para levar jogadores para a cama.
Felizmente, começou a tocar charme e uma boa parte da pista ficou vazia. Com um sorriso no rosto, me equilibrando nos saltos comecei a fazer a coreografia de Before You Walk Out Of My Life. Joguei meus cabelos para o lado e movimentei meu corpo no ritmo. A pista de dança no andar debaixo era mais agitada.
— Está chamando atenção de todos. — Justin se aproximou falando alto em meu ouvido e eu sorri para ele — Fico feliz que tenha aceitado vir.
Parei de dançar e virei-me para ele. Nem com meus saltos conseguia ficar a sua altura. Sempre gostei de ser mais baixa que ele, pois cabia perfeitamente em seu abraço.
— É muito difícil ser bonita. — brinquei com um sorriso no rosto.
Não conseguia negar a mágoa por ele não ter acreditado em mim, ter terminado comigo e ainda ir embora sem nem ouvir o que eu tinha a dizer. Foi melhor daquela maneira, talvez se tivesse sido diferente meu sentimento por Justin poderia ser o pior do mundo... Muito pelo contrário, sentia pena e carinho. Queria que tivéssemos sido diferente.
— Deve ser difícil carregar esse fardo. — assenti rindo e balancei meu corpo no ritmo da música que tocava.
— Como está o futebol?
— Cada dia melhor. — ele estava muito perto e meu corpo rapidamente começou a se arrepiar. Assenti sorrindo e olhei para cima, encarando suas íris carameladas — Será que podemos nos encontrar fora disso?
Respirei fundo e por alguns segundos me senti perdida. Seria como dar uma segunda chance para alguém que, de certa forma, me fez um pouco mal ao me abandonar do jeito que foi feito. Mas não era uma pessoa qualquer. Justin foi o cara que mais amei e mesmo que nosso relacionamento tenha durado alguns meses, foram os melhores meses para mim. Afinal, não é questão de tempo. Você pode sentir em uma semana o que não sentiu em dois anos por uma pessoa, e está tudo bem. Não é errado gostar demais de alguém.
Vi o momento em que Justin franziu a testa. Talvez a minha reflexão estivesse demorando de mais. Novamente, puxei o máximo de ar que consegui para os meus pulmões e balancei a cabeça positivamente... Também era normal dar segundas chances.
Notas da autora:
Será que realmente vai haver uma segunda chance? Todo mundo é capaz de perdoar?
hmmmm
beijos, ka.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Química Perfeita || Justin Bieber
FanfictionFINALIZADA! O destino está sempre colocando pessoas em nossa vida, algumas são para ficar e outras apenas para nos ensinar alguma lição. Bethany e Justin tiveram todas as chances de ter seus caminhos unidos, mas aconteceu da forma menos esperada. B...