Química Perfeita || Justin Bieber

Quatro

CAPÍTULO QUATRO

Justin Bieber POV

— Por favor? Você não pode fazer isso por mim? Eu te pari, Justin!

Revirei meus olhos, bufando o mais alto que conseguia. Queria que ela entendesse minha frustração. Não era um pedido impossível, muito pelo contrário. Ela só me queria por mais alguns minutos, para tomar café com ela... O problema era que meu pai estava em casa, porque vi seu carro já estacionado na garagem.

Sem responder minha mãe, caminhei para dentro da casa com postura. Era enorme. Quando criança adorava brincar de me esconder dos empregados em cada cômodo. Chaz e eu fazíamos a maior festa do mundo no palácio dos Bieber – segundo meu próprio pai diz. Porém, quando cresci o lugar pareceu cada vez menor e senti a necessidade de sair de casa.

Não foi fácil, no começo aceitei a ajuda deles. Depois meus amigos e eu começamos com uma marca de roupa, e por fim abrimos uma loja. Lucrava o suficiente para que eu sustentasse meus luxos e agora, na reta final da faculdade, ainda tinha um estágio remunerado. Tudo bem que o dono do escritório era amigo do meu pai e isso me ajudou a ter a vaga.

— Pensei que não voltariam mesmo.

E logo percebi que Jeremy já me esperava para o café da tarde.

— Foi uma tarde incrível, querido! — minha mãe lhe deu um beijo na boca.

— Podemos não demorar? Tenho compromisso mais tarde.

— Acho que a sua amiguinha da noite pode esperar enquanto você toma um lanche com seu pai, certo?!

— Para a sua total surpresa, não é com nenhuma garota. E não, não posso me atrasar hoje.

Caminhei até a cozinha, cumprimentando todos os funcionários que estavam ali e me sentei na mesa ao canto. Era um lugar muito grande e para ocupar espaço, minha mãe decidiu colocar uma mesa de jantar ali – mesmo tendo diversas áreas para isso. Rapidamente os empregados começaram a servir a mesa, senti o cheiro do café preencher o lugar mas o cheiro melhor veio: chocolate quente. Era literalmente o que eu mais amava no mundo desde criança.

Meus pais entraram na cozinha juntos. Sentia que aquela seria uma reunião chata, então cogitei devorar a comida em cinco minutos e poderia sair correndo, mas seria difícil. Observei os dois sentarem, peguei o copo de leite com chocolate e bebi a maior quantidade de líquido que conseguia, tentando parecer não muito desesperado – mas eu estava.

— Como está o estágio? — Jeremy perguntou atento.

— Tranquilo. — respondi.

— Estamos pensando em abrir um escritório de advocacia para você, o que acha?

— O que eu acho vai importar?

— Para ser sincero, não. Estou comunicando que irei abrir, satisfeito?

— Nem um pouco. — sorri falso. Jeremy era o cara mais controlador e insuportável que eu conhecia e infelizmente ele amava brincar de marionete comigo.

— Filho, fique feliz porque você vai sair da faculdade com a sua vida feita! Isso não é demais? — Patrícia tentou amenizar o clima. Tinha um sorriso grande no rosto.

— Nossa, demais! — o falso entusiasmo ficou nítido no meu tom de voz.

— Justin, se não fosse por mim você ainda acharia que poderia ser jogador de futebol. — o ar de deboche do meu pai me irritou. Geralmente, os pais não deviam dar apoio aos filhos?

— Pois é, que tolo eu fui em ter um sonho. Ainda bem que eu tenho um pai super controlador que decidiu minha vida por mim, ufa! — fingi estar aliviado.