CAPÍTULO SEIS
Bethany Cortez POV
Peguei minha bolsa no banco de trás e corri para dentro da casa do meu pai. Estava morrendo de saudade da minha família e ontem quando ele me ligou para um almoço, foi quase impossível negar. Tinha muita coisa para conversar, colocar o assunto em dia e tudo mais. Entrei na casa usando minha chave e sorri vendo que tudo estava exatamente igual. Éramos apegados a memórias.
A casa era pequena mas era perfeitamente bonita, com a decoração que minha avó escolheu. A sala de estar de tamanho razoável tinham os móveis escuros e velhos, mas super conservados. Haviam três quartos, um para o meu pai, outro para a vovó e um foi por muitos anos dividido entre eu e Bernard – meu irmão. Respirei fundo, sentindo o cheiro de torta de maçã de longe.
— Querida! — Rick correu em minha direção e me apertou num abraço de saudade. Meu pai era um homem bonitão, tinha os cabelos escuros queimados de sol e se misturavam com os fios brancos da velhice.
— Quanto tempo. — retribui seu abraço apertado.
— Eu que o diga, você desapareceu.
— Reta final da faculdade, você sabe como é importante que eu esteja 100% ali ou já era. — ele riu e concordou comigo — Cadê todo mundo?
Ouvia o barulho na cozinha. Talvez por ser o maior cômodo da casa, todos sempre se reunião lá. Ao entrar, a cena que tanto aquecia meu coração estava bem na minha frente: minha avó pilotava o fogão, como sempre, meu irmão segurava sua filha em cima da mesa para que ela não caísse, enquanto minha cunhada ajudava cortando alguma coisa no balcão.
— Veja se não é a nossa universitária! — Bernard veio me abraçar com a princesa Angelina nos braços, a mesma se esticou para que eu a pegasse.
Minha família era um pouco pequena e bastante humilde. Bernard foi o primeiro de toda a família a se formar na faculdade – que ele mesmo pagava com o emprego na obra e por isso escolheu arquitetura, que não era nada barato mas com a bolsa de quase 90% ficou acessível. Meu pai tinha passado para um concurso da polícia e ganhava a vida assim. Minha avó, desde sempre trabalhava na casa dos outros como empregada, mas criou o filho com o maior carinho do mundo.
Abracei meu irmão e peguei minha sobrinha de três anos no colo.
— Tia Any, por que você sumiu? — questionou.
— Eu estou tentando ganhar um diploma, é uma merda. — fingi estar triste e ela riu.
— Não fala "merda" perto da criança, Beth. Está ensinando o errado. — Dona Ana me recriminou.
— Não fale merda até chegar aos dez anos, pode ser?! — virei para o ser humano minúsculo e loiro a minha frente. Tinha puxado a beleza da mãe, graças a Deus.
— Por que, tia?
— Porque eu sou grande e você é pequena, então automaticamente você deve fazer o que eu mando.
— Ela está quase do seu tamanho, Beth. — Olívia disse rindo para mim e eu fingi estar ofendida, fazendo a minha família toda rir.
— Ber, não está na hora de você assumir que a sua namorada na verdade é um jogador de basquete?
— Como descobriu? Tentei manter segredo. Pelo menos ela é operada.
— Vocês dois podem parar de falar merda? — meu pai disse gargalhando e negando com a cabeça — Lembre-se, Angel, vovô é grande e você é pequena. Não fale "merda" até chegar aos dez anos.
— Vocês são uns idiotas. — vovó revirou os olhos.
O almoço foi incrível ao lado de pessoas maravilhosas. Minha família literalmente tinha tudo de mais rico e precioso: amor, carinho e compreensão. Não éramos e nunca fomos podres de ricos, mas sempre agradecíamos pelo o que tínhamos e por nada faltar. Observava de longe a animação de todos com suas conquistas. Olívia tinha acabado de conseguir um emprego novo, como professora em um colégio particular. Bernard estava envolvido na obra de um enorme prédio no centro da cidade – além de muitos outros projetos que iram lhe gerar muita grana. Dona Ana estava aposentada, mas ainda sim vendia bolos para fora. Richard... Bom, meu pai estava quase se aposentando. E tinha eu, que estava quase me formando na faculdade.
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Química Perfeita || Justin Bieber
FanfictionFINALIZADA! O destino está sempre colocando pessoas em nossa vida, algumas são para ficar e outras apenas para nos ensinar alguma lição. Bethany e Justin tiveram todas as chances de ter seus caminhos unidos, mas aconteceu da forma menos esperada. B...