Vinte

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Justin Bieber POV

Andava de um lado para o outro dentro da sala de espera. Chris e Kayan estavam tentando me acalmar o tempo todo, mas era quase impossível. Meu coração batia acelerado. Tenho certeza que consegui umas dez multas de trânsito por ultrapassar sinais vermelhos e dirigir em alta velocidade. Mas fiz de tudo para Bethany acordar e ela não abria os olhos de jeito nenhum. Estava em pânico.

Ao chegar em casa e ouvir toda aquela gritaria meu sangue ferveu de maneira que não conseguia nem explicar. Patricia tinha ultrapassado todos os limites possíveis e tinha conseguido com que eu sentisse nojo dela. Sem dúvidas não teríamos mais contato. E eu juro que se algo acontecer com a minha família ela irá sofrer as consequências.

Meu pai não parava de me ligar um segundo sequer, mas eu recusava todas as ligações. Ele estava sendo um cara um pouco diferente nos últimos meses, mais presente na minha vida e mais interessado nos meus objetivos, sem se meter muito. Apenas fazia um papel de pai, o que eu não estava muito acostumado... Porém admito estar gostando.

Parei de andar quando vi Chaz vindo em nossa direção chorando, saindo do setor de cirurgia.

— Meu filho nasceu, galera.

No momento em que liguei para Chaz e contei o que aconteceu, Ashley ficou tão desesperada que entrou em trabalho de parto. Levamos as duas para o mesmo hospital... E tudo bem, já estava na hora de Edward vir ao mundo.

— Estou muito feliz por você, irmão! — lhe dei um abraço.

— Alguma notícia?

Neguei um pouco aflito.

A família de Bethany estava reunida na capela. Sua avó era extremamente religiosa e não tirou os joelhos do chão desde que chegou, o restante estava lá dando apoio. Eu precisei me manter longe, porque tudo aquilo era culpa minha... Da minha mãe.

Não entendia muito a necessidade dela de estragar com tudo. Entendia menos ainda o motivo dela aparecer na minha casa meses depois do meu casamento e simplesmente atormentar minha mulher daquele jeito. Não peguei a conversa toda, mas ouvi o suficiente para querer esganar a minha própria mãe e esse é o pior sentimento do mundo.

— Justin! — Ricardo saiu da ala vermelha com uma roupa um pouco ensanguentada e rapidamente meus olhos se arregalaram.

— Meu Deus... — sussurrei aflito, levando as mãos à cabeça.

— Bethany está bem. Infelizmente tivemos que fazer o parto da bebê, ou então ela não resistiria.

— Minha filha está bem?

— No momento tivemos que deixá-la entubada para que o sistema dela comece a reagir. Devido ao trauma era perigoso demais não entubar.

— Ela vai ficar bem?

— Esperamos que sim! — sorriu de lado — Você pode vê-la através do vidro. Infelizmente não posso deixá-lo entrar na sala por agora.

— Eu quero ver!

Todos seguimos do Dr. Ricardo pelos corredores. Ele parou em frente a uma janela e aponto para a única bebê ali. Estava com alguns fios presos no corpo e tinha os olhos fechados. Ela era muito pequena. Estava usando uma fralda, touca, luvas e meias. Tinha uma respiração tão lenta que parecia que podia parar a qualquer momento.

Meus olhos lacrimejaram e eu coloquei as mãos no vidro. Eu sonhei tanto com o momento que pegaria a minha filha nos braços. Seria nosso primeiro contato e a primeira pessoa que ela veria. Sonhei com cada detalhe. Bethany e eu chegamos até a planejar o parto uma vez, porque queríamos saber exatamente como seriam as nossas reações.

Química Perfeita || Justin Bieber Onde histórias criam vida. Descubra agora