PRÓLOGO – Temporada 2.
Bethany Cortez POV
Minha melhor amiga estava no FaceTime me encarando. Sentada na privada me sentia uma completa tola por estar ali, talvez pela terceira vez em dois meses. Tudo que eu queria era que aquele maldito resultado desse positivo. Sim, eu tinha um bom emprego e uma boa casa. Faltava realizar o meu maior sonho: ser mãe. Não me importava nem um pouco de fazer aquilo sozinha.
— E aí? Passaram quase dez minutos. — Ashley disse respirando fundo
— Estou com medo. — admiti, um pouco mais perdida que o normal.
— As mulheres decidem quando querem ficar grávidas. No seu período fértil você transou com o Gael sem camisinha?
— Sim! E ainda fiz aquele lance de ficar de cabeça para baixo.
— Então... Tenho certeza que deu certo.
Peguei o palitinho e fitei triste a única listra vermelha. Não, novamente eu não estava grávida. Para a felicidade de Gael, provavelmente.
— Não rolou. — falei baixo.
Minha melhor amiga respirou fundo e mordeu o lábio.
— Pensando pelo lado positivo, pelo menos não está grávida do Gael. Imagina que triste ter um filho de um cara que não aceita a idade e age como se tivesse dezesseis.
— É verdade. — sorri de lado — Te vejo mais tarde no jantar. Te amo.
— Não fique triste. Também te amo.
Desliguei a chamada e joguei o palitinho fora, indo até a pia. Respirei fundo para o meu reflexo no espelho, lavei minhas mãos e sai do banheiro, voltando para a minha sala. Não estava grávida mas estava no emprego dos meus sonhos – ou quase.
Não tinha a minha própria boate, mas frequentava todas as possíveis. Também não era podre de rica como imaginei que seria após a faculdade, mas conseguia bancar tudo o que gostava. E eu não tinha a minha própria empresa, mas talvez um dia. Trabalhava como chefe do setor administrativo de uma empresa de contabilidade no centro da cidade. Era um bom local e um bom emprego.
A vida depois dos vinte é completamente complicada e fodida... Sim, essa era a minha maior e melhor definição. Aos vinte e cinco anos, literalmente tudo que eu queria era ficar grávida. Tentava dar volta no Gael para que ele esquecesse a camisinha ou gozasse dentro, e parei meus remédios sem ele saber. Me faria de maluca, com certeza! Imaginei a cena diversas vezes: "Meu Deus, como isso aconteceu?" "Gael, quando esquecemos a camisinha?"
Tentativas falhas. Cortei meu remédio tem quase um ano e desde então enganei Gael diversas vezes. Todos os testes deram negativos. Até fiz exames para saber se o problema era eu e segundo minha ginecologista estava fértil e pronta para gerar um bebê... Talvez o problema seja a pessoa que esteja transando. Mas se tocasse no assunto filho perto do nego, ele ficava nervoso e fugia.
Gostava da ideia de ser a chefe e de ter pessoas que obedeciam a mim. Sem contar que acabei virando exemplo para algumas pessoas... Agora eu tinha estagiários. Felizmente tinha orgulho da minha trajetória e de tudo que conquistei.
Seis horas da noite brilhava no relógio. Desliguei tudo da minha sala, peguei minha bolsa e meu celular. Teria que me arrumar em tempo recorde para o jantar de noivado de Chris e Kayan.
Como estava a vida?
Kayan e Christian irão fazer um casamento na praia em um mês. Estavam felizes no luxuoso apartamento próximo à praia. Literalmente no dia da formatura eles deram um beijo de cinema no meio do campus. De início, os amigos estranharam muito mas depois foi algo normalizado e motivo de felicidade – segundo Chaz, ele sempre desconfiou.
Chaz e Ashley ainda estavam juntos, sim. Não pretendiam casar nunca, pois era um gasto de dinheiro desnecessário e com o dinheiro, fizeram uma viagem para o Brasil. Moravam juntos no centro da cidade, pois Chaz tinha seu próprio escritório de advocacia e Ashley dois empregos: trabalhava algumas vezes da semana em um hospital e outros dias estava em seu próprio consultório. Um sonho que ela queria realizar era abrir sua própria clínica onde trataria apenas da mente humana.
Adentrei minha casa correndo, tirando minhas roupas pelo caminho até o banheiro. Me enfiei na água morna, tentando não molhar os cabelos e esfreguei todo meu corpo com pressa até me sentir limpa o suficiente. Me enrolei na toalha, indo em direção ao meu quarto. Era tudo silencioso, infelizmente meu sonho de morar perto da praia ainda estava meio longe. Fiz uma maquiagem fraca e coloquei o vestido preto acima dos joelhos, ele era aberto do lado e as alças eram finas.
Durante o caminho até à casa dos meninos, ainda trabalhava pelo celular. Tentando não me estressar com funcionários e muito menos com meu chefe. Estacionei o carro em frente ao condomínio, na vaga de visitantes e desci do veículo pegando minha bolsa. Sorri para o porteiro que me conhecia e elogiou meu vestido.
— Você chegou! — Kayan gritou, abraçando meu corpo com força.
— Eu tentei chegar na hora. — falei sorrindo, adentrando a casa.
— Esperamos você, não se preocupe.
Cumprimentei todos os meus conhecidos. Não estava muito cheio, segundo eles, o casamento já teria pessoas demais e aquele dali era um momento íntimo. No fundo, tocava uma música clássica que não combinava nem um pouco com a personalidade deles e garçons passavam servindo champanhe e vinho em taças.
— E então... — Ashley parou ao meu lado, falando baixo.
— Não começa. Não estou grávida.
— Acho que você deveria procurar outra pessoa, Beth. Gael é tão frouxo que não serve nem para engravidar alguém. — resmungou, cruzando os braços.
— Eu não vou engravidar de qualquer um. Pelo menos o Gael é...
— Um sexo. — me interrompeu — Beth, você está com um cara de trinta anos que tem a mentalidade de alguém de dezesseis. Ele não passa de um sexo para você, porque te conhecendo bem, sei que jamais vai assumir algo com alguém assim. Realmente quer que ele seja o pai do seu filho?
Respirei fundo, virando a taça de vinho com calma. Escolhi não responder porque sua pergunta me fez refletir mais do que o necessário. Ashley me conhecia tão bem que chegava a dar raiva, sabia que sempre quis ao meu lado um homem que tivesse visão de futuro e que curtisse as coisas boas comigo, totalmente o oposto de Gael. Mas minha maior vontade era ser mãe, ter alguém que ninguém poderia tirar de mim e quebrar o laço. Era meu maior sonho e se para isso eu tivesse que enganar um cara que parecia mais um moleque... Para mim, tudo bem.
Chaz se juntou a nós e rapidamente mudamos de assunto. Começamos a falar de viagens por que meu casal aventureiro estava planejando o próximo destino. Segundo eles, eu precisava ir também porque estava na hora de aproveitar. Desde que acabou a faculdade, corri muito atrás do meu futuro. Quebrei a minha cara algumas vezes, fiz algumas pós graduações e alguns cursos que deixaram meu currículo inegável. Não tive um tempo de férias e descanso, foi correria atrás de correria.
Me apoiei na sacada, fitando o mar batendo. Não estava me sentindo feliz, toda vez que fazia um teste e dava errado me sentia meio perdida. Era como se faltasse aquilo para me completar. Ouvi a movimentação vinda da sala e a animação de Chris ao gritar o nome "Bieber". Literalmente minha noite não podia ficar pior.
Notas da autora:
Olá, meus nenês! O que estão achando da estória até aqui? Como acham que será o final? Faltam poucos capítulos e talvez as atualizações demorem mais um pouco porque estou tentando fazer algo perfeito e surpreende.até o próximo. beijos, ka.
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Química Perfeita || Justin Bieber
FanfictionFINALIZADA! O destino está sempre colocando pessoas em nossa vida, algumas são para ficar e outras apenas para nos ensinar alguma lição. Bethany e Justin tiveram todas as chances de ter seus caminhos unidos, mas aconteceu da forma menos esperada. B...