Jimin
No primeiro momento que pisei naquele colégio, minha vida tinha virado um inferno. Nunca quis tanto sumir, Infelizmente teria que culpar meu próprio pai por esse ilustre castigo. Sim, castigo! No primeiro ano do ensino médio acabei repetindo por causa de faltas e notas ruins, não por ser preguiçoso e sim por conta de problemas pessoais que ele não entendia.
Desde pequeno via que minha família não é tão estruturada, é a mais problemática possível. Mamãe batia em mim sem motivos, só para descontar sua raiva e revolta, a gravidez não foi planejada e muito menos desejada. Ela nunca foi um mãe de aconselhar e proteger o filho, esse papel era do meu pai que sempre me deu proteção e amor. Só que aos poucos minha mãe foi se afastando, até se divorciar do papai e ir embora sem olhar para trás. Foi uma grande tristeza saber que não me amava, passei a ser uma criança silenciosa, não falava sobre meus problemas com ninguém. Fiz errado, pois isso me enlouquecia, mas a minha infância não foi tão ruim assim.
Brincava sozinho, mas mesmo assim era feliz. Brincava de tudo, cozinhar e até carrinho. Passava o dia todo vendo desenho, via minha família brigar, mas não entendia nada. Era como se eu fosse mudo e surdo, vivia em minha imaginação. Porém, ao passar dos anos, fui entendendo as situações e via que meu pai brigava com a própria mãe por minha causa.
Entendia que ele só morava no mesmo teto que minha avó, por causa de mim. Para não me fazer sofrer, tudo que meu pai fazia era para me proteger, mas essa proteção tinha um grande preço pra ele. Comecei a me sentir culpado, não poderia ficar doente que brigavam feio, então fiquei com medo de contar certas coisas.
Na minha puberdade, comecei a me surpreender com mudanças em meu corpo. Cintura mais fina, pernas longas e bumbum grande. Um verdadeiro ômega, mas eu crescia muito rápido, estava maior do que os outros ômegas da minha escola. A minha professora disse que eu sou mais evoluido que os outros, poderia ficar feliz com isso, mas era o começo do meu pesadelo.
Papai conseguiu fazer parte da polícia, seu cargo é de major. Eu sabia que conseguiria, nos mudamos para um apartamento e eu finalmente tive meu próprio quarto. Já acostumado com o regime da polícia e treinamentos, no seu tempo livre o mesmo me ensinava táticas de lutas e exercícios físicos pesados demais para um ômega, mesmo assim eu amava treinar com ele. Diz ele que é para aprender a me defender, que devo ser independente. Sempre me ensinou que por ser ômega não significa que eu seja fraco, que posso ser dono de mim, mesmo sem nenhum alfa no caminho.
Meu pai por algum motivo tinha uma aversão por alfas que chegava perto de mim, diz que não é para me aproximar de nenhum e assim o fiz. Vi que tinha razão quando rejeitei um alfa esse bateu em mim por não ter aceitado ser dele.
É, me inspirava nele, pra mim é um grande herói. A cada dia que treinava ficava com um corpo mais forte e evoluido que os outros da minha classe, mas depois que me viram ser diferente, todos se afastaram. Falaram palavras ruins e sujas, me sentia um lixo. Fui envergonhado na frente de todos quando dei meu primeiro beijo em um ômega. Sim, me apaixonei pela primeira vez por um lobo da minha classe, só que a sociedade não aceitou.
Passei a andar sozinho pelos corredores, muitas vezes apanhava e chegava em casa morrendo de dor. Não queria contar ao meu pai sobre esses maus tratos, certeza que ficaria triste comigo. Mais triste ainda quando passei a ter minhas crises de ansiedade, desenvolvi uma fobia social fortíssima. Nem queria sair de casa por medo das pessoas, dava agonia, me sentia estranho por ser tão diferente, não me encaixava em lugar nenhum.
Muitas vezes arrancava minhas próprias madeixas, minhas mãos ficavam geladas como um cubo de gelo e minha respiração falhava, é inexplicável. Como se tudo em sua volta não fosse a realidade, os piores momentos foram em meu quarto às quatro na manhã. Gritava, chorava, e me arranhava para fugir da agonia que nunca passava. Triste é que ninguém poderia ajudar, meus pensamentos são obsessivos até hoje e é difícil de controlar.
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Anormal (Terminada)
FanfictionNo colégio interno, Jeon Jungkook era conhecido como um alfa desleixado e despreocupado, cuja única preocupação era dormir. Sua rotina monótona ganha uma reviravolta quando um ômega, completamente diferente dos padrões que ele estava acostumado, sur...