Julgamento

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Jimin 

Acordei com dores em todo o corpo, minha cabeça doía muito e estou confuso. Não lembro de ter deitado na cama, fiquei sentado tentando lembrar do que tinha ocorrido. Vejo que minha mão direita está enrolada com gases e curativos, o quarto estava bagunçado e minha filha não estava lá. Levantei desesperado, abrindo a porta do cômodo indo para a sala, mas ouvi vozes do Namjoon e Yoongi, decidi parar de caminhar para ouvir o que estavam falando na cozinha.

— Jungkook se recuperou dos socos que levou? — Questionou Yoongi.

— Um pouco, ele mal conseguia dormir gemendo de dor, tive que jogar video game com ele pra se distrair. — Suspirou o mais alto — Ele está bem confuso e estressado, chorou muito também. 

— Dongsu deve tá enchendo o saco dele, as mãos do Jungkook estão atadas, não sabe o que fazer. Agora acontece uma merda dessas, eu sinto pena dele e do ômega, os dois vão ficar doentes com isso. 

— Jimin já está, ele não escuta ninguém, por isso aconteceu isso. Tenho medo que aconteça algo pior, o ômega é uma caixinha cheia de surpresas, Yoon você pode chamar o Jungkook para tomar café? — Depois disse Yoon foi para o outro corredor e eu fiquei encolhido, o que eu fiz? Será que fiz alguém bater nele? Céus, que desgosto. O alfa aparece com seu pijama de sempre e logo chama a atenção seu rosto roxo, até me assustei. 

— Jisoo está bem? — Nam perguntou 

— Ela está, não precisa se preocupar. — riu baixo — O hyung acordou? 

— Não entramos no quarto, o remédio ainda deve está fazendo efeito. Deve levá-lo a um psiquiatra de novo, para dizer ao ômega que deve tomar a droga do remédio. Sua cara está péssima. 

— Eu não vou para a universidade hoje, estou exausto. Tenho medo de ver a reação do hyung quando souber que fez isso comigo, acho que nunca iria se perdoar. No momento estou decepcionado com ele, dói muito vê-lo assim. — Confessou Jungkook, eu suspirei, enchendo meus olhos d'agua. Caminhei para o quarto, sentando no chão, abraçando minhas pernas. Eu machuquei a pessoa que amo, que tipo de monstro eu sou? Estou morrendo de vergonha, me odeio por isso. Vi que alguns brinquedos da minha filha estavam quebrados e deduzi que eu quebrei tudo, cada vez mais sinto vergonha de mim e eu não tenho coragem de olhar para os meninos sabendo que dei trabalho. Eu fui tomar um banho rápido, vesti meu conjunto de moletom cinza e peguei minha mochila para sair de casa, nem dei trabalho de me arrumar muito, pois estou apressado, passei pela sala e ouço Yoongi chamar meu nome, ignoro saindo correndo de casa, indo para o ponto de ônibus. 

Durante o trajeto chorei, sentia um vazio no peito e angustia. Cheguei na faculdade indo para o refeitório, pegando uma tigela de leite e cereal, sentando em uma mesa qualquer, suando frio. Sou um covarde, é isso que sou. 

— Chim?! O que faz aqui? Não sabia que tomava café da manhã na universidade. — Tae senta perto de mim. — Espera um pouco, está chorando? 

— Estou, está cego? — falei, fazendo o beta franzir o cenho. — Me desculpe, Tae. 

— Certo... Pode contar o que houve? Jungkook fez merda? Vejo que sua mão está machucada. 

— Ele não fez nada, foi eu, droga! Não tomei a merda do remédio e acabei machucando o alfa. Quebrei metade das coisas do quarto e da minha filha, sou horrível, o pior marido do mundo. 

— Mas hyung, você sabe que não pode parar por conta própria. 

— Eu sei, mas fui teimoso. Prejudiquei minha família, já basta do ex dele na cola, agora eu. Estou pensando seriamente em dar um tempo nesse casamento e voltar para casa do meu pai. A cabeça dele está confusa, tenho que me virar sozinho. — afirmei 

Anormal (Terminada)Onde histórias criam vida. Descubra agora