Assustado

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Jungkook

Joguei minha bolsa no chão e sentei na poltrona do escritório, massageando as têmporas. Estava com muita dor de cabeça, é horrível lembrar do meu passado idiota, pensei que nunca mais tocaria nesse assunto, mas infelizmente tive que contar sobre aquele alfa nojento. Não demorou muito para ouvir Jimin bater na porta várias vezes chamando meu nome, não quero abrir. 

— Jungkook?! Abra a porta, não fique bravo comigo. Por favor, me desculpe por querer tocar no assunto, me deixe entrar. Eu quero te reconfortar. 

— Não quero abrir, agora não hyung. — suspirei

— Não?! Mas se isolar não vai adiantar, eu tentei fazer o mesmo, mas isso só me prejudicou. Estou ficando nervoso, não faz isso comigo amor. — Soluçou — Abra a porta.

— Chantagem emocional agora? Só não quero, entenda. 

— Certo, eu vou sentar aqui no chão até você abrir. 

— Jimin...

— Eu vou esperar. 

Passei minutos ali, achando que hyung tinha ido embora, porém ouço o choro da Jisoo e também ouvi o ômega tentando acalmá-la. Eu senti muito dó, então levantei da cadeira e destranco a porta, vendo o ômega sentado no chão com o rosto vermelho. As lágrimas não paravam de deslizar em seu rosto. 

— Hyung, vem cá. — ajudei o mesmo a levantar, o levando para dentro. — Deveria estar lá em baixo, se você caísse da escada? 

— Não seja dramático, eu vim aqui te ajudar. Odeio te ver triste, fiquei muito nervoso, minha mão treme e estou enjoado. — suspirou 

— Desculpe. — abracei o ômega e fiz carinho na nossa filha. — É que essas coisas mexe com meu psicólogico, eu não sou de ferro. Tive que aturar aquele cara por meses e não poderia pedir ajuda aos meus pais, eu tinha medo, vivia chorando e desesperado. Não tinha esperanças que minha vida iria melhorar, apenas queria fugir. 

— Tudo bem, tem direito de não querer falar sobre isso. Sei o que é aguentar tudo sozinho, parece que carregamos um grande peso. Então esqueça sim?! 

— Certo — sorri. 

— Amanhã temos que ir ao meu psiquiatra, tenho que tomar meus remédios certos. 

— Eu tenho uma prova importante, mas acho que dando justificativa tenho direito de fazer de novo. 

— Ok, você é incrível — sorriu fraco — Então está tudo bem mesmo? 

— Sim, vamos esquecer isso. 

— Eu vou descer. — andou rapidamemte e eu fui atrás, parando no meio do caminho, vendo o ômega entrar no quarto, com um semblante estranho. Já sabia que hyung mesmo sabendo que eu estava bem, ele ficou nervoso achando que é culpado. Passei a tarde inteira trabalhando e às seis fui até o quarto, vendo o mesmo dormir e Jisoo também em seu berço, me aproximei do ômega, deitando ao seu lado. Seu rosto estava inchado e o travesseiro molhado, mostrando que chorou. Suspirei tocando no mais velho e ele abre os olhos, com uma carinha triste. 

— Hyung, quer comer algo? 

— Não... Só quero ficar aqui — riu sem humor. 

— Você está estranho, te conheço. Ainda está nervoso? Eu disse que está tudo bem, não precisa se estressar por minha causa. Lembra que prometeu se controlar? 

— Sim, mas eu...  — começou a chorar. — E-eu não consigo, a culpa é minha, eu estrago tudo. — respirou fundo. 

— Calma, você não tem culpa. Está tremendo, tenta respirar fundo. Eu achei que tinha melhorado. 

Anormal (Terminada)Onde histórias criam vida. Descubra agora