Capítulo 27- Eu estou bem...

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16th, July. 2022.
New York Presbyterian Hospital
Manhattan, New York.
Saturday. 8:42pm.

Horário dos Estados Unidos.

POV Clare.

Hoje é sábado, o Martijn realmente não pode vir ontem, desde domigo passado eu não falo mais que dez minutos ao telefone com ele, Martijn está realmente atolado em trabalho. Ele já estava produzindo algumas coisas novas à algum tempo e agora está na fase em que não pode ficar longe do estúdio.

Elliot e Anne, estão literalmente com a agenda extremamente diferente da minha e eu não tenho tido contato com eles, uma vez ou outra no refeitório ou pelos corredores, mas nada a mais.

O Dr.Thomas ainda está no meu pé, não sei dizer se os atos dele evoluiram ou não, eu sinceramente passei a abstraír tudo que ele faz. Talvez a mudança esteja sendo lenta.

Meus amados colegas internos de neuro, ainda não simpatizam comigo e a insônia ainda me persegue.

Na terça, me surprieendi por não conseguir dormir mesmo com os comprimidos de diazepam. Nesse dia eu não dormi, na noite seguinte eu tomei clonazepam, e nos dias que seguiram também.

Eu tenho que parar, eu sei. Mas toda vez que fecho os olhos, a insônia me causa desespero, as horas vão passando e eu não durmo, minha cabeça dói, meus olhos ardem e a ansiedade que isso tudo me causa, faz eu querer me sufocar no travisseiro.

Hoje era meu final de semana de folga, mas decidi vir para trabalho mesmo assim. Ficar sozinha em casa, olhando para as paredes e morrendo de tédio, seria desesperador de mais com todo aquele silêncio. Martijn não veio e nem vem de qualquer forma e provavelmente também não vai vir na próxima semana, eu sei que ele não quer me contar que não vai vir, mas nem precisa, eu já sei que ele não vem e já sei que é por causa do trabalho.

Estou na emergência como voluntária para qualquer coisa em que precisem de mim. Mas até agora nada de especial apareceu. Cuidei de alguns pacientes de mal estar, e agora estou cuidando de um menininho.

- Bom... não poder mecher o dedinho com isso, mas é por pouco tempo. - Falei para o garotinho de dois anos que torceu o dedo indicador brincando com o pai.

- Acha que isso vai atrapalhar ele no desenvolvimento ? - A mãe dele me perguntou. Ela e o pai estão desesperados com a situação, chegaram aqui tão afobados que achei que o menino tinha aberto a o crânio.

- Ou que os movimentos do dedinho fiquem comprometidos ? - Disse se atropelando nas palavras.

- Já disse que precisam se acalmar. - Falei segurando a mão da mãe. - Vai ficar tudo bem, foi só uma torção simples, sem luxação ou qualquer coisa assim, o dedinho só ficou roxo por conta do impacto. Ele vai continuar tendo os movimentos normais, e não vai atrapalhar em nada no desesnvolvimento dele, ok ? Podem ficar tranquilos, daqui a duas semanas ele vai poder até torcer o dedo de novo, não é mesmo Simon ? - Perguntei a ele que sorriu, enquanto brincava com o meu estetoscópio. - Viu está tudo bem. Entendo que estejam desesperados, são pais de primeira viagem, mas não devem se culpar pelo o que aconteceu, dedos torcerem, ombros deslocarem, um braço ou perna quebrar é comum é um sinal de que vocês tem um filho, que sabe como se divertir e se aventurar. Todo cuidado e pouco mas tem coisas que não são tão grandiosas, embora pareçam.

- Você também tem filhos ?

- Não, mas tenho um irmão quase dez anos mais novo, uma vez ele torceu o dedinho do pé e ele tinha onze meses, não foi sério, mas eu fiquei deseperada. E eu era só a irmã, embora eu seja meio mãe de vez em quando. - Eles sorriram e acentiram. - Hoje ele é perfeitamente saudavél, então o Simon vai ficar bem.

The Pain of Love | Martin Garrix Onde histórias criam vida. Descubra agora