13th April
Manhattan, New York
Upper East Side.
New York Presbyterian Hospital
- 1h45...É o horário que aponta o meu relógio de pulso. Acordei com o som do meu celular tocando de uma mensagem da minha residente chefe.
- Emergência, agora!
1:43.Consigo escutar a voz dela gritando dentro da minha cabeça... Estou dois minutos atrasada, ela vai me matar. Certeza que se minha chefe pudesse me puxar pela orelha até a emergência, ela faria.
OK. Estou a caminho.-
1h45Respondi a mensagem sem me demorar dando desculpas, pois ela ela certamente não as aceitaria.
Essa é minha querida e amada, atual residente chefe, Dra Roberts.
Bom... ela é legal, uma excelente médica, com toda certeza, mas quando quer é uma general. Extremamente regrada e não aceita erros, muito menos atrasos e eu sou uma especialista em não responder as mensagens dela na hora exata em que ela envia, mas estou mudando! Essa semana me atrasei em respondê-la só uma vez ... uma única vez, talvez ela nem repare...
- Ou talvez ela te fuzile. - Disse para mim mesma enquanto pegava minha touca estampada no bolso da calça do uniforme azul.
Os sons estridentes das sirenes invadiam meus ouvidos, o desespero nos corredores começavam. Médicos e enfermeiros corriam, pegavam aventais e colocavam luvas, então apressei meus passos em direção à emergência do hospital, cuidando em não atravessar uma linha tênue entre caminhar em passos rápidos e correr.
- CLAIRE! - Escutei voz estridente de Anne, que parecia vir de trás de mim. Me virei e encontrei a mesma correndo até meu encontro. Anne não se preocupa em não correr nos corredores... e nem de gritar.
- Céus, não sabe não falar gritando? Tem alguma ideia do que pode ser todo esse desespero? Estava no On Call descansando e acordei com uma mensagem da Roberts.
- Não sei bem, estava assistindo uma cirurgia e me dispensaram pra emergência.
- Foi um acidente na Quinta Avenida... - Elliot invadiu a nossa conversa e o nosso espaço pessoal se colocando no meio de nós duas e explicando a situação. - Uma van sem freio e muitas pessoas na calçada... Deduzam o final.
- Como sabe? - O questionei.
- Estava no refeitório comendo e acabei de assistir na TV. Anunciaram que parte dos feridos viria para cá. Ainda não sabem se foi um acidente ou só um maníaco descontrolado.
- Certeza que essa correria se deve á isso. - Anne disse negando com a cabeça. - Quantos você acha que são?
- Não vi tudo mas acho que são mais de 20, a coisa estava feia. - Elliot respondeu enrugando a testa como se estivesse lembrando da cena.
- Eu aposto mais de 30, uma van, uma calçada, turistas aproveitando os últimos minutos das lojas, tudo propenso a um grande acidente. - Disse Anne para Elliot.
- 15 pratas? - Ele ofereceu, enquanto eu, estou incrédula no que estou vendo.
- Fechado.
- Não acredito que estão apostando sobre isso! Vocês não perdem essa mania, deve ter crianças nesse meio! - Disse revirando os olhos e rindo da aposta deles.
- Ah... qual é, eu sei que você quer apostar, você adora uma aposta.- Elliot disse arrancando gargalhadas minhas e de Anne.
- Estou sem dinheiro. Fica pra próxima. - Eles fizeram careta, mas infelizmente era verdade, o salário dos internos não é lá grande coisa.
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The Pain of Love | Martin Garrix
Romance-O amor dói. É um fato inquestionavel. Corações se partem durante a jornada tudo que temos que fazer é encontrar alguém no qual as partes se encaixem com as nossas.