Capítulo 16- Desculpa Martijn.

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May 14th.
Martijn Birthday
Amsterdam, Netherlands.
2:15 am

POV Clare.

Estou em direção a cobertura, faz duas horas, ví o caminho no Google Maps e estou fazendo ele a pé, inclusive é bem longe, andei de salto até onde pude, agora que já andei três quartos do caminho eu tirei o salto antes que meus pés morram. Ainda está frio, mas eu estou com o casaco do Osrin e não sinto tanto frio assim, as ruas estão claras por conta dos postes de iluminação, mas estão quase vazias, as equipes de limpeza e retirada de lixo estão trabalhando então não estou completamente sozinha. Sim, estou com medo de alguém cismar comigo e decidir me arrastar para um beco escuro, mas estou tão chateada e pensando em tantas coisas que quando saí da produtora não pensei nisso.

Meu celular estava desligado assim que saí da Stmpd, por que Martin e Taylor me ligaram tantas vezes e mandaram tantas mensagens que eu preferi desligar. Desde as 00:30 os dois estão me procurando. As 1:00 da manhã, liguei meu celular e respondi uma mensagem de Taylor.

Estou bem, mas não quero falar com o Martin e não quero ve-lo agora. Então por favor não diga onde estou.

Taylor respondeu que tudo bem, não contaria se eu deixasse o celular ligado para ele saber se eu estou bem e onde estou. Eu sei que meu celular é rastreado, desde que comecei a namorar sério com o Martin ele pediu que eu deixasse ele rastrear, os únicos que teriam acesso seria a equipe de segurança, sempre que meu celular estivesse ligado, saberiam onde eu estava e se estava tudo bem comigo. Ele não invadiria minha privacidade, observando cada passo meu e não pediria informações desnecessariamente a equipe de segurança. Eu concordei, eu moro em Manhattan, tenho medo de sair na rua, assim pelo menos se eu morrer sabem onde está meu corpo. Pesado, mas real.

Martin fez a única coisa que eu não queria que ele fizesse, pedi para que nunca mentisse para mim, que nunca me traisse, não posso perdoar a traíção dele. Prometi para mim mesma que não perdoaria algo assim, minha mãe amava meu pai e sempre perdoava as traíções dele, no final das contas ela ficou sozinha, ele arrumou outra mulher e enfiou ela na nossa família, fez a gente passar mal bocados por conta das dívidas que ele fez gastando tudo que tinha e não tinha com aquela mulher.

Hoje eles ainda estão juntos, minha mãe ficou desolada por muito tempo, meu pai praticamente nos abandonou, as coisas iam piorando e ele parecia cada vez menos ver isso. Minha mãe se reencontrou com um amor de infância, o Roberto, ele tinha se casado com outra mulher, meses depois que ele e minha mãe se separaram por um mal entendido, desde então ele nunca a esqueceu, a esposa dele sabia do amor dele pela minha mãe, ele mesmo nunca escondeu, depois de 23 anos juntos eles não iam bem e decidiram o divórcio, um ano depois minha mãe e o Roberto se reencontraram e decidiram viver juntos. No final a história é feliz, minha mãe e Roberto se amam muito, ele é um padrasto incrivél, tem dois filhos que são muito meus amigos e eles são felizes. Mas eu não tenho o emocional, nem a força para entrar em um relacionamento abusivo como o dos meus pais eram. Eu era a filha, e passei por tantos traumas psicológicos, que hoje tenho problemas sérios com insegurança, insuficiência e desconfiança de todos ao meu redor. Sofri de anciedade, escondido. Não queria que minha mãe soubesse. Quando fui para faculdade, comecei a me tratar sozinha. Minhas consultas eram feitas por formandos da faculdade de pscicologia. Eu era meio que uma cobaia, mas qualquer ajuda era bem vinda. Funcionou, hoje eu já estou muito melhor do que era.

Já estou no bairro dele e estou cansada de andar, meu celular ainda está ligado mas está com dois por cento de bateria, são três da manhã. Me sentei em um banquinho da rua e mandei uma mensagem para Taylor.

Meu celular vai desligar, pode vir me buscar ?
3:10am.

Ok, estou a caminho, não
saia de onde está.
3:10am.

The Pain of Love | Martin Garrix Onde histórias criam vida. Descubra agora