Upper West Side
Manhattan, NY.
August.
9:00amPOV Martijn
Eu definitivamente odeio despertadores. Essa coisa barulhenta tem a única função de fazer meu dia começar da pior forma possível, sendo acordado sem nenhuma delicadeza.
Bati o braço na mesa de cabeceira e peguei o celular da Clara desligando o despertador.
Clare não está mais aqui o que faz eu imaginar todos os lugares onde ela possa estar. Mas o barulho vindo da cozinha e passando através da porta fechada do quarto me mostra que ela se encontra lá.
Me levantei, peguei uma bermuda de moletom na minha mochila e vesti.
Abrindo a porta e saindo do quarto consigo vê-la de pé, de costas para mim, apoiada na pia da cozinha com o celular em uma mão e uma caneca em outra.
Ela tomou um gole do líquido e colocou a caneca sobre a pia.
Andei até ela sem fazer barulho e abracei pelas costas. Ela se virou rápido e se afastou.
- Meu Deus, Martijn. Não... Não me assuste assim!- Franzi o cenho realmente confuso. - Desculpa... - Ela disse colocando a mão na testa. - É que você chegou sem fazer barulho e... Eu... Desculpa.
- Relaxa. Eu que tenho que pedir desculpas, não queria te assustar. Depois de tudo o que aconteceu ontem você ainda deve estar em choque.
- Não... Não precisa. Tá tudo bem... Vamos esquecer isso. Quer saber vamos fazer de novo, ok?
- Como assim?
- É... Volta lá para o corredor e me abraça de novo. Eu amo quando faz isso. - Eu ri e ela sorriu.
- Tá falando sério?
- Sim, seríssimo. Vai Martijn.
- Ok! - Levantei as mãos rendido e voltei para o corredor. - Tá pronta? - Falei rindo e ela riu de volta.
- Calma eu vou virar de costas. Agora sim. - Ela disse rindo.
Andei de volta até ela e abracei de costas cheirando seu pescoço ao mesmo tempo. Suas mãos deslizaram sobre meus braços e sua cabeça caiu no meu ombro.
- Bom dia. - Falei e ela riu.
- Bom dia, meu amor. - Ela se soltou virando para mim e abraçou meu pescoço com cuidado. - Bem melhor agora não é?
- Sim, com certeza. - Ela me deu um selinho. Eu dei outro e afastei um pouco o rosto.
Hoje ela aprece melhor. Um pouco mas brincalhona, mas as marcas físicas, de seja lá o que ela nunca me fala que está passando, ainda se fazem presente.
- Vai querer café? - Acenti ainda abraçado com ela.
- E você já comeu alguma coisa ou só tomou café? - Ela me deu a língua. - Tem que parar com essa mania. Não dá para viver a base de café, e você sabe disso. - Nesses dias aqui em Nova York, consigo ver o quanto a Clare perdeu peso. Seu rosto está levemente mais fino, as calças um tantinho mais largas, os olhos mais fundos, mais cansados. - Você sempre fala que eu tenho que me alimentar bem, mas você mesmo nunca segue suas regras.
- Mal dos médicos. - Ela disse sorrindo. - Não estou com fome.
- Mas vai comer alguma coisa sim.
- Martijn, não aja como se fosse a minha mãe. - Ela disse e riu. - Vai querer torradas?
- Sim. Mas só se você também comer.
- Ok, eu como. - Ela revirou os olhos.
- Revirar os olhos é falta de educação. - Falei pela milionésima vez. Ela nunca me escuta, realmente não sei por que eu tento.
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The Pain of Love | Martin Garrix
Romance-O amor dói. É um fato inquestionavel. Corações se partem durante a jornada tudo que temos que fazer é encontrar alguém no qual as partes se encaixem com as nossas.