May, 15th.
Amsterdam, Netherlands
7:18pmPOV Martin.
Faz nove horas que ela foi embora e eu estou na Stmpd. Quando saí do banho, imaginei que ela estaria dormindo, mas não estava, pensei que pudesse ter ido para varanda, ela sempre vai para lá, mas também não estava. Entrei no Closet e ví os cabides vázios, as gavetas entre abertas, também vázias. As malas não estavam nas prateleiras também.
Desesperadamente coloquei a primeira calça de moletom que vi e uma camiseta branca, calsei o primeiro tênis que vi fora do armário, e andei até o quarto. Reparei nas coisas em cima da mesa de cabiceira, um amarrado com alguns euros e meu cartão que deixei com ela. Mas isso era o de menos, em cima do notebook, tinha um papel e a caixa verde-água da pulseira que dei. Abri a caixa e lá estava a pulseira apedrejada que comprei a alguns dias atrás.
O Papel marfim, dobrado que aparentava ter cido rasgado de um caderno com rapidez, tinha meu nome em cima, uma calígrafia esticada e bem desenhada, letra que já conheço dos bilhetes que ela me deixava. Dentro tinha um texto, grande e com a mesma calígrafia, dessa vez menor, mas as letras estavam escritas retas, nem parecia um papel sem pauta. E dizia:
"Caro Martijn."
"Eu sinto muito, sinto por não ter cido suficiente, por não ser apta a preencher tal papel e posição, por não ficar, principalmente. Eu te amo, incondicionalmente e com todo meu coração, desde a primeira vez que nos separamos. Quando fechei aquela porta atrás de mim, sabia que te amava e que dali para frente iria doer, e doeu, eu chorei e gritei, mas todos os dias eu levantava e focava em te esquecer, mas não deu. Não adiantou esconder suas coisas dos meu olhos, limpar minha casa para tirar as suas marcas, trocar os lensóis e abrir as janelas para tirar o seu cheiro, por que quando eu fechava os olhos você ainda estava lá. Não adiantou nem as taças de vinho, por que quando a bebedeira passava e a ressaca vinha tudo que eu queria era ficar na minha cama, mas minha cama não tinha mais graça, você não estava lá, eu sabia que não sentiria você me abraçar durante a madrugada, nem me acordar caso eu passasse do meu horário. E então você voltou, eu achei que tinha ficado louca, mas não. Era realmente você. Então eu enfrentei o meu medo, minhas incertezas, minhas inseguranças e me joguei do penhasco que era amar você. E eu caí, e não me arrependi de estar caindo por que era uma queda prazerosa, mas é como diz a física, a força da gravidade se multiplicou e minha queda ficou cada vez mais rápida a cada centimetro que eu avançava. Começamos a nos desentender, mas não queriamos aceitar por que queriamos de qualquer forma ter um ao outro, mas não podiamos e ainda não podemos. Então eu cheguei ao chão, forte de mais e rápido de mais. Não posso te perdoar, por que prometi a mim mesma que não perdoaria algo assim. Se eu te perdoar agora, perdoarei de novo e de novo, entraremos nesse ciclo sem fim e não é o que eu quero para nós. Minha chegada ao chão doeu, ainda está doendo e ainda irá doer mais por que a recuperação é a parte mais dificil. Mas mesmo que eu esteja, quebrada e esmagada e eu irei levantar, e voltar a andar, por que não importa em quantos pedaços meu coração foi partido o mundo não para, para que eu o concerte. Precisamos de um tempo para ter certeza de queremos isdo. Que cada um lide com a sua dor, com o seu fardo, com suas marcas e com suas sequelas. Eu te amo e sempre amarei, você foi o primeiro, e nunca vou esquecer o pequeno tempo que passavamos juntos, mas ainda não estamos prontos para isso. Sinto por ter que ir, e deixar você. Espero que compreenda o por que estou indo embora."
"De Clare."
Dobrei a carta e coloquei no mesmo lugar que ela deixou. Chamei Joe e pedi que me levasse no Aeroporto, pedi para que Joe corresse o máximo possível, cortamos os carros e provavelmente meu carro tem umas cinco multas diferentes e eu nem dirijo, Muitas de alta velocidade, direção perigosa, ultrapassagem de sinais fechados, estacionar em vaga para taxistas... mas eu não me importei, precisava encontrar ela antes do embarque.
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The Pain of Love | Martin Garrix
Romansa-O amor dói. É um fato inquestionavel. Corações se partem durante a jornada tudo que temos que fazer é encontrar alguém no qual as partes se encaixem com as nossas.