Capítulo 45 - Nem por alguns segundos.

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Hospital Can Misses
Ibiza, Espanha

POV Martijn

Levamos menos de cinco minutos da Marina Ibiza para o hospital Can Misses. Claire foi forte e se manteve acordada todo o percurso, ela não falava, não conseguia, apenas tossia e chorava de dor em silêncio, a todo momento. Sua cabeça estava enfaixada e os paramédicos não sabiam se seu ferimento era mais grave. Fui bombardeado de perguntas e não sabia bem como respondê-las.

- Qual seu nome?... Senhor o seu nome.

- Martijn Gerard Garritsen. - Minha mãe respondeu, então as perguntas passaram a ser para ela.

- Qual o nome completo dela? - Minha mãe me olhou eu respondi.

- Claire... Não, Clara... Clara Helena Rodrigues.

- É espanhola?

- Não, brasileira. - Olhei para Claire que estava imobilizada na maca com os olhos cheios de lágrimas.

- São casados? - Neguei e comecei a chorar mais, não... Não somos e se algo acontecer com ela, nunca seremos.

- Em que hotel estão hospedados?... Senhor...

- Não é um hotel... É uma casa, mas... Não sei o endereço, eu não me lembro, desculpa...

- Tudo bem, você precisa ficar calmo ok? Ela vai ser bem tratada... Sabe se ela tem alergia a algum medicamento?

- Não... Não eu não sei. - A paramédica olhou para a Claire e tentou falar com ela, ela estava consciente, conseguia falar, mas toda vez que o fazia, ela tossia o que claramente doía muito.

- Clara, sei que está cansada querida, mas sabe se tem alergia a algum medicamento?

- Mor... - Tosse e feição de dor. - Morfina.

- Morfina? - Claire piscou concordando. - Certo, já estamos chegando, ok?

Ela agarrava a minha mão com a força que lhe restava e prometi a ela que não a deixaria sozinha, o que a tranquilizou, porém quando chegamos no hospital fomos obviamente separados.

Ela foi para uma tomografia de emergência e eu fiquei lá parado vendo a mulher da minha vida sendo arrastada em uma maca para um lugar que nenhum de nós dois conhecíamos, com pessoas que eu não entendia o que estavam falando.

Foram horas até uma notícia. Tempo suficiente para minhas roupas secarem e ficarem de uma cor estranha, tinham manchas vermelhas desbotadas do sangue da cabeça de Claire e outras eram vividas e foram escurecendo com o tempo.

O paramedico disse que ela não perdeu muito sangue, mas não era o que minhas roupas mostravam.

Minha mãe sabia que eu não sairia do hospital para nada até que tivesse uma notícia então, Ellie, que eu achei que já estava na França a essa altura, apareceu com mudas limpas de roupa e me convenceu a tomar um banho no hospital.

Depois disso, um medico apareceu dizendo que Claire tinha ido para um procedimento quase cirúrgico de drenagem dos pulmões, a pancada na cabeça não havia sido tão séria era o equivalente a um nocaute, mas disse que se ela tivesse batido em um ângulo minimamente diferente, teria morrido com o impacto.

Obviamente nada me tranquilizou. Só teria certeza que ela estava bem, até vê-la e constatar por conta própria.

Claire foi encaminhada para a UTI por conta de regras e procedimentos padrões com afogados. Não pude entrar no quarto para vê-la, porém depois de muita insistência, se compareceram pelo meu desespero.

Pude ver a minha Claire atraves de um vidro em um corredor escuro de hospital. Ela estava deitada, o cabelo ainda meio úmido, os lábios levemente roxos, ela parecia estar com frio.

The Pain of Love | Martin Garrix Onde histórias criam vida. Descubra agora