Capítulo 21 - O que está realmente a acontecer

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Ruas da Cidade, 22h50...

Lucy

A Erza e eu tínhamos acabado por ir jantar fora, e ela não me fez qualquer tipo de pergunta sobre eu ter faltado às aulas ou acerca do meu choro.

Entramos em casa e já eram 23h00. A Levy e a Juvia já estavam a dormir quando chegamos, por isso fizemos o mínimo de barulho possível para não as acordar. Nem sequer acendemos as luzes, porque a Levy tem um sono mesmo muito leve.

Estava com uma lanterna a preparar os livros para o dia seguinte, quando bati com a canela da perna nos pés de um banco que estava no meio do chão.

– Ah! – Acabei por gritar, esquecendo-me completamente das meninas que estavam a dormir.

Quase de imediato, as luzes acenderam-se e tinha todos os olhares postos em mim.

– D-Desculpem... – Pedi baixo.

Estava mesmo mal. Sentia-me exausta e todos aqueles olhos na minha direção deixavam-me nervosa, quase a chorar.

Pus o banco no sítio e virei-me de costas para que ninguém visse as minhas lágrimas a caírem no chão. Bufei para mim própria como se estivesse a repreender-me.

Senti uma mão a tocar no meu ombro. Olhei rapidamente e as minhas suspeitas confirmaram-se: mais uma vez, era a Erza.

Voltei a virar a cara para que ela não me visse a chorar. Acho que as outras perceberam o que se estava a passar porque levantaram-se e vieram ao meu encontro.

– Lucy, olha... Porque é que faltaste às aulas? Tu sabes que podes falar connosco sempre que precisares, não sabes? – Podia sentir a incerteza na voz da Levy.

A Juvia deu-me um lenço e com a sua magia fez a água que escorria pelo meu rosto desaparecer.

– Lucy, eu acho que devias falar connosco. Conta-nos o que se está a passar. Talvez nos possamos ajudar. Ou então para pelo menos desabafares. – Disse a Erza num tom preocupado, seguindo-me até ao sofá.

– Acreditem, não há ninguém que me possa ajudar... – Disse, escondendo a cara no lenço que a Juvia me tinha dado.

_ Mas então pelo menos conta-nos. Pode ser que te sintas melhor depois de falares connosco. – Pediu a Levy.

Ela ficava engraçada despentiada, o que me fez dar um pequeno sorriso que as meninas não puderam ver por causa do lenço.

– Bom... Eu... – Comecei.

– Eu nem sequer sei o que é que tenho... – Acabei por admitir.

A cara da Erza revestiu-se de confusão e de mais preocupação do que aquela que já tinha.

– Bom, é que... Vocês não sabem, mas hoje... – Continuei.

Sentia as minhas bochechas a aquecer, estava com vergonha de contar o que se tinha passado de manhã entre mim e o Natsu.

– Hoje... Hoje... – Tentei dizer.

– Desembucha! – Disse a Erza quase a desmaiar de preocupação.

– Hoje de manhã eu e o Natsu beijamo-nos! Pronto! – Elasei, deitando a cabeça nas minhas pernas para esconder as minhas bochechas vermelhas.

A reação da Juvia e da Levy foi de espanto, e por sua vez a Erza saltou do sofá e começou a correr à volta da mesa.

– Eu sabia que havia algo entre vocês! É como na novela! Eu sabia, eu sabia, eu sa-... – Começou ela, mas eu enterrompi-a com um guincho.

– Nós não temos nada um com o outro, não é nada disso! – Confrontei-a com a cara vermelha.

Ela deu pequenas risadas e deitou-se no chão e começou a balançar-se, agarrada a barriga.

Nunca tinha visto a Erza naquele estado e era engraçado, por isso resolvi aproveitar aquele raro momento e desmanchei-me a rir com ela. As outras acabaram por se juntar a nós, ficando assim a casa cheia de gargalhadas e de queixas sobre dores de barriga por causa do riso.

Acalmamos todas e a Erza puxou uma cadeira. Não para se sentar nela, mas sim para se encostar na mesma.

– Mas e então, qual é o problema nisso? – Retumou a Juvia, confusa.

– O problema é que o Natsu desculpou-se dizendo que aquilo não devia ter acontecido, que o beijo tinha foi um erro. – Exclareceu a Erza.

– Agora lês pensamentos? – Quis saber, voltando a corar.

– Mas então isso significa que tu gostas dele, não é? – Quis saber a Levy.

Tirei os meus olhos tristes do chão e encarei-a, surpreendida.

– Eu? – Perguntei mais a mim mesma do que às meninas.

Nunca tinha pensado nisso. Se fosse o caso, então isso explicava as minhas reações estranhas sobre tudo o que ele diz.

A Erza deu-me um sorriso, e eu continuava a perguntar-me a mim mesma se de facto seria esse o caso.

– Não, é obvio que não! – Respondi à Levy quase cinco minutos depois de a pergunta ser exposta.

– Como assim, "claro que não"? – perguntaram todas em coro.

– Porque é que eu me iria apaixonar por ele? – Questionei-lhes, a elas e quase a mim própria.

– Além disso, eu nunca me apaixonei por ninguém... – Confecei.

– Isso explica o porquê de não saberes o motivo das tuas reações, porque não sabias o que se estava a passar. Posso apostar que saíste da praia quando a Lisanna apareceu e que faltaste às aulas por não quereres encarar o Natsu. – Disse a Erza, lendo mais uma vez os meus pensamentos.

Suspirei, deixando as minhas teorias malucas sobre o amor de lado e perguntei-lhes vermelha e envergonhada.

– E o que é que se faz quando se está apaixonada? Há algum antídoto para isso...? – Quis saber.

Elas começaram a rir, pousando todas elas uma das suas mãos na minha cabeça.

– Faz aquilo que o teu coração te mandar! – Disse a Erza, confiante.

– E, se conseguires... – Continuou a mesma, enquanto as outras trocavam sorrisos com ela.

– Confesa os teus sentimentos. – Finalizou.

O meu rosto encheu-se de espanto, mas entendi o que elas queriam dizer. Mostrei-lhes um pequeno sorriso, o que as deixou notoriamente mais aliviadas sobre o meu estado psicológico.

Com tanta conversa acabamos por perder a noção do tempo e ficamos na boa vida até à meia noite, mesmo sabendo que tínhamos aulas no dia seguinte.

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