Fairy Tail - Academia de Verão T1

Capítulo 32 - Um novo membro

Guilda, 08h30...

Erza

Já tínhamos entrado para a primeira aula e estava tudo a decorrer com a mesma normalidade: a Levy, a Lucy e eu éramos as únicas que prestavamos atenção à explicação; a Wendy, a Juvia e a Charls falavam umas com as outras animadamente; e os rapazes atiravam aviões de papel uns aos outros ou riam-se de coisas sem interesse.

Tudo decorria na maior algazarra, quando alguém bateu à porta, instalando-se o silêncio na sala.

– Entre. – Disse o Wakaba, que era quem nos estava a dar aula no momento. Parecia que ele já sabia de quem se tratava, mas não tinha a certeza.

A porta abriu e o Mestre apareceu.

– Bom dia a todos! – Saudou-nos o mesmo com um aceno de mão e um dos seus sorrisos.

– Mesmo sabendo que já todos o conhecem, quero apresentar-vos um novo membro da vossa turma. – Disse num tom animado.

– Podes entrar, rapaz! – Disse ele, virando-se para o corredor.

Quando vi quem estava a entrar pela porta deixei o queixo cair e de seguida sorri, contente.

– Jellal! – Quase gritei. Ele respondeu-me com um sorriso e cumprimentou o Wakaba.

De seguida o Mestre estalou os dedos e uma mesa com uma cadeira surgiram do meu lado direito, e o Jellal caminhou até ela para se sentar (ao meu lado!).

Todos começaram a cumprimentá-lo docemente e eu fiquei contente com as suas reações. Acho que acabei por me tornar na aluna mais faladora da sala, pois já não falava com o Jellal há cerca de uma semana, e na altura parecia que não iria ter mais tempo para pôr a conversa em dia.

Lucy

Quando acordei (depois de ter dormido com o Natsu pela terceira vez), ele não estava na cama, nem em lado nenhum.

Por momentos pensei que tinha alucinado com a presença dele aqui em minha casa, por causa da febre alta, mas quando vi os pacotes de bolachas dos armários todos vazios percebi que tinha sido tudo bem real...

Ele beijou-me e eu beijei-o. Estava confusa e precisava de falar com as meninas para desabafar.

Em relação à minha constipação, estava bem melhor. A medicação aparentava ter feito milagres e estava quase boa, de maneira que hoje já não precisava de trazer gorros nem luvas para a Academia (o que tinha o seu lado mau porque não tinha nenhuma desculpa para usar o cachecol do Natsu...).

– Lucy! – Ouvi o Gray a chamar-me alto.

– Diz? – Olhei para ele surpreendida.

– Aleluia! Já é a quarta vez que te chamo! – Ripustou ele, meio zangado.

– Ah, desculpa. – Pedi, forçando um sorriso.

– Sim, sim... Olha, parece que esta noite as meninas estão a planear irmos todos jantar fora, para comemorar a vinda o Jellal. – O mesmo disse-me num tom mais alegre.

– Fixe! Para que horas está marcado? – Quis saber.

– Por volta das 20h00, 20h15 no restaurante. É aquele a que nós fomos almoçar depois do jogo de basquete da semana passada. – Relembrou-me ele.

– Hmm, está bem. E... Sabes quem é que vai? – Perguntei um pouco a medo.

– Acho que só vai a nossa turma. Porquê? – Quis saber ele.

– Só curiosidade! – Disse com gargalhadas falsas no final. Ultimamente ando a fazer isto vezes demais...

O Gray afastou-se e eu peguei num livro que comecei a ler, desviando-me por uma vez na vida dos meus pensamentos, dos meus receios, dos meus sentimentos...

Guilda, 15h00...

Natsu

Ainda não tinha falado com a Lucy sobre o beijo que lhe tinha dado ontem. E ela também não tinha falado comigo sobre nada.

Confesso que também não sabia o que é que me deu para fazer aquilo. Nem sei porque é que a relembrei do beijo que pedi na aula prática.

De facto, desde que a Academia começou, as coisas entre mim e a loirinha começaram a mudar. Acho que sinto algo diferente por ela, comparando a minha relação com as outras raparigas.

A começar pelo meu cachecol! Nunca o emprestei a ninguém, nunca mesmo! Fosse qual fosse a situação!

E de um momento para o outro, ela ficou com ele quase o dia todo.

E se não fosse a minha atitude estúpida de a ignorar e estar com a Lisanna na praia o tempo todo, provavelmente ela ficaria mesmo com o cachecol até ao final do dia.

– Natsu. – Ouvi o Gray chamar.

– O que é que queres, cuequinhas?– Perguntei num tom de gozo.

– Cala-te... É só para dizer que hoje temos um jantar para dar as boas-vindas ao Jellal. É às 20h00, naquele restaurante onde almoçamos a semana passada. – Informou-me o stripper.

Lembrei-me logo de quando a Lisanna apareceu e me atirou ao chão nesse dia, quando fomos à praia.

– Então. Podemos contar contigo? – Quis saber ele.

– Claro. E com o Happy também. – Informei-o, virando-me para a frente de novo. Estávamos a meio de uma aula.

Não sei bem quando é que tinha acontecido, mas ouvi dizer que houve uma briga qualquer entre a Lisanna e a Lucy, por causa de ela estar ontem a usar o meu cachecol.

Também reparei que elas não se falavam e apenas trocavam olhares mais medonhos que o da Erza, o que me deixava arrepiado e um pouco traumatizado.