Capítulo 44 - Novo dia

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Edolas, Guilda, 10h30...

Lucy

Aproximei-me do Natsu e ele estava a dormir. Parecia mesmo um anjinho...

Passei a mão pelos seus cabelos cor-de-rosa e de seguida fiz uma festinha no seu rosto lindo. Deixei escapar um sorriso por causa da cara feia mas ao mesmo tempo engraçada que ele fez, deveria estar a sonhar com o Gray. Provavelmente seria mais uma das suas lutas sem sentido na qual ele vencia.

– Lisanna... – Ele deixou escapar, dando automaticamente um tiro no meu peito.

– Lisanna... – Ele voltou a repetir, desta vez espancando o meu coração.

Deixem uma lágrima cair no seu rosto e contive a respiração: não me tinha apercebido das lágrimas a deslizarem pelas minhas bochechas, por isso limpei a cara desajeitadamente.

Levantei-me e saí do quarto. Ele que continuasse a sonhar com a sua amada... Pouco me importava.

– Bom dia, loira! – Desejou-me a minha sózia ao passar por mim no corredor.

– Bom dia! – Retroquei com o melhor sorriso falso que arranjei.

Ela pousou o tabuleiro que trazia nas mãos e olhou-me seriamente.

– Nós podemos ser diferentes em muitos aspetos, mas não te esqueças que sei como são os meus sorrisos falsos, e consequentemente, também sei como são os teus. – Disse-me ela.

Deixei o queixo cair e a única coisa que consegui fazer foi abraçá-la.

"Porque raio é que fiz isto? Pareço maluca!", berrei para mim própria em consciência.

Ela agarrou-me e deu continuidade ao abraço, o que me surpreendeu bastante. Afinal, tínhamos mais parecenças do que eu imaginava...

Depois de longos minutos abraçadas, finalizei aquele gesto afectuoso e saí da guilda para ir espairecer.

A minha sózia tinha-me dado a camisola rasgada verde e os calções que tinha usado em Edolas da primeira vez que viemos cá.

Quando vi aquelas roupas de novo lembrei-me de quando abracei o Natsu pelas costas e o impedi de se descontrolar depois de uma das lácrimas de Hearthland ser danificada.

Ao fechar a porta o mesmo pensamento invadiu a minha cabeça e limitei-me a sacudi-lo. O Natsu era a última pessoa em quem queria pensar.

Andei por cerca de dez minutos e encontrei um daqueles rios de Edolas que corriam de baixo para cima e que não conheciam as leis da gravidade, ou seja, nos quais a água não caía mesmo estando estes suspensos no ar.

Eram de facto lindos de se ver!

Sentei-me a apreciar a sua beleza enquanto ouvia algo que pareciam ser pássaros a cantar. Conseguia ver numa ilha mais abaixo onde várias pessoas cultivavam alguns campos com uma espécie de batatas e alguns cereias. Apesar de tudo, a comida de Edolas era muito parecida com a de Hearthland.

– Então estás aqui... – Ouvi um rosado dizer.

Bonito. Tudo o que eu queria era distância dele, e agora tinha que o confrontar.

Limitei-me a fingir que não o tinha ouvido, continuando assim a olhar para as pessoas que cultivavam os campos. Ele sentou-se à minha beira e tentei ignorar o máximo possível o olhar dele. Sem êxito...

Acabei por olhar para ele e perdi-me nos seus olhos cor verde azeitona.

– Aleluia! Pensava que me ias ignorar o tempo todo... – Disse ele, num tom com uma pitada de divertimento.

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