Capítulo 26 - Espírito de equipa

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Ilha onde são realizadas as aulas práticas, 12h10...

Lucy

Senti o meu corpo molhado e estava com frio. Alguém fez uma investida contra a minha barriga e logo de seguida comecei a tossir, deixando sair grandes quantidades de água da minha boca. Sentia-me fraca e só queria algo quente. Abri os olhos devagar e o meu olhar encontrou o do Natsu.

"A prisão de água...", pensei, lembrando-me do que se tinha sucedido.

– Estás bem? – O rapaz erguntou-me, preocupado.

Tentei sentar-me, mas parecia que não comia há três dias...

– Vai de vagar. Com calma. – Disse-me ele.

Enviei os cabelos que estavam à frente do meu rosto para trás da orelha e voltei a encará-lo.

Fiquei surpreendida com o abraço que ele me deu logo depois. Ele estava a tremer bastante e podia sentir o seu coração a bater a um ritmo acelerado.

O corpo dele estava quente. Era tudo que eu precisava naquela altura. Deixei a minha cabeça pousar no seu ombro e encaixei o meu rosto junto do seu pescoço.

–Desculpa... – Começou ele, puxando-me mais contra o seu peito.

Agarrei o colete dele e beijei-lhe o pescoço (era o único sítio que podia beijar na altura...).

Como resposta, o seu corpo deixou de tremer e o meu começou a aquecer, mas ainda tinha frio e ainda tremia. O vento estava a ficar mais forte e a água do meu cabelo ia escorrendo pelas minhas costas.

– Natsu... – Disse baixinho enquanto os meus dentes batiam uns nos outros.

– Eu tenho... Frio... – Informei-o entre respirações pesadas. Ele fez aparecer o gráfico da Academia e algumas mantas surgiram à nossa frente.

Depois de nos levantar-mos e de eu me cobrir com as mantas, ele pegou em mim e pôs-me nas suas cavalitas. Estava cansada e o frio nas minhas pernas mantinha-se, mas as mãos quentes do Natsu aqueceram-nas rapidamente.

Se podia ter "escolhido" melhor parceiro que ele? Claro que não...

Ilha onde são realizadas as aulas práticas, 14h00...

Lucy

O meu corpo já estava seco, o meu cabelo ainda estava mulhado mas já andava pelo meu pé, devagar. Não conseguimos encontrar lá muita comida e a que encontramos o Natsu obrigou-me (mais uma vez) a comê-la toda... Ou seja, o estômago dele estava a roncar à horas...

– Natsu, estás bem?... – Perguntei baixo.

Ele olhou para mim como se me estivesse a examinar, e finalizados os seus estudos, respondeu-me.

– Yah... – Ele disse o mais animado que conseguiu.

– Não és nada bom a mentir... – Confecei-lhe, tocando com a minha mão na sua. Era quente. Ele estava sempre quente fosse qual fosse a situação.

Dei-lhe a mão e senti algo estranho, o que me fez parar. Logo de seguida ele também parou, confuso. Peguei na mão dele e vi que esta estava com algumas feridas abertas.

Logo percebi que tinham sido causadas por ele me ter salvo, quando ele partiu aquela esfera de água em que fui presa.

Um sentimento de culpa preencheu-me. Afinal, se eu tivesse estado mais atenta ele não se teria magoado (mesmo ele estando todos os dias emvolvido em lutas).

A sua outra mão caium no meu ombro e corei, encarando-o.

– Isto não é nada. – Ele informou-me, dando-me um dos seus sorrisos lindos.

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