Desfrutem! <3
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- Não Anahí. – Ele falou em tom sério, cortando totalmente o assunto. – Vi como ficaste daquela vez e eu não quero estragar esse momento.
- Mas Poncho... – Implorou.
- Nada de "mas", em um outro momento.
Anahí sabia que não haveria outro momento. Ela sabia que não poderia contar mais. O dia havia sido perfeito, mas chegando em casa ela sabia que perdera todas as oportunidades de contar lhe a verdade. Fora covardia, ela sabia disto. Tinha de falar, mas, no entanto o medo fora ainda maior. Como dizer que tudo que ele acreditava, tudo que ele sabia sobre ela era mentira? Como sair dessa enrascada que nem fora ela mesma que criou? Ele pode ter criado suas próprias fantasias no início, mas já era mais que hora de ela contar tudo. Como ele reagiria sabendo que ela não havia desmentindo? Iria se sentir usado, enganado e com razão... Porém ela não havia criado essa mentira e agora não sabia como sair.
Ela devia ter insistido quando teve coragem, mas fora de grande alivio quando ele disse que não e a cada beijo que houve depois do primeiro tudo ficara cada vez mais difícil.
Teria de ser "na próxima vez".
Céus, ela saberia que não seria nunca. No fim das contas em seis meses ele não iria embora? Não acabaria tudo? Ela talvez nunca mais o visse. Mas ainda sim tudo parecia tão errado.
Tomou um banho com relutância, não queria tirar o cheiro de Herrera de seu corpo, o perfume da pele dele era tão bom. No final das contas, o banho lhe relaxou, mas nem por isso conseguiu dormir.
Herrera também não conseguiu dormir, mas não era por conta da preocupação e sim pela euforia. Nunca havia se sentido assim. Nem Heather havia feito senti-lo assim. Anahí o fazia feliz, o fazia sorrir pelos motivos mais bobos e às vezes até sem motivo, ela sempre fora perfeita, realmente ele não havia se enrolado, ela era perfeita.
Ele havia esperado o dia inteiro por aquele encontro e nunca pensou que ela aceitaria tão bem aquele beijo, e no fim passearam de mãos dadas e se divertiram como um casal de namorados adolescentes. Sabia que ao fim do semestre teria de voltar para Las Vegas, porém quem sabe Anahí não poderia ir com ele? Ele não se importaria de ficar seis meses separados, se vendo apenas algumas vezes, se ela estivesse decidida a ir para Vegas depois que terminasse a faculdade.
O que ele estava pensando? Eles recém haviam trocado alguns beijos e ele já estava pensado em "sequestra-la" de sua cidade natal e leva-la para Las Vegas com ele. Riu de sua própria demência. Só podia estar louco.
Segunda-feira ele estava ansioso por vê-la, e ela também sentia o mesmo. Almoçar com seu professor já fazia parte da sua rotina, afinal ele trocava um restaurante com uma comida maravilhosa por sua companhia no refeitório da universidade. Ela não sabia se faria o mesmo se os papéis fossem invertidos, faria tudo por ter uma alimentação melhor e mais saborosa durante a semana. Porém, não tinha do que reclamar, uma estudante que ganha pouco tinha que sentir-se mais que satisfeita por não viver a base de macarrão instantâneo.
O que incomodou Herrera fora o que ele havia ouvido depois de uma adorável refeição com uma bela companhia. Estava andando pelo campus quando sem querer pode ouvir uma conversa entre Anahí e sua amiga a qual teve que buscar o nome na memória. Tasha.
- Anahí, quando irá contar para ele? – Disse a amiga.
- Eu não sei. – Suspirou. – As coisas estão se encaminhado e cada vez menos eu tenho coragem de contar tudo para o Poncho, mas na hora certa. Na hora certa eu irei falar.
Ela não havia visto que ele havia ouvido, e ele achou melhor assim. Por mais que sua curiosidade fosse aguçada, ele confiava nela, e se ela dizia que iria contar-lhe, ele esperaria por ela. Ele esperaria que ela falasse, e tinha certeza que ela faria o que havia prometido à amiga: Contaria no momento certo.
Não que isso não tenha martelado em sua cabeça por mais algumas horas, porém o que poderia vir de tão ruim de uma menina como Anahí? Provavelmente era alguma bobagem, alguma insegurança e diante destes pensamentos que para ele eram certeiros tratou de esquecer o assunto.
Os dias se passaram e na quinta feira Anahí lhe fez o convite, queria ver de novo Herrera em privado, fora dos limites do campus. Ela estaria trabalhando pelos próximos fins de semana, porém a sexta feira seria livre.
- Eu gostaria de aceitar, porém não posso. – Respondeu Herrera cabisbaixo. – Irei para Vegas esse fim de semana.
Anahí sentiu um aperto em seu coração. Como assim ele iria para Las Vegas? Não. Ele tinha de ficar seis meses ali. Por que voltar tão cedo? Será que havia ocorrido algo no trabalho ou na vida pessoal dele que o fizera ter de abandonar a cadeira.
- Pensei que ficaria aqui até o fim do semestre. – Falou quase sem ar em seus pulmões.
- E vou. Irei apenas para o fim de semana. Quero ver minha mãe, meu cão... Meus colegas de trabalho, que chamo de família. Acho que será minha única oportunidade de ir a Vegas nesse semestre, antes de voltar em definitivo.
Por um momento a jovem respirou profundamente ele ainda não iria embora, mas em seguida seu coração apertou de novo e mesmo sem saber o de Herrera também. "Em definitivo". Um dia em que ela sabia que talvez não o visse nunca mais.
- Você deve sentir saudades, não é?
- Bastante. Você sabe como é. – Disse ele evasivo.
- Na verdade não sei. – Ela baixou o olhar. – Nunca tive pessoas de quem eu fosse sentir saudades.
Seu semblante era triste, era triste para ela lembrar-se que se um dia saísse de São Francisco não haveria ninguém que sentisse saudades. Talvez Tasha. Porém não haveria uma mãe, um pai, um irmão que fosse, que sentisse verdadeira saudade dela. Herrera não falou nada, e Anahí percebeu que era por que ela não olhava para ele.
- Vou saber quando você for. – Declarou.
Anahí olhou para Herrera, porém ele ainda se manteve calado. Ele queria mudar de assunto, perguntar-lhe outra coisa, mas não sabia se devia.
- Irá trabalhar agora?
- Não, somente a noite.
- Você janta antes de ir?
- Na realidade janto no campus.
- Não gostaria de jantar comigo hoje. Eu... Bem eu não quero que pense algo errado de mim, mas gostaria de ir ao hotel passar a tarde comigo antes de ir trabalhar?
________________________E aí, acham que ela vai aceitar?
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Good Morning ✖ AyA {finalizada}
FanfictionAlfonso Herrera é supervisor do turno da noite do laboratório de criminal de Las Vegas, e é convidado para dar um semestre de aulas sobre entomologia forense - no que ele é especialista - na faculdade de São Francisco. Filho de mãe surda e já quase...