Capítulo 18

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Oiiiiiii, olha quem apareceu aqui antes da data com mais um capítulo para vocês. Vocês pediram? não pediram? Então ta aqui!

Desfrutem <3
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Herrera tinha a mão enrolada em um pano de prato, ambos estavam na sala, porém sua discussão com Anahí poderia ser ouvida em todo o prédio. Ele falava aos berros, e não lhe dava chance de defesa.

- Você... Você mentiu para mim, você me enganou. – Urrou.

Andava de um lado para o outro e não sabia se a mão sã ia para sua cabeça para segurar-lhe os cabelos com raiva ou se pressionava o pano contra a mão que não parava de sangrar devido ao corte. Ele se sentia um idiota.

O melhor perito de Las Vegas sendo enganado por uma universitária, isso afetava seu ego ainda mais que seu coração. Aonde sentimentos poderiam levar um homem? Não havia cegueira maior que aquela. Sua paixão o levou a um limite tão grande de ignorar as coisas que estavam tão claras e bem a sua frente, coisas que antes perceberia sem nenhuma dificuldade. Nenhum detalhe era tão pequeno o suficiente para que Alfonso Herrera deixasse passar despercebido, mas isto não era um detalhe era uma cratera que se abriu sob seus pés e que estava prestes a engoli-lo.

- Foi você quem supôs isso desde o começo. – Ela tentou se defender em meio às lágrimas que escorriam pelo seu rosto.

- E você não fez questão nenhuma de reverter isso. Estava muito cômodo para você, não é verdade? – Disse cheio de sarcasmo.

- Herrera... – Ela suspirou. – Pon, eu ia contar. Eu só estava procurando o momento...

- O momento? – Ele interrompeu com outro grito. – Em cinco meses não conseguiu achar nenhum momento? Poupe-me Anahí. É do seu tipo, não?

- Meu tipo? – Ela não compreendia o que estava falando.

- As mentiras, deixa que vão até onde lhe é conveniente. Foi assim inclusive com a sua virgindade, uma coisa tão intima que compartilhou comigo em cima de uma mentira, por que isso era mais favorável a você. Qual era seu interesse quando me chamou para cama pela primeira vez? Notas não eram. Então era dinheiro, facilidades, um cargo no laboratório? Afinal, você vive apenas em meio a mentiras. – Ele já nem pensava o que falava.

Anahí sentiu-se completamente ofendida naquele momento. Como ele era capaz de dizer aquilo? Como ele poderia menosprezar a coisa mais bonita que haviam vivido? Ela havia se entregue de corpo e alma aquele dia, dado a ele toda a confiança que uma mulher poderia dar a um homem. Ela compreendia que ele estava chateado, mas absolutamente nada naquele momento era desculpa o suficiente para aquela ofensa. Anahí nunca fora uma vadia que usara seu corpo para conseguir o que almejava, e se ela o havia escolhido não era por que era favorável para ela, e sim por que ela confiara absolutamente nele e entregara seus sentimentos a ele. Sentimentos que agora estavam despedaçados.

Passou a mão sobre a barriga lentamente. Se lhe falasse dos gêmeos agora? Como seria a reação dele? Ele estava tão alterado que poderia dizer que ela queria lhe dar o golpe da barriga. Ainda sim tinha de arriscar e contar tudo de uma vez.

- Herrera.

- Vá embora Anahí. – Ele abriu a porta, tentando controlar o tom de voz. - Agora. – Ele estava literalmente a expulsando de seu apartamento e também de sua vida.

- Não agora eu vou falar.

- Não, você não vai falar mais nada. Perdeu todas as oportunidades que teve. Vá agora e não me obrigue a cometer uma loucura. – Ordenou.

Depois daquele dia Anahí não conseguira contato com Herrera, ele a manteve mais distante possível. Não sabia o que se passava com ele, mas ela apenas afundava-se em lágrimas abraçada em seu travesseiro. Acabou abandonando a cadeira de entomologia forense, pela primeira vez em sua vida acadêmica desistia de uma cadeira.

Tentara continuar, porém ele se mantinha tão frio e a tratava tão diferente – inclusive em comparação aos demais alunos – que ela se sentiu obrigada a sumir da vida dele. Seu coração estava destroçado. Mesmo quando tentou chama-lo para tentar lhe comunicar da gravidez, tudo fora impossível. E agora mesmo tentando contar a verdade parecia impossível.

Queria gritar para ver se ele ouvia, e o fez. Porém nada foi o suficiente.

O mês passou lento tanto para Herrera quando para Anahí, mas finalmente estava na hora de ele voltar para casa. Herrera agradecia mentalmente por isso, São Francisco há um mês parecia sua casa e agora lhe sufocava a ponto de mata-lo. Ele arrumava as malas enquanto tentava se lembrar do que havia ocorrido naquela manhã.

- Herrera. – Era Anahí novamente tentando contato. Ele definitivamente não queria mais falar com ela, estava sendo impossível esquecê-la e vê-la ali tão perto definitivamente não o ajudava.

- Não temos mais nada o que conversar. – Foi o que se limitou a dizer.

- Temos sim. – Ela se impôs.

- Anahí, - ele se virou para ela – eu simplesmente odeio ser mal educado ou grosso, principalmente com uma mulher, mas se você continuar a me perseguir, por qualquer motivo que for eu vou acabar me descontrolando e fazendo algo que não gostaria. Como ocorreu no meu apartamento aquele dia. – Ele suspirou. – Eu estou indo embora hoje e isso será o melhor para mim e para você. – Ele então virou às costas novamente dando o assunto por encerrado.

- Eu estou grávida. – Ela arriscou.

Herrera ficou estático por alguns segundos. Seu coração palpitou mais forte. Um filho? Com Anahí? Isso seria magnífico. Naquele instante pensou em esquecer todos os problemas que haviam tido e quem sabe reconstruir aquela relação. Mas ao mesmo tempo se recordou de haver utilizado preservativos todas às vezes em suas relações sexuais. Quais eram as chances do preservativo estar violado? Aquilo deveria ser mais uma mentira de Anahí, uma das piores que ela havia inventado com o objetivo de ele dar atenção a ela. Estava farto.

- Não me minta mais Anahí. – Ele disse visivelmente abatido, não lhe restava qualquer fio de confiança na mulher que estava a sua frente. Ela havia ruído toda a confiança que ele havia depositado nela.

- Eu não estou... – Arrependeu-se amargamente de não estar com o exame ali para esfregar na casa dele.

- Anahí, eu estou cansado de suas mentiras e esta de longe é a pior delas. Adeus.

- Adeus. – Era definitivamente uma batalha perdida. Anahí sabia quando chegava a hora de se render.

Aquela possibilidade praticamente nula ficou rondando na cabeça de Herrera enquanto arrumava as malas, porém tudo sumiu da sua cabeça quando terminava de pegar seus últimos pertences. Sobre o balcão os três porta-retratos e um em especial lhe trazia uma lembrança vivida em um passado próximo.


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Eita, quem aí achou que ele foi muito errado? Claro que ela devia ter contado a verdade, mas acho que ele exagerou. E vocês, o que acham?

Good Morning ✖ AyA {finalizada}Onde histórias criam vida. Descubra agora