Capítulo 14

452 36 30
                                    

Um pouquinho do Poncho em vegas morrendo de saudades da Any! Desfrutem <3

__________________________________________

Ao arrumar as malas parecia que se esquecia de levar algo em sua bagagem. Nunca se imaginou preso em São Francisco, porém parte de seu coração ficava. Quando aceitou lecionar, pensou que seriam seis meses, e o que levaria para Las Vegas era somente a experiência, e agora nem com um mês naquele local, levaria para lá nesse fim de semana uma imensa saudade.

Como voltaria para Vegas definitivamente? Não conseguia pensar.

O avião pousou e Dulce estava lá para buscar o colega de trabalho no aeroporto. A ruiva conhecia bem o amigo, e desde a primeira vista sabia que havia algo diferente naquele homem. Um brilho diferente no olhar, um sorriso espontâneo, um modo diferente. Um semblante triste, mas feliz. Não tinha duvida, havia uma mulher no meio dessa mudança.

- Quem é a sortuda? – A perita perguntou de modo astuto enquanto dirigia a camionete em direção ao laboratório. Já era quase inicio de turno, e Herrera aproveitaria para ver sua família.

- Como? – Herrera estava com seu pensamento longe, mais precisamente em São Francisco e na bela loira que havia deixado lá.

- Herrera, vamos. Me diga quem é ela. – Dulce insistiu, porém sem resposta. – Diga-me pelo menos uma coisa. – Tentou mais uma vez.

- Enquanto fazia as malas pensava se realmente voltaria para Vegas. – Falou sério e vago como de costume.

- Este fim de semana? – Perguntou receosa.

- Definitivamente. – Respondeu olhando a paisagem conhecida da cidade onde fora seu lar por tanto tempo, e que naquele momento sentia-se deslocado.

Como era possível? Como aquela loira que mal conhecia, que pouco sabia, podia fazê-lo sentir-se desconfortável em sua própria casa como se estivesse em um ambiente estranho, e quisesse como casa um ambiente que nunca fora seu. Suspirou.

- Pelo visto a coisa é séria. Para ter coragem de deixar tudo aqui por ela deve ser de enlouquecer. – Brincou, porém no fundo tinha medo que o grande amigo e seu supervisor deixa-se o laboratório e a cidade definitivamente, embora por outro lado, apenas queria a felicidade da pessoa que tanto prezava e por quem tinha tanto carinho.

- É sim. – Teve de concordar com um aceno com a cabeça e um sorriso simples nos lábios. – Mas esse é o grande problema, eu não sei se tenho coragem. Minha vontade é de arrastá-la para cá. Não sei... – Suspirou. – Não sei se ela gostaria.

- E Heather?

- O que tem Heather? – Perguntou atônito.

- Pensei que ela fosse sua...

- Minha namorada? – Ele riu de tamanho absurdo. – Ela e eu temos somente uma grande amizade, cego quem não quiser enxergar.

- Ela parece gostar de você.

- Se você a conhecesse como eu conheço não colocaria Heather e gostar na mesma frase. – Respondeu simples.

Herrera agradeceu mentalmente por não ter de pedir descrição a amiga sobre o que estava acontecendo, por ironia do destino o que acontecia em São Francisco, ficava em São Francisco. Riu internamente da analogia, mas preferia assim, ao menos por enquanto. Rever sua equipe depois de m mês fora algo intenso, ficou pensando que os veria agora somente daqui a cinco meses.

- Voltou em definitivo? – Perguntou Nicolas ansioso, talvez depois de Christopher fosse o que mais sentisse falta do chefe. Ainda sim Christopher embora visse em Herrera um pai, Nicolas era uma pessoa muito mais dependente.

- Não, somente o fim de semana. Depois só me verão daqui a cinco meses. Creio que não terei outra oportunidade de visita-los antes.

Sentaram-se a sala de conivência e conversaram amenidades. Muitas perguntas focadas principalmente sobre sua nova experiência em São Francisco, como era lecionar, e principalmente como era aturar os jovens acadêmicos.

- Que bom que está gostando Herrera. – Christian concluiu. – Mas agora nos conte: Alguma gatinha por lá? - Christian de todos era o mais jovem e o mais imaturo, ainda sim, tinha um enorme coração.

- O que é isso Christian? – Christopher se intrometeu. – Herrera não foi para lá atrás de gatinhas.

Dulce teve de conter seu olhar malicioso para o amigo, sabia que ele não gostava de falar sobre suas intimidades fosse sobre a nova paixão, ou até mesmo sobre Heather. Em seu intimo, a perita sabia que Heather talvez fosse a única pessoa que soubesse algo sobre Herrera.

- E ainda mais tem Heather. – Brincou Nicolas.

O olhar de Herrera para Nicolas mostrou que não havia gostado da brincadeira. Embora soubesse que todos achavam que tinham um envolvimento emocional, ele nunca fizera nada para desmentir isso. Não acha que devia satisfações para os outros.

Porém não fora o único a se conter. Sofia que até então tinha ficado quieta, teve de conter um olhar brilhante ao ver Herrera entrar por aquela porta, e também engolir seu ciúme ao falar de Heather. Sabia que era impossível, mas desde antes de entrar para a equipe de Herrera, ela nutria um paixão que apenas vinha crescendo, calada resolveu nunca falar disso para ninguém e evitava o assunto inclusive consigo mesma, tentando simplesmente não pensar.

Todos tiveram de ir para seus casos, e Herrera saiu do laboratório com a promessa de um almoço no dia seguinte. Ele ainda tinha duas pessoas para visitar, dentre elas sua mãe e consequentemente seu cão Hank, mas antes iria à casa de outra pessoa. Precisava ver Heather.

Decidiu ligar antes, este horário geralmente Heather estava em alguma de suas seções e realmente não gostava de vê-la naqueles trajes para outros. Não negava que gostava de vê-la naqueles trajes para ele. Porém não era questão de ciúmes, talvez um pouco, mas tinha a questão da auto valorização. Este era o trabalho dela e mesmo respeitando-a ainda era difícil ver alguém utilizando de seu próprio corpo como meio de vida, ou apenas por divertimento, como no caso dela, já que tinha dinheiro o suficiente para parar de trabalhar, porém ela gostava dos jogos e não escondia isso. Assim como deixava claro que nunca pararia.

Ele também gostava de jogar com ela, e ainda gostava mais por que não havia tido nenhuma vez em que o pagamento não fosse nada além do que sua sincera amizade. Ela pouco se abria para ele, porém ela era a única pessoa que ele conseguia se abrir sobre quaisquer assuntos sendo da sua vida pessoal ou não.

- Heather. – Sorriu ao vê-la abrindo a porta. O caminho até a casa da dominatrix fora tranquilo ainda mais quando ela disse que o estaria esperando.

Good Morning ✖ AyA {finalizada}Onde histórias criam vida. Descubra agora