Capítulo 45

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Gente, coloquei muita nota no capítulo anterior. Então agora só uma coisa: Leiam Coincidence Of Love e Rosas que Duelen.

Desfrutem <3

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Anahí estava alegre e não era difícil para Joana, notar que a colega de apartamento parecia muito mais feliz do que antes. Ela terminava de se arrumar desviando dos bebês que brincavam no tapete da sala.

– Você não pode estar feliz somente por causa da consulta. – Joana perguntou já com segundas intenções, ela conhecia a amiga.

Anahí sorriu, mas fingiu que não tinha entendido a pergunta, virou-se de costas e seguiu se ajeitando.

– Anahí Portilla. – Joana parou na frente dela colocando as mãos na cintura. – Não venha usar sua surdez a seu favor. Te conheço o suficiente para saber que você consegue muito bem entender o que eu estou falando.

– Desculpa. – Ela sorriu. – É que eu não sei se eu deveria estar tão feliz. Talvez o tratamento nem funcione. É muito frustrante não ouvir. Eu não ligo de não ouvir as outras pessoas, mas eu não ouvi as primeiras palavras que meus filhos falavam, eu não sei mais quando choram a noite, ou quando estão rindo.

– Certo. Mas ainda sim, não acho que é somente essa consulta que está te deixando feliz.

– Ok! Ok! – A loira se rendeu. – Herrera vem hoje aqui ver as crianças, e... – fez uma pausa dramática – para conversarmos. Eu acho que vou poder ser sincera com ele sobre a surdez, sobre tudo e poderemos ir nos acertando aos poucos.

– Aos poucos? – A amiga fitou Anahí com os olhos semicerrados como se não acreditasse muito nela.

– Sim, aos poucos. Não quero partir logo para um casamento, ou algo assim. Quero começar namorando, a gente saindo, eu não sei, pode ser meio bobo... Mas eu gostaria de curtir o nosso relacionamento de uma forma leve e deixar que fosse evoluindo naturalmente. Isso, se - ela enfatizou o "se" – a gente realmente tiver um relacionamento. É tão errado assim? Apesar de tudo que vivemos, tanta coisa mudou, e não tenho certeza se nos conhecemos tão bem quanto pensamos.

– Não, não acho errado. Mas você acha que ele vai concordar com isso?

– Bom, aí eu já não sei. É por isso que vamos conversar. – Ela pegou suas coisas. – Bom agora eu tenho que ir.

E dando um beijo em cada um dos seus filhos, ela se despediu e saiu em direção ao consultório. Anahí morava perto do laboratório, e o consultório ficava um pouco mais distante, mas ainda sim há poucas quadras do laboratório. Então ela ia para esses locais caminhando, ela gostava de caminhar, sentir as vibrações no chão, como não ouvia, sentir vibrações era reconfortante. Durante a noite, ela dormia com Freddie, o gato, somente para poder sentir o ronronado dele. Era o mais próximo de ouvir que ela tinha.

Provavelmente pessoas que nasciam surdas não sentiam saudades, mas ela, sentia muita saudade de ouvir e qualquer sensação que fosse o mais próximo disso, era extremamente reconfortante.

Ela não conseguiu ouvir, mas um carro cantou pneu logo que Anahí saiu do seu prédio e a seguiu por umas três quadras. Um homem então desceu do carro, e antes que Anahí percebesse colocou um saco de tecido preto na cabela de Anahí, ela tentou soltar com a mão, mas foi em vão. O homem era muito forte. Mesmo se debatendo e gritando, desesperada, o homem conseguiu jogá-la para dentro do carro.

Algumas pessoas viram o que aconteceu, porém nenhuma conseguiu chegar a tempo de salvá-la. Quando um rapaz, que viu toda a situação, se aproximou o suficiente, o homem já havia jogado a loira no carro e arrancado.

Good Morning ✖ AyA {finalizada}Onde histórias criam vida. Descubra agora