Capítulo 16

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Oi gente, como comentei no capítulo anterior, eu estou com um problema pessoal, e minha rotina vai mudar muiiiiiiiiiiito a partir de amanhã. Eu não sei como vai ser para me adaptar a essa nova rotina (é uma situação temporária, mas que eu espero que dure muito tempo). É meio difícil de explicar.  Ainda sim, não quero colocar nenhuma história em hiatus novamente, e vou tentar manter pelo menos 1 post na semana, publicando mais vezes se for possível. Agradeço a compreensão de vocês, mas acreditem, eu vou estar mais feliz enquanto minha rotina estiver bagunçada, do que quando ela voltar ao normal.

Enfim, sem mais delongas, desfrutem do capítulo de hoje <3

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O relacionamento entre Herrera e Anahí ficava mais sólido com o passar dos meses, porém a tomada de decisão ficava cada vez mais próxima. Herrera ficou feliz ao saber que Anahí estava disposta a mudar por ele, ela concluiria seu curso e iria para Las Vegas em seguida. Ficariam um semestre longe um do outro, se veriam o quanto podiam e por fim quando ela se formasse, ela iria se juntar a ele. Mesmo se recusando a morar com ele inicialmente, ele procuraria um apartamento para ela por perto, com o que ela pudesse pagar e levariam seu relacionamento aos poucos, sem pressa.

Ele também a ajudaria a encontrar um emprego. Ela iria para lá somente quando estivesse estabilizada e pudesse viver aquém da solidariedade de Herrera. Gostava de caminhar com os próprios pés e esta era sua única condição para aceitar essa mudança tão brusca.

Ao mesmo tempo em que o relacionamento se solidificava, por consequência o casal se tornavam cada vez mais íntimos e mais dependentes um do outro. Gostavam da companhia, e mesmo sem nunca tê-lo levado em seu apartamento, já havia levado seu gato Freddie para conhecê-lo no hotel onde estava hospedado. Ela havia brincado que se Freddie o aceitasse, tudo estaria certo. Logo, teria que passar pelo crivo de Hank também.

Ainda havia o segredo, aquele maldito segredo que ela precisava lhe contar e que durante esses cinco últimos meses a atordoava durante dias e noites. Mas estava decidida que de que essa noite não passaria, seria uma noite pesada e de muitos assuntos a serem tratados.

A ideia firme e irrevogável vinha naquela mesma manhã. Havia passado mal durante algumas semanas, a nas noites de trabalhos anteriores quase não havia conseguido fazer suas necropsias por conta de uma vertigem e um mal estar que não a largava de mão. Os amigos jogaram uma realidade em sua face, uma que tinha medo, mas logo depois do expediente teve de tirar essa duvida.

Pensou em ligar para Herrera, mal tinha coragem de ir sozinha, precisava ir a uma clinica. No caminho até lá, viu uma farmácia. Não conteria a ansiedade, teria de fazer isso. Desceu do taxi a duas quadras da clinica e fora até a farmácia, lá sem duvida seria muito mais demorado e ansiosa precisava de uma resposta rápida.

Comprou o teste de farmácia. Foi no banheiro do próprio local, com dificuldade conseguiu urinar, mas em poucos minutos o resultado positivo estava ali na sua frente. Seu coração disparado e o medo da reação de Herrera sobre tal assunto.

Ainda inconformada fora para o consultório. Lá encontraria Gisela, sua ginecologista. Gisela era uma mulher na base dos quarenta anos, que além de ser muito boa especialista, era muito humana, suas pacientes se tornavam amigas e isso deixava o convívio muito melhor. Principalmente para Anahí que presava tanto sua intimidade.

- Olá Anahí, quanto tempo. – Disse a doutora ao vê-la em sua sala para consulta. Logo percebeu a paciente apreensiva. – Aconteceu algo?

Anahí apenas assentiu com a cabeça e tirou da bolsa o teste de farmácia colocando sobre a mesa da médica.

- Você fazia uso de algum método contraceptivo? – Ela recordou-se que Anahí não fazia uso de medicações anticoncepcionais por dar muitas reações adversas, bem como não se fazia tão necessário já que não mantinha relações sexuais.

- Preservativos sempre. – Respirou profundamente. – E não entendo. Eu estou com meu ciclo menstrual regular, mas as vertigens, cansaço e enjoos da última semana me obrigaram a fazer um teste.

- É perfeitamente normal que algumas mulheres tenham sangramentos durante a gestação e não é tão raro quanto se pensa. E o preservativo pode haver furado ou vindo com defeito. Porém mesmo com o teste de farmácia, vamos fazer uma ultrassonografia e se nada de concreto aparecer, faremos também um exame laboratorial.

Anahí assentiu completamente nervosa, aliá fazia tempo que não se sentia tão tensa. Como podia estar grávida? Aquele resultado tinha de estar errado. Não podia estar grávida, não devia. Ceús, sua cabeça doía e não estava nem na metade do caminho do corredor para a sala da ultrassonografia.

- Anahí... Anahí... – A médica chamou insistentemente, até o momento que teve de segurar a loira pelos braços, parar na frente dela e chama-la ainda mais alto. – Anahí!

- Ahn! Oi? – Ela então voltou a realidade.

- Você está pálida Anahí. – Ela então guiou a paciente até uma cadeira que havia no corredor, antes da sala onde fariam o exame. – O que há de errado?

- Eu não quero esse bebê. – Explodiu por fim caindo no choro. – Eu não estou preparada para ser mãe. – Gemeu baixinho da dor interna que a corroía.

Como alguém que nunca teve uma mãe poderia ter um filho? Como cuidaria se nunca havia tido o exemplo? Herrera talvez nunca quisesse saber deste bebê e ela se sentia tão impotente naquela situação que se sentia como se fosse explodir. Ela não saberia educa-lo, não saberia cria-lo e tinha duvidas se teria condições de dar o amor que ele merecia. Sofria por aquela criança, tinha tanto medo que já não cabia dentro dela.

- Anahí, esse bebê é seu filho. Se ele veio deve haver um motivo. Venha, vamos ver como essa criança está. Tenho certeza que após ver ele na tela, vai se sentir diferente.

Ela não disse nada, apenas assentiu. Arrumou-se e sentou-se a cadeira. Gisela havia lhe falado que faria uma ultrassonografia obstétrica por via transvaginal, pois era mais seguro para o bebê e principalmente seria mais preciso, pois a qualidade da imagem era bem melhor. Quando posicionou o aparelho, ela começou a buscar o feto, e então ficou séria por alguns instantes.

Anahí ao ver a expressão assustada na face da médica tomou um susto, horrorizada pensou no pior. Será que seus desejos íntimos haviam sido realizados? Será que seu bebê não estava bem, ou não estava vivo? Será que naquele momento de medo e ódio que sentiu de si mesma ela fora castigada e perdeu talvez a única família que teria. Sentiu-se confusa, a poucos minutos tinha certeza que não queria um filho, mas agora diante daquela expressão, tinha um medo terrível que seu filho houvesse sido tirado de si.

- O que aconteceu? – Perguntou assim que recuperou o fôlego.

- Anahí, eu preciso que você fique calma. – A médica tentou acalma-la, porém não ajudou em nada, a loira havia ficado ainda mais nervosa.

- Por favor, não me diga que aconteceu algo com meu bebê, por favor. – As lágrimas já estavam a ponto de cair, o medo já estava estampado. Não podia ter sido punida por seus pensamentos em um momento de pura confusão. – Por favor... – Suplicou mais uma vez.

- Não, seus bebês aparentemente são muito saudáveis. Mas como eu disse, seus bebês... São dois Anahí. Gêmeos. – Explicou por fim.

Anahí não sabia se iria sentir-se aliviada ou ainda mais confusa. Se não podia cuidar de um filho, como cuidaria de dois? Mas agora não iria deixar de deseja-los, tudo teria de arrumar uma maneira de ser, por mais difícil que fosse, sabia que seu coração doeria se perdesse uma daquelas duas crianças. Não sobreviveria, e por um momento percebeu que o amor por eles nasceu quase instantaneamente, quando soube de sua existência.

Aproveitou para ver aqueles pequenos seres na tela por mais algum tempo. E fora naquele segundo que teve a certeza que aquele era o dia certo, que não poderia passar um dia a mais, tinha que contar tudo para Herrera. Tinha de dizer que não era surda e tinha de dizer sobre os bebês que esperava.

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Quem aí imaginaria que ela ficaria grávida de gêmeos?! :O

Good Morning ✖ AyA {finalizada}Onde histórias criam vida. Descubra agora