Capítulo 13

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Desfrutem <3

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Fitou mais uma vez a loira deitada em sua cama antes de deixar o quarto, nua, coberta apenas pelo lençol branco que antes estava em baixo dela. Foi para a cozinha e percebeu que não havia nada para fazer de jantar, resolveu pedir alguma tele entrega. Sabia que ela era ovolactovegetariana, ela já havia lhe explicado que não comia carne, mas ainda sim não havia conseguido livrar-se de comer seus derivados, e também sabia que gostava de comer comida japonesa. Sabia muito bem o que ia pedir.

Como não era tão fã da culinária japonesa quanto ela, de verdade preferia a italiana, pediu para ele yakissoba, um prato quente que lhe agradava bastante. Para Anahí, no entanto, preferiu fazer um misto de pratos quentes e frios, pedindo um yakimeshi sem carne, um temaki Califórnia, quatro peças de hossomaki também Califórnia, e oito peças de uramaki romeu e julieta para sobremesa aos quais também gostaria de experimentar.

Enquanto o pedido estava para chegar, ele encheu a banheira que ficava junto a suíte e colocou alguns sais que ele mal sabia para que servia. Geralmente preferia o banho de chuveiro, mas queria preparar algo especial para ela, queria que ela se sentisse especial.

Em seguida, foi até aonde a loira dormia, tão delicada, quem visse de longe mal poderia acreditar que era uma médica legista. Deitou-se ao seu lado e acariciou se rosto.

- Eu sei que não pode me ouvir. – Sussurrou ao pé de seu ouvido. – Mas você é muito especial menina.

Anahí acordou com as palavras doces murmuradas assim tão suaves, mas preferiu fingir que dormia, e somente demonstrou acordar quando ele acariciou suavemente seu braço. Porém, fora nessa hora que tomou consciência que havia perdido a noção do tempo. Herrera não demorou muito para acalmá-la.

- Não se preocupe Anahí, não está atrasada. A janta já está a caminho e preparei um banho quente para você.

Ela sorriu aliviada, não estava atrasada.

Por mais que Herrera tivesse o desejo de se juntar ao banho com Anahí, não iria se não fosse convidado. E ela não o convidou, se sentia tão estranha que nem havia pensado em tal possibilidade. Primeiramente agradeceu por não haver tido uma hemorragia, os tabus sobre virgindade sempre falavam sobre o sangramento, mas não fora mais que um pouco de sangue, um pouco mais quando urinou, porém o local ainda estava dolorido e nem isto era o que a incomodava.

Parecia ela era um misto de sensações e que seus hormônios dançavam por seu corpo. Ao contrário do que se dizia, ela não se sentia ter saído de menina e virado uma mulher, não era uma mágica assim. Acreditava que o que estava sentindo e as mudanças que houve do antes e depois da relação sexual, era muito mais psicológica do que física, como se fosse somente um estado de espirito. Em um momento inconsequente de seus impulsos havia decidido se entregar a um homem pelo qual nem sabia que sentimento tinha, mal o tendo conhecido, e deixando se levar apenas pelo calor do corpo e por seus desejos mais íntimos.

O que realmente a incomodava ao fim de tudo, é que não se arrependia, e se sentia feliz como poucas vezes havia se sentido.

Mergulhada em seus pensamentos e imersa na água da banheira, sabia que tinha de voltar à realidade. Jantar e ir trabalhar antes que se atrasasse. Sair da banheira, secar-se e vestir-se fora uma tarefa fácil, difícil mesmo seria sair daquele apartamento sabendo que somente o veria na segunda-feira.

Ainda bem que havia muito trabalho para o fim de semana, pensou consigo mesma.

E a janta fora muito agradável, conversas sobre assuntos diversos e sorrisos em ambas as faces. Herrera sem duvida havia acertado na refeição escolhida, os olhos de Anahí brilharam ao ver a mesa repleta de suas comidas preferidas. O seu professor, também se surpreendeu ao ser obrigado a provar os pratos frios e até gostar dos mesmos.

Embora ainda não achasse a alga que enrolava o temaki com um sabor extremamente agradável – pelo contrário achava pouquíssimo agradável – o recheio de verduras e frutas eram saborosíssimos. E a sobremesa, uramaki romeu e julieta, também caiu em seu gosto. Como poderia adivinhar que queijo ricota, morango e goiabada, enrolada em alga e arroz poderiam ser uma combinação tão perfeita? Apenas não acreditou quando Anahí ainda molhou a peça em molho shoyo e ficou ainda melhor.

Após a jantar, sentiam-se empanturrados. Com certeza haviam comido muito mais que era necessário, e como o trabalho de Anahí era perto, Herrera acompanhou-a a pé até o local. Quando chegou a frente, despediram-se com um beijo, Anahí sabia que somente o veria dentro de quatro dias e sabia que seria uma eternidade.

- Até segunda-feira então. – Murmurou Anahí.

- Até segunda. – Respondeu Herrera acariciando seu rosto.

A despedida havia sido vista de camarote pelos colegas de trabalho da legista Portilla, e quando entrou para trabalhar, obviamente teve de aturar muitas brincadeiras. Logo todos estavam sabendo o que havia acontecido na frente do laboratório, e a noticia se espalhava mais e mais na velocidade da luz.

Anahí era muito comedida sobre sua vida pessoal, poucos sabiam qualquer coisa sobre ela no trabalho. Assim como Herrera no laboratório de Las Vegas, Anahí preferia ter sua vida pessoal somente para si. Porém aquilo havia sido uma violação impensada que havia ela mesma provocado sobre sua vida pessoal, e todos sabiam que ela estava com alguém, ou ao menos achavam isto. Nem ela sabia exatamente o que ela e o homem dos olhos vedes tinham de verdade.

Recebeu desde parabéns, até piadas de extremo mau gosto. Algumas inclusive por notar a diferença de idade nos cabelos grisalhos do homem pelo qual estava começando a se apaixonar.

Decidida a ignorar comentários desnecessários e a sair evasivamente de outros que eram de pessoas às quais ela tinha grande apreço. Estava em sua sala com um dos cadáveres que tinha para abrir quando chegou Robert. Ele era do turno do dia, mas provavelmente – e infelizmente – havia dobrado o turno por conta de algum caso. Não era um colega de trabalho do tipo bom de conviver, sempre tinha algo ofensivo para dizer ou uma piada de mau gosto, também gostava de ficar com os créditos mesmo que não tenha feito tudo sozinho – ou não tenha feito nada – e claro era um exímio puxa saco dos supervisores. Ninguém gostava dele ali, nem Anahí.

- Então fiquei sabendo senhorita Portilla, que está namorando um homem que teria idade para ser seu pai. – Ele sorriu cínico. – Ele é uma espécie de papa anjo?

- Senhor Robert, primeiramente gostaria de dizer que minha vida pessoal não é da sua conta. E em segundo lugar eu tenho quase dez corpos para abrir, mas não me importaria nenhum pouco por começar minha necropsia por você. – Fez um bico cínico.

- Mas eu estou vivo.

- Se continuar a me incomodar pode ter certeza que por pouco tempo. – Piscou.

Good Morning ✖ AyA {finalizada}Onde histórias criam vida. Descubra agora