Shawn

515 77 73
                                    

Juro que eu tentei me controlar, mas fazia tanto tempo que eu queria conhecer o sabor dos lábios dela que, quando me implorou timidamente por um beijo, eu não consegui mais resistir. Quem conseguiria? 

Camila suspira e se agarra mais à minha camisa assim que minha língua desliza para dentro da sua boca e a reivindica como minha e, embora um pouco hesitante, a dela sabe perfeitamente o que fazer para me acompanhar. Perdi a conta de quantas vezes minha boca tomou a sua em toques suaves até que eu soubesse que aquilo não seria suficiente para saciar minha vontade e a explorasse mais a fundo, mordendo e sugando cada centímetro dela, de todas as maneiras possíveis e inimagináveis, e ainda assim, nada mudou, continuei me sentindo insatisfeito. 

Eu quero mais.

Mais dela.

Mais disso.

Mais de nós.

Escuto um grunhido fraco e o desejo que sinto de intensificar esse beijo quase chega a doer. Quero subir as mãos, as mãos que apoiei em seus joelhos por sua pele quente, e adentrar o vestido, agarrar sua bunda e trazê-la para mais perto de mim até que esteja completamente pressionada no lugar certo para que a faça preencher a estufa com seus gemidos. Quero me dobrar por cima dela, afastar sua calcinha e... Esses pensamentos não duram nem um segundo antes que outro mais importante invada minha consciência. Sou o dono do seu segundo beijo, preciso fazer dele algo bonito. 

Seguro seu rosto com delicadeza, empurro meus instintos para longe e continuo a beijá-la como ela merece: com paciência, suavidade e o mesmo tanto de carinho com o qual está me beijando. 

É surreal.

Nos perdermos por um longo tempo um no outro, em alguns suspiros e algo que eu nem mesmo tenho certeza do que é, mas não importa, nada importa, o que estamos fazendo é tão bom que poderia durar para sempre que eu duvido que fôssemos sequer reparar. É como se nossas bocas tivessem nascido para se beijar porque não há qualquer outra coisa no mundo que eu quisesse estar fazendo agora além de estar aqui, provando o sabor dos lábios dela. Eles têm gosto de pêssego e delicadeza. Gosto de Camila.

— Cu? 

Nos afastamos, mas não somos rápidos o bastante para não sermos pegos no flagra.

— Interrompi alguma coisa?

— O que você acha, Bruna?

— Seu pai mandou avisar que você está atrasado para o trabalho — avisa antes de desaparecer.

Volto-me para Camila e a tiro da bancada.

— Sinto muito. — Esfrego com o polegar seus lábios avermelhados e a puxo pela mão para fora da estufa.

— Sabe que não foi culpa sua. — fala.

— Conversaremos sobre o que aconteceu quando eu chegar, tudo bem?

Assente, deseja-me um bom trabalho e caminha até minha cunhada, esperando por ela recostada em uma árvore, com cara de quem está pronta para conseguir todos os detalhes da fofoca. Não vai demorar cinco minutos para isso chegar aos ouvidos de Gael. Talvez menos.

Porra.

Entro em casa para me despedir da minha família, mas hesito na porta, dando uma olhada a mais para o notebook abandonado na mesinha de centro. Romeo está comendo o rabo dos outros dois por terem escondido o que andei aprontando, sem saber que ainda estou ouvindo.

— Vai dar merda! — vocifera. — Vai dar merda, porra! 

Hesito na porta, fingindo que não escutei o que acabou de dizer.

THE PRINCEOnde histórias criam vida. Descubra agora