Camila chuta os sapatos para longe e prende os cabelos em um coque enquanto continuo devorando seu corpo dentro do vestido, pensando que diabos estou fazendo, e...
— Mas que diabos você está fazendo? —pergunto, observando quando pula para fora do vestido preso aos seus tornozelos.
Olhá-la apenas de lingerie em minha frente me hipnotiza tanto que demoro um segundo a mais para registrar o que está acontecendo.
— Só não me dê nenhum tapa. Pelo menos não essa noite, quem sabe com o tempo. — fala sem me olhar nos olhos.
— Para com isso, caralho! — ordeno grosseiramente.
— O que eu fiz de errado?
— O que você fez de errado? — retruco, me segurando para não gritar.
— Prendi os cabelos e tirei minhas próprias roupas... — Seu cenho se franze. — O que eu esqueci? Oh! — Os olhos se arregalam. — Preciso empinar minha bunda logo de primeira?
— Por acaso, eu te mandei fazer alguma dessas coisas?
— É o que você sempre manda todas as garotas fazerem antes de... — interrompe, virando o rosto para que eu não veja seus olhos marejarem.
Porra.
— Não é como as outras! — respondo mais sutilmente, diminuindo nossa distância. — Por que achou que eu a trataria assim, sabendo que é a única que já importou para mim?
Solto seus cabelos, abrindo a mão para que o elástico termine em meu pulso.
— Não sei, eu...você...
— Eu estava pensando em como dizer a você que não iria acontecer.
— Disse que havia mudado de ideia! — julga irritada.
— E eu mudei. — Envolvo sua cintura, erguendo seu rosto com a outra mão. — Mas não será assim e também não será essa noite.
É a primeira vez dela, é importante.
— Por que não?
— Porque eu acho que está tomando essa decisão pelos motivos errados.
Camila esconde o rosto em meu peito, fazendo com que eu me sinta miserável por tê-la envergonhado.
— Estou tomando essa decisão porque quero ficar com você. Ficar é diferente de transar.
Eu podia resumir minha resposta dizendo que vou ficar com ela desde que não haja um compromisso envolvido, mas ela é a Camila.
— Eu quero muito acreditar que essa é a única razão de você querer ser minha, mas não acredito, sobretudo depois de escutar como se sente em relação aos seus futuros relacionamentos no bar. Não tem que fazer isso por medo, porque acha que não tem mais saída, porque ninguém pode gostar ou aceitar você se não fizer, não pode ser por causa dos outros, essa é uma decisão muito importante e que tem que partir unicamente do seu querer.
Ela não responde, porque sabe que acertei.
— O que acha de fazermos um trato?
— Um trato?
Assinto.
— Primeiro, você supera o fim do seu relacionamento; e depois, se ainda quiser quebrar sua promessa, eu vou ficar feliz em ser o primeiro.
— Por que está fazendo isso por mim?
— Porque a única coisa que eu quero mais do que dormir com você é que não tenha nenhum arrependimento na manhã seguinte. — Um sorriso se abre em seus lábios. — Também faço questão de tirar suas roupas quando acontecer.