Capítulo 6

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"Ele determina o número de estrelas
e chama cada uma pelo nome." - Salmos 147:4

Flashback - Alma Clark, cinco anos.

- PAPAI. - Gritei chorando. Estava de madrugada e eu acabará de ter um pesadelo.

Meu pai vem correndo até meu quarto e o do Jake.

- O que foi, minha princesa? - Ele diz me pondo em seu colo e secando minhas lágrimas.

- Eu tive um pesadelu. - Digo fazendo biquinho, enquanto soluçava. - Sonhei que o bichu mau corria atrás de mim pa me pegar e você não me ajudo. - Continuo chorando.

- Oh minha princesa, foi só um sonho. - Ele diz acariciando minha cabeça. - O papai sempre estará aqui por você. Eu nunca vou deixar nenhum bicho malvado, e ninguém fazer nenhum mal a você. Eu sempre protegerei você. - Ele diz me acalmando.

Deito na cama e ele deita do meu lado até eu finalmente dormir.

Flashback off.

Eu estava trancada no meu quarto, já estava anoitecendo. Olhava o céu da minha janela enquanto me lembrava do dia em que ele me consolou e disse que não deixaria ninguém me fazer mal. O homem de hoje não era meu pai, não podia ser.

Decido dar uma volta. A Emma estava em seu quarto, ela estava tão decepcionada quanto eu, ou até mais. O Jake apenas saiu, provavelmente para casa do Adam. As decisões e atitudes do meu pai deixaram todos nessa casa extremamente desapontados.

Vago pela rua pensando em tudo o que havia acontecido. Vou até a lanchonete do senhor Sebastian, mas paro do outro lado da rua, ao ver pela janela a Lauren e o Bryan sentados na mesa conversando. Eles estavam rindo e ele segurava a mão dela sobre a mesa.

Solto o ar que nem sabia que estava segurando, sem acreditar. Dei meia volta, enquanto meus olhos se enchiam de lágrimas involuntárias.

Na praça principal, havia um banco escondido pela grande árvore. O banco ficava em uma parte do parque que não havia movimentação. Quando eu quero ficar sozinha sempre vou até ele. E eu fui. Mas ao chegar, vejo uma pessoa sentada, parecia um homem pelas suas costas e ombros largos.

Seco minhas lágrimas e caminho até ele bem devagar, queria saber quem era a pessoa que estava no meu lugar de sofrimento e solidão. Vou de lado e me escondo atrás da árvore.

Charles.

Ele estava segurando uma foto em suas mãos. De cabeça baixa, ele olhava a fotografia e as lágrimas caiam de seus olhos para seu colo.

O olho por alguns segundos me perguntando se eu deveria falar com ele. Não, melhor não. Eu já tenho os meus problemas. Decido então, apenas deixá-lo sozinho. Caminho para trás devagar, indo embora.

- Volte. - Disse uma voz mansa e delicada em meus ouvidos.

Não, é apenas coisa da minha cabeça. Ignoro e continuo andando. Dou mais dois passos e paro. Sinto que devo voltar.

Fecho meus olhos e abaixo a cabeça, suspiro. Em seguida vou em direção ao Charles.

Limpo a garganta ao me aproximar. Ele olha para trás, guardando a foto apressadamente. Sento perto dele.

- Oi. - Digo.

- Oi. - Ele me responde calmamente.

Ficamos alguns segundos em silencio.

Antes Que Você VáOnde histórias criam vida. Descubra agora