Capítulo 10

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"Se formos infiéis, Ele permanece fiel." - 2 Timóteo 2:13

A porta se abre.

- Alma. - Charles me olha surpreso.

Sem pensar duas vezes eu o abraço e começo a chorar. Ele sem entender, retribui meu abraço.

- O que foi? - Ele pergunta sussurrando ao pé do meu ouvido.

- Tive medo. - Digo entre os soluços, tentando me acalmar.

- Medo de que? - Ele sussurra mais uma vez.

- De te perder. - Digo.

Charles não me responde imediatamente. Acho que ele pensa que eu estou delirando.

Depois de alguns minutos abraçados, nos separamos. Eu rapidamente limpei minhas lágrimas.

- Tudo bem. Vou voltar para casa. Boa noite. - Digo sem olha-lo, com vergonha.

Ele segura minha mão esquerda.

- Não, você não vai a lugar nenhum nessa condição. Eu não vou deixar. Amanhã eu te levo.

- Não posso. - Digo olhando para baixo e me virando.

Charles rapidamente me puxa para dentro e bate a porta, ficando de costas para a mesma.

- Você não vai. - Ele diz com seu olhar sério.

Respiro fundo. Ele tinha razão. Eu ainda estava me tremendo bastante com todo o nervosismo.

- Tudo bem. - O olho pela primeira vez dentro de seus olhos.

Percebo o quanto seu semblante esta abatido.

- Você está bem? - Pergunto preocupada.

- Estou. - Ele diz e em seguida tranca a porta.

- Parece abatido, cansado e triste.

- Além de querer ser minha conselheira virou minha médica agora? - Charles me pergunta com sua expressão séria.

Não o respondo. Ele suspira.

- Vem, você dorme no meu quarto. - Ele diz e eu o sigo.

- Onde você dormirá? - Pergunta com um tom baixo.

- Na sala.

Olho ao redor do seu quarto assim que entramos. As paredes eram cinzas e o chão de madeira. Não havia muitos móveis, apenas sua cama, cômoda e uma mesinha com o abajur. Sua cama ficava no meio do quarto. Havia alguns portas retratos em cima de sua cômoda e mesinha, mas estavam todos de cabeça para baixo. A janela tampada com uma cortina preta, ficava de frente para sua cama.

- Pode ficar a vontade. Só não mexa nas minhas coisas. - Ele diz e em seguida pega na maçaneta da porta para fecha-la.

- Espera. - Digo e ele para e me olha. - Você pode ficar aqui comigo até eu dormir? - Pergunto temendo sua resposta.

Ele me olha sem entender. Eu sei o quanto a pergunta pareceu estranha, mas eu ainda não queria perde-lo de vista.

- Tudo bem. - Ele diz com sua expressão séria.

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