Capítulo 40

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"Não deixe aquilo que é urgente tomar o lugar daquilo que é importante em sua vida."

- C. H. Spurgeon

Charles Owen narrando:

- Eu sei que eu não deveria ter explodido. Eu sei que deveria ter paciência com ela, mas como? Se ela não consegue ser clara comigo? Se ela não vê meu esforço só as minhas falhas? – Pergunto frustrado.

- Ora filho, você está sendo claro com ela também? Pelo que me contou vocês brigaram por causa da Zaira, você já tentou olhar tudo isso pelo ângulo dela? – Pergunta o pastor Jhon

Estamos sentados na praça principal. Estava precisando conversar, então liguei para ele que veio rapidamente.

- Já. Eu sei que ela acha que eu devo me afastar. Mas eu queria que ela entendesse que não é tão simples assim. Aquela família também é minha família. Mas pastor, o que me deixa bravo de fato não é o que ela fala da Zaira, mas é o fato de vê-la tão distante de mim. Ela não me diz o que está pensando, não me diz como está se sentindo e quando pergunto, ela mente. Isso me deixa furioso.

- Eu acho que vocês precisam se sentar e conversar com calma. Lembra do que Paulo disse em 1 Coríntios? "O amor é paciente, o amor é bondoso. Não inveja, não se vangloria, não se orgulha.

Não maltrata, não procura seus interesses, não se ira facilmente, não guarda rancor.

O amor não se alegra com a injustiça, mas se alegra com a verdade.

Tudo sofre, tudo crê, tudo espera, tudo suporta" – Ele disse recitando a passagem bíblica. – O amor é assim, Charles. Não é fácil, mas é bem simples. – Disse dando pequenos tapinhas em minhas costas. – Você é ama?

- Amo. Eu a amo com todo o meu coração.

- Então seja paciente com ela, seja bondoso. Vocês dois passaram por muitas coisas, mas precisam ser pacientes um com o outro. E você, Charles, uma hora vai ter que abandonar seu passado filho. Por que manter a Zaira tão perto?

- Porque quando a irmã dela morreu, eu prometi para ela que sempre estaria aqui.

- Não pode fazer promessas que não sabe se poderá cumprir. Mas me diga, ela gosta de você, não gosta?

Suspirei.

- Gosta.

- E ela já interferiu no relacionamento com a Alma?

- Já.

- E o que você fez? Brigou com ela como briga com a Alma?

- Não.

- Posso fazer uma pergunta intima filho? – Perguntou.

Senti um frio na barriga. Ele podia? Ou melhor, eu poderia responder sua a pergunta, seja qual fosse?

- Eu vou perguntar e você decide se responde, pode ser assim filho? – Ele perguntou ao ver minha insegurança.

Assenti com a cabeça.

- Você já teve algum tipo de relacionamento amoroso com a Zaira? – Perguntou fitando seus olhos nos meus.

Sinto minhas mãos suarem. Eu nunca havia tocado nesse assunto com ninguém. Era algo que eu queria que morresse comigo por causa da vergonha e do arrependimento, mas acho que eu precisava desabafar e "confessar" o meu pecado.

- Um relacionamento não, mas tivemos uma noite. – Digo cabisbaixo. – Estávamos sozinhos e estávamos carentes, então... O senhor já deve saber o que aconteceu...

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