Capítulo 45

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"Rejeitará o Senhor para sempre e não tornará a ser favorável? Cessou para sempre a sua benignidade? Acabou-se já a promessa de geração em geração? Esqueceu-se Deus de ter misericórdia? Ou encerrou ele as suas misericórdias na sua ira? E eu disse: Isto é enfermidade minha; mas eu me lembrarei dos anos da destra do Altíssimo."

- Salmos 77: 7 -10

O choro alto do Adam acabou acordando todos da casa. Jake o abraçou e consolou ele.

Pelo que eu soube a única família dele aqui era sua mãe. Isso partiu meu coração, mas o mantivemos por perto em todo o momento.

Mais tarde, para minha surpresa, Charles soube e também ligou para Adam, que muito choroso, agradeceu.

- Achei que eles não se davam bem? - Sussurrei para o Jake.

- As coisas mudam irmãzinha. - Deu de ombros.

Na Segunda feira, eu apresentei o trabalho sozinha. O Adam não estava com cabeça para isso e eu não o forcei, já que era compreensível. A professora nos deu a nota máxima e nos elogiou.

O que me deixou muito feliz, é claro.

O trabalho finalmente tinha chegado ao final, mas a minha vontade de ir ajudar aquelas pessoas, não. Queria muito ajudar e fazer mais por eles, então conversei com o pastor Jhon e decidimos que uma vez na semana iríamos visitá-los, levando comida, e o que eles precisarem. Além disso, levaríamos Jesus até eles.

Se há alguém que pode lhes dar esperança de um amanhã melhor, é Jesus.

A Sexta feira chegou. A semana havia passado rápido demais e eu ainda não tinha visto o Adam para contar as novidades.

- Amiga, você consegue segurar as pontas aí? Eu preciso ir no banheiro! - Disse Elisa, pulando igual uma pipoca, com as pernas juntas. - Eu estou muito apertada.

- Tudo bem. Vai lá, não tem muito movimentos e está quase na hora de fechamos. Vai logo! - Digo apontando com a cabeça para o banheiro.

Não havia muitas pessoas na lanchonete, apesar de ser sexta feira. Como já íamos fechar comecei a arrumar as coisas.

- Eu gostaria de uma Coca-Cola, por favor? - Disse uma voz familiar.

- Claro. - Disse de costas. Fui até a geladeira e peguei o refrigerante. Ao me virar para entregar, me deparo com o olhar maldoso sobre mim.

- Bryan... - Digo.

- Olha só, agora sabe quem sou eu? - Perguntou com um tom sarcástico.

- Aqui está sua Coca-Cola. -Digo e rapidamente saio de perto dele.

- Não vai me dar atenção? - Diz com um sorriso em seus lábios.

- Você não vai embora? - Pergunto com desdém.

- Soube que seu namoradinho saiu da cidade. De novo. Ele vive te deixando para trás. Quando ele voltar, vai correr atrás dele que nem uma cachorrinha de novo? - Sorriu.

O olhei séria. Meus olhos poderiam fuzilar ele.

- Me diz, Bryan, você ficou com o ego tão ferido por eu ter chutado você e não vice-versa que não consegue me esquecer, é?

Ele soltou uma gargalhada forçada.

- Talvez, talvez porque destruiu meu relacionamento com a Lauren, talvez porque incentivou ela a me denunciar. E por causa disso, levei uma surra do meu pai e ele me colocou para fora de casa. Ou talvez seja apenas porque eu te odeie profundamente. - Disse rangendo os dentes para mim.

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