Capítulo 13

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1 mês despois

As coisas em casa realmente estão melhor do que eu podia imaginar, mesmo ficando a maior parte do tempo na companhia de Raje, meus dias são bem agradáveis.

Minha amizade com Peter tem crescido bastante, nossa amizade, sim, apenas isso. Não que eu queira mais que isso, mas convenhamos que é um pouco esquisito, continuo sem saber muito sobre ele, já que basicamente conversamos sobre o nosso dia a dia e evitamos temas do passado.

Às vezes parece que ele me elogia ou diz algo com segundas intensões, mas geralmente parece só que ele é gentil mesmo.

Em nenhum momento ele dá indícios do porquê estou aqui. Muito estranho.

Nessa manhã Maria precisou se ausentar, ela fez o café e saiu, eu então fui para cozinha para arrumar tudo e lavar a louça. Peter resolveu que ia me ajudar, porém, ele não é muito bom nisso e ao colocar um prato na pia enfiou diretamente no jato da torneira, a sortuda aqui que estava bem na frente ficou ensopada.

O problema que está mexendo com minha cabeça foi toda uma situação.

Eu estava com uma regata branca e como se não fosse o bastante estava usando um belíssimo sutiã rosa por baixo, que estava super aparente devido à água.

Peter se desculpou e nem olhou pra mim e isso porque ele ficou ali por uns bons quatro minutos, em contraste Jack que cruzou a porta por meio segundo focou sua atenção em mim e dizendo um "uau" sem nem perceber, depois de um tapa na orelha o menino foi expulso do cômodo por Peter.

Peter então saiu da cozinha sem nem virar para dar uma espiada, ele foi respeitoso por não me encarar e tudo mais, mas ele podia dar uma espiada respeitosa só por curiosidade, eu não me importaria. Sei lá, isso me deixou levemente paranoica.

Não que eu queira que ele tenha sentimentos por mim, não é isso, é só que eu preciso saber o que está passando na cabeça dele, estou confusa e essa dúvida me mata.

É esquisito a nossa amizade, é esquisito estarmos juntos no mesmo quarto e é esquisito um homem adulto não se importar com a sua esposa não feia.

É muito esquisito e curioso.

É isso, curioso, estou fazendo isso por pura curiosidade.

Por isso que decido tirar a dúvida de como ele me vê, antes que eu exploda.

Já são quase 18:00 horas, o horário que Peter costuma chegar do trabalho, estamos todos em casa e antes de entrar no quarto verifiquei que os demais estavam todos ocupados com algo, ótimo. Não sei o que estou fazendo, mas acho que pode dar certo, tomo meu banho e passo o maravilhoso perfume que peguei de Eliza, vou até meu closet, pego um dos conjuntinhos que jurei jamais usar e visto.

Escolho um que não vá mostrar de mais, ele é verdinho meio acinzentado em seda, o sutiã é em formato triangular e quando fechado uma renda preta cobre minha barriga até a altura do umbigo, o shortinho mais parece uma calcinha um pouco maior, sua barra em ondinhas dão um lindo detalhe e faz com que a popa da minha bunda fique um pouco a mostra. É lindo.

Agora vestida, de costas para a porta e escorada de forma suspeita no closet, me sinto estúpida, não creio que estou fazendo isso. Penso até em desistir, mas não me vesti à toa.

Estou curiosa, seminua e me sentido idiota. Porém, depois de hoje irei ficar mais "em paz" com a postura de Peter a meu respeito.

Enquanto tento me persuadir a continuar com essa proeza, escuto a porta se abrir, é isso, não tem mais como voltar atrás.

Então, em câmera lenta, como antes ensaiado, me viro e o encaro.

Ele está parado, feito um espantalho de plantação e nada diz, espero ele falar algo, mas nada. Decido então começar o diálogo que planejei.

Comprada sem razões Onde histórias criam vida. Descubra agora