Capítulo 16

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Entro no carro, um tipo de mini van, e vamos em direção ao colégio. Passamos por várias pequenas mansões de diversos estilos e cores, até rosa eu vi uma, quando as casas são substituídas por prédios de quatro andares sei que chegamos.

Os prédios se reúnem em pavilhões, e há belos jardins dividindo um dos outros. A decoração é belíssima, é como um palácio da idade média com modernidades. A maioria das coisas são em tons cinzas acompanhadas por adornos prateados e quando uma parede é em pintura clara, geralmente é num tom bege que ilumina o ambiente ao ser tocado pelo sol.

Fico tão admirada com a beleza do local que esqueço de observar as pessoas e tem muita gente aqui. Um misto absurdo de idades fica em meio a um grande pátio. Não há sinal, numa hora especifica as crianças se dirigem a lugares específicos, de 15 em 15 minutos, elas começam a se ajuntar com seus colegas.

— Celi, seu horário. — Olho para o relógio que ganhei de John e vejo que são 07:43. — Você tem que estar na ala central, faixa 3 às 07:45. Vai logo, senão vai se atrasar.

Sigo o conselho de Josie e vou em rumo a ala central, ela fica ao lado de um gigantesco restaurante, o prédio em si tem 4 grandes portas. Chego a terceira porta e fico parada à espera do meu professor. Vejo um moço de social, camisa verde, sendo seguido por algumas pessoas e resolvo segui-lo também.

Chego à porta de uma sala, número 205, todos os outros entram e se sentam. A sala fica no térreo e possui quatro janelas ao todo que ocupam praticamente a parede inteira do lado esquerdo. O professor, um homem muito jovem de cabelo ruivo e olhos azuis, logo percebe minha figura parada feito um monumento na entrada.

— Olá. — Ele profere em francês.

Entrego então o bilhete que Peter me deu no carro, nele traz algumas informações minhas e a turma que eu pertenço, a dele no caso.

— Seja muito bem vinda senhora Andríc. — No que ele diz isso todos se viram para me encarar, começo a ficar encabulada. — Por favor, escolha um lugar para se sentar.

Há poucos lugares vagos na sala, um bem lá no fundo, e dois em frente à mesa do professor. Sigo reto pelo quadro digital, que parece um tablet gigante, e me sento em frente a grande mesa. Nesse momento, grande parte dos alunos me encaram com uma expressão esquisita.

Só aí lembro que estou com a mão enfaixada com curativo rosa bebê, qualquer um olharia estranho. Resolvo deixar para lá e fingir que não estou vendo, presto atenção no professor e em sua explicação.

O sr. Fitz passou muitas atividades sobre a matéria e a cada uma ele fazia questão de vir até mim para saber se eu estava conseguindo acompanhar. Ele foi muito gentil e atencioso.

Essa foi uma aula de revisão, então ela foi muito longa, quando acabou já estava no horário do almoço, o professor liberou a turma e sem ter um famoso sinal de prisão tocando, todos saíram de forma ordeira. Esse povo não duraria um dia numa escola pública.

Ninguém veio até mim para se apresentar, então não falei com ninguém. Fui a última a sair, pela dificuldade em guardar meu material, sr. Fitz educadamente fez questão de me acompanhar até o pátio.

— Gostou da aula, Celina? — Ele me pergunta caminhando ao meu lado.

— Sim, muito, foi bem explicativa. Parabéns.

— Imagina, você é uma ótima aluna e qualquer professor teria facilidade em ensiná-la. — Fico feliz com seu elogio, eu não ganhava elogios de ninguém a não ser de meus professores enquanto eu crescia, então elogios assim realmente faziam o meu dia.

— Sr. Fitz. — Eliza chega e o cumprimenta.

— Senhorita. — Ele não dá muita bola pra ela. — Você gostaria que eu lhe acompanhasse Celina para o almoço? Sei como um primeiro dia pode ser solitário.

Comprada sem razões Onde histórias criam vida. Descubra agora