Capítulo 3

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Acredito que tenha se passado cerca de três horas ou mais quando as garotas terminaram. Elas me torturaram de maneiras que eu não fazia ideia ser possível, tiraram os pelos da minha cara na base do ódio e com as minhas unhas não foram diferentes.

Quando pensei ter acabado, aí que a tortura real começou, elas me levaram até um banheiro, me despiram e começaram a me esfregar com algo que parecia um tipo de lixa.

Ao sair daquele pedaço de inferno, onde ficou metade do meu coro, não tive nem tempo de pensar em ficar envergonhada por estar nua na frente de alguém estranho, pois elas me deitaram numa maca e começaram a passar um gel quente em mim e quando me dei conta de que era cera, já era tarde demais.

Depois de toda dor causada e sofrida, eu estava liberada. Foi quando me trouxeram comida e ela era divina, a melhor coisa que eu já tinha comido; um arroz branco soltinho com uma carne que tinha um molho meio alaranjado e para completar batata palha.

Logo após comer, eu fui me vestir já que estava apenas com um roupão, me vesti com a roupa que haviam trazido e essa era um vestido simples de mangas longas com o comprimento até meu joelho na cor azul-petróleo, acompanhado de um salto baixo na cor bege. Ao notar a meia calça e o casaco percebi que não estava ficando nesse país e então voltei a lembrar do medo que estava sentindo quando cheguei nesse lugar.

Quando estava pronta voltei a sala principal, ao notar o canto direito percebi um espelho e tomei um susto, fiquei surpresa, eu estava bonita, principalmente meu cabelo que agora curto moldava meus ombros com grandes cachos. Eu sorri com minha aparência até notar um homem vestido de branco na sala.

Sem sequer dizer uma palavra, ele veio até mim, puxou a manga do meu vestido, colocou aquele elástico amarelo no meu braço e me espetou com uma agulha, recolhendo assim meu sangue.

Só então fui reparar que eu já tinha uma marca de agulha no meu ante braço, será que eles já tinham feito isso enquanto eu estava apagada? E o pior é pensar o que mais eles fizeram enquanto estava apagada.

Respondi as mais diversas perguntas a pessoas que jamais vi na vida, do meu tipo de cocô até a cor do meu xixi. Feito isso eu fui direcionada para fora pelo mesmo homem que tinha me guiado pelos corredores, entrei em outro carro que era maior que o primeiro e parecia ser mais caro também, e como de "costume" fui dopada de novo.

A sensação dessa droga é uma das piores coisas que já experimentei, é como se um gorila te sufocasse por horas e por algum milagre você sobrevivesse. Ao acordar pela segunda vez isso foi cem vezes pior, eu sinto uma pressão horrível o que me faz entrar em pânico e para piorar percebo que estou presa a uma cadeira.

— Por favor, fique calma. — Diz uma voz feminina ao meu lado, quando minha visão desembaça o suficiente noto a mulher uniformizada ao meu lado. — Me chamo Lídia, estamos num avião e você está a caminho da sua casa, eu vou te ajudar com algumas coisas, ok?

Aceno a cabeça e espero ela continuar a falar.

— Bem, primeiramente peço desculpas por você ser trazida até aqui desacordada, é uma norma e os funcionários são obrigados a obedecer. — Qual será o valor do salário dela para ela aceitar isso? Continuo a encarando, não vou aceitar as desculpas de ninguém. — Agora preciso que assine esses documentos, são sua certidão de casamento.

Pego o papel e assino, parece que aquela caneta pesa mais de uma tonelada, mas assino mesmo assim, afinal a essa altura do campeonato não sei se faria diferença eu escrever meu nome num papel.

Na última folha tenho que assinar com meu novo sobrenome que percebi duas folhas atrás ser Andríc, um nome que tenho que confessar ser chique. Agora é oficial sou Celina Andríc esposa de Peter Andríc, um velho que nunca vi na vida e fico imaginando quais dos "istas" ele é para ter comprado uma esposa pela internet.

Comprada sem razões Onde histórias criam vida. Descubra agora