Chegamos no colégio e vejo poucos alunos ainda no pátio, a maioria já entrou.
— Eu juro por Deus que se eu tirar uma nota baixa no meu exame por ter menos tempo pra fazê-lo, eu vou falar disso pelo resto do ano até vocês quererem a minha morte. — Josie diz diretamente a nós dois, lembro que tenho que passar na sala de Adriana para falar com sua professora. Devido ao tempo isso vai ter que ficar pra depois.
Vemos as crianças irem correndo pra suas respectivas turmas e no processo nenhum deles nos dá um mísero tchau.
— Eles estão uma fera com a gente. — Digo a Peter que balança de um lado pro outro ao meu lado.
— Eles vão superar. — Ele continua ali no mesmo lugar trocando o peso de um pé para o outro, por que será que ele está nervoso? — É... eu queria te mostrar uma coisa.
— Não vai pra sua aula agora?
— Conceitos filosóficos da Administração, por Deus, eu estou até feliz de ter uma desculpa pra evitar. Vem, vamos!
Ele pega a minha mão e sai me levando pelos corredores. Entramos no corredor do terceiro pavilhão, o pavilhão onde os gêmeos tem a maioria das aulas, após cruzarmos todo ele, chegamos à área externa que fica próxima ao restaurante, da onde estamos dá até para ver a mesa que nos sentamos no meu primeiro dia de aula.
Só com essa caminhada já estou morta, Peter parece bem tranquilo e fica bem aliviado ao ver um senhorzinho andando em uma espécie de carro de golfe.
— Sr. Rami! — Peter o grita e ele sorrindo vem até nós. Careca, rechonchudo e simpático, o sr. Rami é uma das pessoas que trabalha transportando os alunos dentro da escola, como isso é muito grande o trabalho dele é muito necessário.
— Menino. Vocês estão atrasados. — O sr. Rami se levanta para abrir a porta para mim, ele é muito gentil também.
Enquanto Peter vai explicando por cima o motivo do nosso atraso, o nosso novo amigo nos leva pela escola até o destino que atualmente desconheço.
Passo num caminho ao lado dos campos de futebol e golfe, seguimos em frente e na minha direita, posso observar várias fontes de água e até uma estufa que nem sabia da existência, o lugar é belíssimo e seu Rami nos deixa na porta de um dos maiores prédios do colégio, ele fica no extremo norte do pátio central e é tão longe que eu nunca nem vi.
Ando em direção à porta e logo na entrada tem uma tabela com todas as inúmeras salas e na frente delas a vários nomes também, não sou capaz de ler metades deles, pois o impaciente do cara ao lado me arrasta pra dentro do local.
Toda a decoração segue a temática da escola, mas com uma diferença, aqui tem mais esculturas e cerâmicas, o lugar é claramente frequentado apenas por adultos. Sou arrastada por fim até o elevador, Peter deve achar que eu sou Claire e não posso acompanhá-lo se ele não estiver me puxando, só pode.
Dentro do elevador todo espelhado e ornamentado com enfeites dourados, fico besta com a beleza do homem ao meu lado, Peter não se arrumou perfeitamente para vir e com sua camisa cujos primeiros botões estão abertos e o sobretudo preto por cima de uma forma casual, ele tira meu fôlego.
Ele combina com o local como se ele fosse uma obra de arte que compõe a decoração, não consigo desviar o olhar do reflexo dele nesse espelho.
— Então onde estamos? — Pergunto assim que ele nota meu olhar sobre ele.
— Vou te mostrar a minha sala de trabalho.
— Sua sala de trabalho não ficava em outro prédio? — Pergunto sem me lembrar que só sei dessa informação, pois fui enxerida, quando o fato me atinge meu rosto começa a esquentar.
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Comprada sem razões
RomanceCelina é uma menina, que muito cedo deixou de ser criança, sem pais, deixada a mercê de uma mulher questionável na infância, teve que aprender a sobreviver chamando o mínimo de atenção possível. Ela não teria porque ficar ali se não fosse as demais...