Capítulo 27

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Peter mandou arrumarem o aquecedor no dia seguinte e todo problema com o frio foi resolvido, bem nem todo problema já que não dá para se livrar das toneladas de neve que caem todo dia, na escola fica horrível, pois não dá para caminhar por um dos jardins ou respirar ar fresco, tudo fica muito abafado.

Essa semana toda o maior assunto daqui foi Peter e eu, cada vez eles acham coisas piores para inventar, a última coisa que estavam espalhando é que Peter estava me usando pra causar ciúmes nas mulheres daqui, segundo eles Peter estava mostrando tudo que ele podia oferecer e depois ia se livrar de mim para ter todas as mulheres que quisesse.

Ouvir coisas assim machuca e para mim que não sou a pessoa mais segura de si no mundo, essas coisas fazem o meu coração balançar.

Será mesmo que eu sou só isso pra ele? Não, ele não é assim, insisto em dizer. Tenho que ser forte e corrigir esses maus pensamentos que aparecem toda hora.

Porém, nesse colégio está difícil.

Estou sentada em um banco no corredor da turma de Josie quando escuto um grupo de jovens se aproximar, assim como todo mundo eles estão falando de mim.

— Estou dizendo Amber, aquela coisa da escrava sexual não pode ser descartada. — Um gordinho diz.

— Não é isso, eu tenho certeza que foi uma aposta que ele perdeu. — O outro menino fala.

— Gente eu vou dizer a real, de duas uma ou ele a trouxe aqui porque queria alguém que não pudesse contrariá-lo ou os pais dele arranjaram e ele teve que aceitar pra não ser deserdado. Tem mulheres aqui, por que mais um cara traz uma mulher pra cá? — Por que mais um cara compra uma mulher? Essa seria a melhor pergunta.

Eles se vão, mas as suas palavras ficam na minha mente e de noite quando tenho a oportunidade eu pergunto, não consigo mais ficar sem saber sobre isso.

— Peter, você está dormindo?

— Não.

— Quero fazer uma pergunta séria.

— Ok. — Ele diz com a voz sonolenta.

— Por que eu estou aqui? Por que me trouxe pra cá? — Deitada em seu peito, eu sinto seu coração acelerar.

— Como assim? — Ele tenta adiar o inevitável.

— Por que me comprou? — Nem o vento faz barulho nesse momento, o único som que escuto é o do meu coração ansioso e angustiado.

Ele demora pra falar e eu o espero.

— Essa é uma conversa que eu realmente não estou a fim de ter, podemos falar sobre isso outro dia?

A minha vontade de falar, não, foi imensa, mas como ele já fez muito por mim, eu decidi fazer isso por ele, nós podemos falar sobre isso outra hora.

Outro dia, outras fofocas. Assim vai a minha vida escolar, eu gostava bem mais quando eu passava despercebida. Enquanto estou conversando com Eliza e Jack em um dos corredores principais, metade dos alunos estão olhando pra gente.

— Cara, esse povo tem uma vida tão chata assim para ficar falando da sua?

— Sim, Jack, são mais tediosas do que a nossa, dá pra acreditar? — Eu respondo revirando o olho.

— Eu gritaria e xingaria eles pra você, mas isso só aumentaria o fogo.

— Pelo amor de Deus, Eliza, não faça nada que passe pela sua cabeça, não vai ajudar. — Eu tenho medo só de pensar na confusão.

Quando menos espero, Peter se junta a nós e sua atitude é muito inesperada, ele me abraça por trás, afasta meu cabelo e deixa um beijo no mesmo lugar que eu o beijei aquele dia no tatame. Seu toque me dá calafrios arrepiando todo meu corpo.

Comprada sem razões Onde histórias criam vida. Descubra agora